WOM Reviews – Monstereo / Mindwork / Between The Buried And Me / Chronon / Leprous / Grande Fox / Onyric Joy / Dos Brujos / зелёный дядя u сёрферы чёрной дыры
WOM Reviews – Monstereo / Mindwork / Between The Buried And Me / Chronon / Leprous / Grande Fox / Onyric Joy / Dos Brujos /
зелёный дядя u сёрферы чёрной дыры
Monstereo – “In The Hollow Of A Wave”
2021 – Karisma
Adoro estas bandas que fazem álbuns que nos deixam perplexos e que não sabemos muito bem onde os encaixar. O termo correcto talvez não seja perplexo, mas surpreendido agradavelmente pela positiva. Um rock arrojado com por vezes a soar a alternativo (muito ténuamente) e outras vezes a soar simplesmente clássico mas com umas investidas progressivas e ligeiramente psicadélicas que dão um twist extremamente agradável às concepções que tínhamos. E fazem-no com um álbum verdadeiramente apaixonante e viciante. Temos aqui músicas que transcendem e nos fazem sonhar e voar – por coincidência ou não, “Icarus” é uma das que faz isso da melhor forma. Recomendado para quem gosta de música com uma profundidade surpreendente. Que gosta de ir mergulhando na mesma a cada volta.
9/10
Fernando Ferreira
Mindwork – “Cortex”
2021 – Edição De Autor
Após ler a introdução ao som da banda, por Martin Schuster, o líder desta banda/projecto, fiquei bastante entusiasmado e curioso por conhecer os Mindwork. Apesar da fonte ser suspeita em termos de imparcialidade, o facto da base de Schuster (guitarra e voz) e Filip Kittnar (na bateria) ter sido ampliada com Jiří Rambousek (um guitarrista fantástico) e Dominik Vozobule no baixo e destes temas terem sido masterizados por Jens Bogren, é natural o entusiasmo. A primeira coisa a referir é que a mistura entre o thrash e o death metal ficam para segundo plano perante a ambiência progressiva que os temas têm. A voz de Schuster tem uma amplitude fantástica com o registo agressivo e o melódico a trazerem perspectivas bastante diferentes – sendo que o melódico por exemplo faz lembrar o de Jerry Cantrell. São temas que dão vontade de voltar a eles mais vezes e é quase criminoso que este EP nem chegue aos vinte minutos. Muito bom.
9/10
Fernando Ferreira
Between The Buried And Me – “Colors II”
2021 – Sumerian
Tentar fundir subgéneros tão díspares como Progressivo e Metalcore não é certamente das tarefas mais fáceis que existem, no entanto os Between The Buried And Me têm-se destacado precisamente por abraçar iniciativas com um elevado grau de dificuldade. Se o fantástico ‘The Parallax II: Future Sequence’ projectou em definitivo a banda para um patamar assinalável seguiram-se álbuns de menos fulgor como ‘Coma Eliptic’ e o “duplo” ‘Automata’ no entanto os Between The Buried And Me decidiram “repescar no passado” e fazer uma espécie de sequela do seu quarto álbum de originais ‘Colors’, nascia assim ‘Colors II’. Esta arriscada aposta veio todavia a revelar-se bastante acertada, ‘Colors II’ traz-nos de volta uns Between The Buried And Me a ostentarem toda a sua perícia, complexidade, criatividade e capacidade de composição. Faixas como ‘The Double Helix Of Extinction’ ou ‘Never Seen / Future Shock’ são apenas dois exemplares de todo o manancial técnico e imaginativo deste inovador quinteto Norte-Americano.
8.5/10
Jorge Pereira
Chronon – “Music Field Theory”
2020 – MS Metal Records / CD Baby (Sangue Frio Produções
Canhão. Canhão brasileiro. Os Chronon tocam metal progressivo instrumental. São na realidade um duo – calculo que por isso sejam mais um projecto de estúdio do que algo que se possa ver ao vivo – embora isso actualmente não tenha o peso que tinha em 2019, o que esperamos que seja uma situação muito passageira. A primeira coisa a salientar é o poder com que estas músicas batem. Como álbum é curto, pouco passa da meia hora mas cada malha demonstra só não virtuosismo mas um grande poder principalmente rítmico. Funciona muito bem e poderá passar para aqueles que normalmente não apreciam metal progressivo. Riffs muito bons, sequências e passagens que fluem de umas para as outras, num resultado global fantástico. Banda a seguir de perto.
