WOM Reviews – Necrom / Troma / Trenchant / Bloodred
Necrom – “All Paths Are Left Here”
2022 – Osmose Productions
Trabalho de estreia dos ucranianos Necrom que impressiona pela porrada death metal de qualidade superior que infligem. Da capa à produção até à música em si, este é um trabalho que do início ao fim é um puro delírio para os fãs de death. Qualidade técnica, grandes solos de guitarra – aliás, tecnicamente este álbum é uma lição de como o estilo quando bem tratado rivaliza com qualquer outro e que a necessidade de modernizar passa sobretudo por um actualização das condições técnicas, porque de resto a fórmula clássica continua a ser muito bem sucedida. E isto sem termos propriamente uma piscadela de olho a alguém em específico, mas mais um resumo de várias cenas como a holandesa, a norte-americana, a inglesa e até a sueca. No geral uma boa surpresa e um grande álbum de estreia.
9/10
Fernando Ferreira
Troma – “A Mort”
2022 – Pogo
É assim é que a malta gosta. Vinte e uma faixas (sendo que uma é uma cover dos Crossed Out) que se despacham num instante e com poderio suficiente para destruir a casa. Ou o quarteirão onde está a casa. Grind ou power violence raivoso mas muito bem feito. Com uma produção que nos permite perceber todos os riffs mas ainda assim sem perder a agressividade que um estilo como o grindcore necessita. Aliás, esse factor orgânico da produção é metade do prazer auditivo que está aqui encerrado nestas duas dezenas de faixas. É por álbuns assim (mesmo que não cheguem a ter vinte minutos) que nós gostamos de grind. É por esta violência, por esta raiva toda que não pode ser contida.
9/10
Fernando Ferreira
Trenchant – “Commandoccult”
2022 – Godz Ov War Productions
O power trio norte-americano Trenchant entra à bruta na sua discografia (em termos de álbuns) com este “Commandoccult”, uma peça de death/black metal bruta e intensa que nos bate na cabeça como se fosse o ferreiro a malhar na espada como se não houvesse amanhã. Como já devem saber por esta altura, a unidimensionalidade não é uma das características que apreciamos mais no entanto há sempre graus e nuances da mesma se manifestar. Neste caso, apesar dessa unidimensionalidade estar bem presente, há uma arma secreta que faz com que a mesma resulte e neste caso é mesmo o riff. Ou melhor, os riffs, que tanto nos relembram Immortal como também Bolt Thrower. Isto totalmente integrado na sua identidade. Um bom álbum de estreia.
8/10
Fernando Ferreira
Bloodred – “Ad Astra”
2022 – Massacre
Bloodred é um projeto one-man band alemão que lançou o seu primeiro trabalho em 2014. Volvidos oito anos, e eis que Ron Merz apresenta já o seu terceiro álbum, “Ad Astra”. Apesar de ser um trabalho virado para os lados do death metal e do black metal, Ad Astra é também marcado pelo um tom semi-melancólico que acompanha a maioria da duração deste trabalho, algo que parece estranho quando é notada uma influência média de “literatura cósmica” no álbum (logo a começar pelo seu título literal e na sua capa). Contudo esta melancolia passa a fazer sentido quando percebe-mos qual o pilar em que se apoia a produção “poética” do músico: a condição humana e a sua relação com o planeta, tanto no sentido subjetivo e pessoal/espiritual, como no sentido da relação material entre ambos. Em termos mais práticos/musicais , o álbum apresenta-se com uma abordagem do black/death metal bastante versátil que tende a ser mais variada na segunda parte do álbum mas que em geral consegue ser bastante “limpa” mesmo mantendo elementos mais duros provenientes dos subgéneros já referidos.
7.5/10
Matias Melim
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