Review

WOM Reviews – Lake Of Tears / Sollust / Shardana / Kosmogonia / Midgard / Sound Of Memories / AlNamrood / Ardduc

WOM Reviews – Faustian Pact / Lake Baikal / Ossaert / Deadspawn /
Beast Of Revelation / Fosch / Aspidium / The Spirit

Lake Of Tears – “Ominous”

2021 – AFM Records

“O Inverno está a chegar e com ele algo “Ominous””.

O novo lançamento dos Lake Of Tears é a audição perfeita para estes dias curtos, cinzentos, frios e escuros. Após quase uma década de silêncio, Daniel Brennare, mente e corpo dos pioneiros suecos do dark metal, finalmente revela o seu sinistro mundo e forma de pensar e apesar deste novo disco não nos levar de volta a “Headstones” ou “Forever Autumn” mantém as raízes e o caminho que a banda traçou durante o último período da sua carreira.

“Ominous” combina rock gótico com melodias pós-punk e sons melancólicos que crescem em faixas poderosas, pesadas e onde os Lake of Tears apresentam canções de independência de espírito sem precedentes. Ainda assim, a perspetiva sonora de “Ominous” como um todo é bastante coerente.

Daniel Brennare tem quase três décadas de experiência como compositor e isso é uma mais valia nos momentos de inspiração e claro, este álbum é tudo o que os fans dos Lake Of Tears podiam esperar: melancólico, sombrio e ameaçador!

10/10
Miguel Correia

Sollust – “(In)Versus”

2020 – Edição De Autor

Como já disse algumas vezes, é sempre um prazer enorme conhecer novas bandas e novo som. Não posso dizer que os Sollust sejam uma nova banda, até porque já têm um EP editado em 2012, mas sendo o álbum de estreia e sendo o primeiro contacto, acaba por ter esse impacto. “(In)Versus” é ambicioso e poderoso na forma como concilia vários géneros musicais (sendo que o doom, o gótico e progressivo são aqueles que mais se salientam) e misturando-os em temas onde a emoção visceral é mesmo o que se destaca mais. Ambicioso na duração mas que vê essa ambição a ser recompensada num fluir que não é comum. Não deixa de ser exigente, não é um álbum para cair de amores à primeira – embora isso possa muito bem acontecer – mas sim para absorver, para deixar absorver. Surpreendentemente bom.

9/10
Fernando Ferreira

Shardana – “Milli Annos”

2020 – Rafchild Records

Que Jardona tão grande! Peço desculpa, o que eu queria mesmo dizer é que banda são estes Shardana são uma excelente surpresa. Confesso que não esperava um poder metálico tão grande. Um poder metálico que me deixou algo confuso em como é que os iria classificar. Afinal a banda junta elementos de metal épico, folk, heavy, power e eu sei lá mais o quê. A parte folk talvez esteja mais diluída até com o elemento épico, algo que me fez lembrar algumas vezes em Primordial, mas com um pouco mais de violência. Este segundo álbum surge agora, seis anos após o primeiro – e talvez até com um bocado de metamorfose pelo meio entre os trabalhos, definitivamente – mas a força com que surge até parece que é uma banda completamente nova, renovada, renascida. Estes italianos mostram que não estão mesmo para brincadeiras, basta ouvir “Bastard Blood” e “S’Arruina De Is Deus”. As vocalizações de  Aaron Tolu remetem para as de Alan Averill dos Primordial, mas apenas as limpas. É um álbum que é uma verdadeira lufada de ar fresco e refrescante.

9/10
Fernando Ferreira

Kosmogonia – “Enthrone The Gods”

2020 – Edição de Autor

Às vezes é quando não esperamos nada que temos as melhores surpresas. Como este álbum de estreia dos gregos Kosmogonia. Funde uma série de estilos – do death metal melódico, ao folk metal e sem esquecer o gótico com a inclusão de uma vocalista – Maya Kampaki – que usa por vezes um registo operático. Parece ser uma salganhada descomunal, mas a verdade é que resulta e a voz de Maya é versátil a esse ponto para fazer com que não só se coadune na perfeição com Kostas Magalios (guitarrista e vocalista) como também com o género em sim. Entusiasmante e eficaz. Qualquer um dos fãs destes géneros enunciados vai ficar completamente rendido a este álbum ambiciosa. Quero crer que esta será uma banda que vamos ouvir muitas mais vezes no futuro.

