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WOM Reviews – Metadevice / DAO / Bannwald / Uruk-Hai / Druadan Forest / Ewigkeit / Oceanica / Raspberry Bulbs / Pit Brothers Band / Sun Kin

WOM Reviews – Metadevice / DAO / Bannwald / Uruk-Hai / Druadan Forest / Ewigkeit / Oceanica / Raspberry Bulbs / Pit Brothers Band / Sun Kin

Metadevice – “Studies For A Vortex”

2020 – Malignant Records

Álbum de estreia do novo projecto de André Coelho (Sektor 204) que nos traz a sua mais recente encarnação de desconforto industrial e noise abrasivo. É pouco para descrever o que podemos ouvir aqui mas é apenas para vos deixar ambientados. Este é, e podemos estar apenas apanhados pelo entusiasmo de estarmos a ter este contacto mais próximo, o trabalho mais completo da sua carreira, conseguindo conjugar diversas facetas daquilo que já fez e conseguindo até um pouco do groove (abrasivo, claro está) de uns Godflesh, por exemplo. Há toda uma violência urbana e decadente que nos é transmitida e que até nos parece que seria perfeita para uma banda sonora. Contando com colaborações distintas como Jonathan HHY (dos HHy & the Macumbas), Miguel Béco (de Atila e Kara Konchar) e com masterização por John Stillings – e já agora, artwork pelo próprio André Coelho – 2020 já começou muito bem para quem precisava daquela dose de barulho vinda do abismo.

9/10
Fernando Ferreira

DAO – “Desolate Landscapes“

2020 – Tunguska Gravações

Como nem sempre temos acesso a pérolas ambient/drone, quando nos aparece algo assim é mesmo motivo para alegria. São seis peças, umas mais longas, outras nem por isso, mas todas devem ser ouvidas de seguida e com vista o estabelecer uma disposição específica. Um mood, chamemos-lhe assim, onírico que faz com que nos cruzemos entre a realidade e o sonho, entre os nossos medos interiores e exteriores. Não é um daqueles trabalhalhos que nos sintamos imediatamente atraídos mas aos poucos vai-se instalando no subconsciente, deixando a tensão perdurar muito mais tempo após do trabalho acabar. Nem todos conseguem ter este impacto.

9/10
Fernando Ferreira

Bannwald / Uruk-Hai / Druadan Forest – “Kingdoms Long Gone”

2020 – Antiqu

Dungeon synth é um fenómeno interessante. Nunca chegou a ser muito popular – o que se percebe, tendo em conta que apela sobretudo a um franja restrita dos apreciadores de música extrema e que não tem qualquer guitarra – mas ainda assim já teve momentos em que existiam mais projectos. Neste split temos três projectos que são bons exemplos do potencial que existe no género. As melodias medievais são o centro, obviamente, mas há diferenças entre todas, o que enriquece o lançamento. A perspectiva dos Bannwald é de ter três músicas com as tais melodias medievais, enquanto os Uruk-Hai acabam por ser mais místicos e cinematográficos em dois temas longos. Os Druadan só têm um tema, com quase vinte minutos e é o mais tradicional, com aquele estilo épico como Mortiis. Dungeon Synth não está de volta mas é bom matar saudades com bom material assim.

8/10
Fernando Ferreira

Ewigkeit – “Land of Fog (20/20 Re-Vision)”

2020 – D.T.M. Productions

A carreira dos Ewigkeit tem sido no mínimo curiosa. Continuam a trabalhar em música nova mas ao mesmo tempo têm vindo a reapresentar os trabalhos lançados vinte anos atrás. Após “Battle Furies 2.017” e “Starscape 2.019”, chega agora a vez de “Land Of Fog” que agora é rebaptizado como “Land Of Fog (20/20 Re-Vision)” foi nesta altura em que a banda, ou projecto, começou a ir por opções mais peculiares e aventureiras. Experimentais, até, afastando-se do black metal melódico do início de carreira. Trabalhado de forma a apresentar um som mais limpo e actualizado, não só temos o álbum como também temos um tema inédito e a demo de 1999 – embora esses temas não tenhamos tido acesso. O que não influencia de todo a nossa nálise porque a qualidade que temos aqui fala mesmo mais alto.

8/10
Fernando Ferreira

Oceanica – “OneDark”

2019 – ProgressiveGears Records

Oceanica é o projecto a solo de Ben Harris-Hays dos Enochian Theory, banda de metal/rock progressivo que cessou funções em 2018. O amigo Ben não ficou muito tempo parado e temos aqui a primeira música que faz após o final da banda inglesa. Se por um lado temos alguns momentos no início do álbum, a puxar mais ao lado art rock e até mesmo o ambient, para o final temos temas mais metal, pelo menos a puxar mais da intensidade. Ambas as facetas são boas mas por vezes sente-se que nem sempre combinam da melhor forma, mesmo que o peso surja em menor número. Bons temas, de qualidade inegável, mas o álbum acaba por ressentir-se por não ser mais coeso.

7/10
Fernando Ferreira

Raspberry Bulbs – “Before The Age Of Mirrors”

2020 – Relapse Records

Já vimos (e ouvimos) muita coisa estranha vinda da Relapse Records mas talvez nada assim tão… fora. Bem, não se assustem, não estamos perante extra-terrestres, apenas um noise rock meio apunkalhado e com um eco na voz que parece que estamos perante black metal. Ainda fica mais estranho, quando a temática é Lovecraft. Algo mais fora que isto, deve existir, mas de momento não estou a ver. Não é imediato, não é amigo do ouvido mas por outro lado também não é extremo. É como se os Nirvana desatassem a fazer covers de Darkthrone a fazer covers de Morbid Angel . Com toneladas de reverb na voz, não é demais referir isso. Estranho, daquele estranho que demora tempo a entranhar.

6/10 
Fernando Ferreira

Pit Brothers Band – “Live at Arlene’s Grocery”

2020 – First Live

Huuummmm, perderam muito por estar numa sequência de audição bem diferente do género aqui proposto. Não desgostei deste som, nem do registo, algo muito blues, jazz com um groove muito funk… mas decididamente fora do meu contexto!

7.5/10
Miguel Correia

Sun Kin – “Private Time”

2020 – Edição de Autor

E agora que tal um popzinho que é para aliviar de toda a pressão? Não é daquele que irrita, é pop boa onda, alternativo e indie que é para ninguém nos acusar de estarmos a vender-nos aos grandes interesses capitalistas e mercantilistas daqueles porcos do ocidente. Ou mais ao Ocidente. “Private Time” é descontruído mas está muitíssimo bem construído, orgânico, a fazer-nos que também é possível fazer música sem cheirar e saber a plástico. Não nos ficará na memória, é certo, não vamos querer enganhar ninguém, mas ouve-se bem e até nos sentimos mais calmos no final. Serve o propósito.

6.5/10
Fernando Ferreira

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