8.5/10
Fernando Ferreira
Leprous – “Aphelion”
2021 – InsideOut Music
Devo dizer que o álbum anterior dos Leprous não me impressionou. Aliás, ao longo do tempo que passou até posso dizer que foi uma desilusão quando tive a oportunidade de fazer a revisão de toda a discografia dos noruegueses. E por isso posso dizer que “Aphelion” é sem dúvida um passo na direcção correcta. Não é um regresso aos tempos de peso de Coal, nem nada que se pareça mas parece passar ao lado de toda a doçura pop contida em “Pitfalls”. Não que não tenha esse potencial ou apelo mais commercial mas sente-se como algo diferente, mais maduro, mais profundo. E com capacidade para surpreender com momentos de intensidade dinâmica tais como “All The Moments”. Sem renegar o caminho traçado anteriormente, de forma que o redime para quem, como eu, não o interiorizou bem.
8/10
Fernando Ferreira
Grande Fox – “Empty Nest”
2021 – Edição de Autor
“Empty Nest” é o segundo mandamento de Grande Fox, após o LP “Space Nest” que apresentam ao mundo uma banda com diversas influências. Neste novo álbum, o rap metal parece ser mais predominante com fortes aspectos do género dos anos 90 e a toada mais alternativa e menos protestante dos anos 2000, já ressoando para um metal alternativo mais trabalhado. No entanto, o quarteto grego, fundado em 2013, não gosta de rótulos e dificilmente se quer caracterizar. Mas, para quem está de fora, o stoner metal e o heavy metal são presenças nos seus álbuns, para tal basta ouvir as faixas “Hangman” e “Backstab” que acabam por afastar os ideais mais protestantes e rebeldes do rap metal, nem sempre muito bem interpretado ao longo da história, após os Rage Against. “Empty Nest” vai satisfazer os fãs de Rage Against, trazendo alguma nostalgia aos ouvintes, ao mesmo tempo que vai agradar a fãs de heavy metal e stoner, pela sua vertente mais pesarosa e atempada, em termos rítmicos. “Backstab”, “Hangman”, “Rottenness of Youth” e “Brutal Colors” são absolutos destaques.
8/10
João Braga
Onyric Joy / Dos Brujos – “Sons Of Morpheus”
2021 – Sepulchral Silence
Split entre duas bandas de qualidade elevada que, obviamente de elevada qualidade. De um lado os espanhóis Onyric Joy e do outro os austríacos Dos Brujos. Duas propostas diferentes mas que se complementam. Os Onyric Joy assumem-se como rock psicadélico e eu ousaria acrescentar que tem também muito de rock progressivo. Já os Dos Brujos movem-se também por campos psicadélicos mas de uma perspectiva mais stoner. Dois mundos diferentes mas que como disse, conjugam-se muito bem. Uma boa apresentação para qualquer uma das bandas e quem fica a ganhar são os fãs do psicadélico.
8/10
Fernando Ferreira
зелёный дядя u сёрферы чёрной дыры – “В мире животных”
2021 – Addicted Label
Não faço a minima ideia como se chama esta banda, nem como se chama este seu EP – o meu russo é inexistente – mas como já disse algumas vezes e volto a dizer, a música ajuda a colmatar todos e quaisquer espaços vazios existentes. Música viajante, que anda muito pelos campos do psicadélico – a capa já deixava essa indicação, não é verdade? – e é estranhamente eficaz. Não querendo abusar do lugar comum “estranha-se mas depois entranha-se”, é precisamente isso que faz. Com a particularidade de trazer mais algum peso do que o habitual nas bandas psicadélicas e até um groove dançante sobretudo na “Echoing Satan“.
7/10
Fernando Ferreira