8.5/10
Fernando Ferreira

Midgard – “Tales Of Kreia”

2020 – Sliptrick Records

O folk metal é mais versátil do que se pode pensar à partida. É, para já e na sua base, um género de fusão. Vem sempre associado a outros géneros (black, heavy, power, death, por aí) e depois há sempre várias formas de explorar a sonoridade folk (isto encarando o folk como a cultura e música tradicional de todos os cantos do mundo e não apenas as melodias a relembrar vikings e afins. Caso ainda não se tenham apercebido, pelo título e pela capa (ou por simplesmente conhecer a banda já que este é o seu terceiro álbum), é sobre a vertente escandinava que os ucranianos se reflectem, mas fazem-nos através de muita melodia, muito peso (peso death metal) e até alguma sobriedade. As melodias são marcantes e eficazes e este “Tales Of Kreia”, não sendo o álbum típico de folk metal consegue contagiar-nos facilmente.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sound Of Memories – “The Sand Within”

2020 – Edição de Autor

Excelente surpresa que aposto que poderá ter passado despercebida – nós partilhámos o álbum em stream, por isso espero que esse pequeno acto possa ter contribuido para inverter a situação. Ao segundo álbum (cinco anos após a estreia) os franceses aprimoram e aperfeiçoam a sua fórmula de death metal melódico. Não é que esse esforço os afaste dos lugares comuns do género mas definitivamente que os levam para uma facilidade de assimilação graças a melodias que se tornam rapidamente memoráveis. Isto sem descurar o peso, claro está, porque continuamos a falar de death metal. A forma como conseguimos ouvir este trabalho vezes sem conta é sem dúvida testemunho para a sua qualidade. Sem cansar!

8.5/10 
Fernando Ferreira

AlNamrood – “Wala’At”

2020 – Shaytan Productions

Aquele travo do meio oriente, aquelas melodias a atirar para o árabe é sempre algo que é altamente eficaz. Há algo de hipnótico e até bastante transcendente que essas melodias juntas com uma metalada em cima, ainda faz com que o seu poder aumente exponencialmente. Ora “Wala’At” é já o sétimo álbum da banda da Arábia Saudita e traz um chavascal que impressiona pela forma como consegue ser melódico e ao mesmo tempo grim. Tudo bem, estas melodias poderão apontar mais para o lado folk do que propriamente black metal mas ao contrário a blasfémia continua muito bem presente. Não é um disco vistoso – a produção primitiva também não permite que assim o seja – mas é eficaz em deixar preso qualquer um que goste deste cheiro a Médio Oriente. O gostar de black metal também, é apenas um bónus.

8/10
Fernando Ferreira

Ardduc – “Othila”

2020 – Edição de Autor

Já disse isto algumas vezes mas, agora num contexto diferente, vou ter que referir, como é bom ver bandas a surgirem de todo o mundo, especialmente de sítios inesperados. Os mais informados poderão estranhar esta conversa relacionada com o álbum de estreia desta one-man band australiana Ardduc. Afinal a Austrália não é um sítio assim tão exótico quanto isso. A não ser que estejamos a falar de folk metal que parece mais próprio da Europa do que propriamente daquele ponto do globo. Genericamente, podemos dizer que este é um trabalho que encaixa perfeitamente no espectro do folk metal com as melodias de guitarra a convidarem ao pézinho de dança e com os momentos acústicos (como a intro “Vekja”). A bateria não me soa muito orgânica e sendo uma one-man band poderá ser programada e é nas limitações do facto de ser uma one-man band que este álbum esbarra principalmente. Ainda assim, vale a pena ser conferido por todos os fãs do estilo.

6/10
Fernando Ferreira

One thought on “WOM Reviews – Lake Of Tears / Sollust / Shardana / Kosmogonia / Midgard / Sound Of Memories / AlNamrood / Ardduc

  • Pedro Cordeiro

    Midgard e Shardan têm ótimos álbuns! Eu gostei muito disso.

    Reply

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.