WOM Reviews – Parallel Minds / Duncan Patterson / Celestial Burst / Obsidian Sea
Parallel Minds – “Echoes From Afar”
2022 – M & O Music
Terceiro álbum dos franceses Parallel Minds, uma banda que desconhecia a sua existência mas que posso dizer que depois deste seu trabalho, fiquei oficialmente convertido. Um majestoso metal progressivo e a espaços sinfónico que não só soa muito bem (isto é, tem uma produção que tanto é cristalina como poderosa sem deixar de ser orgânica) com a nível de composição consegue carregar nos botões correctos para nos deixar imediatamente fãs. A componente moderna é considerável parte do som global da banda, notando-se isso no groove que consegue imprimir, mas esse facto não torna o seu som como algo previsível ou banal porque o ponto mais importante continuam a ser as canções e não os ganchos ou os gimmicks que poderão garantir a atenção deste ou daquele tipo de fã. São essas canções que acabam por nos conquistar.
9/10
Fernando Ferreira
Duncan Patterson – “Grace Road”
2022 – Edição de Autor
Regresso do mestre da melancolia, Duncan Patterson, que fez parte de Anathema e Antimatter e que também se notabilizou através da designação Íon e em nome próprio. Afastado durante cinco anos, este é um regresso bastante aguardado por muitos fãs. E para quem tinha altas expectativas, as memas não ficam defraudadas. A melancolia e ambiência aqui presente é arrepiante num efeito minimalista onde os arranjos musicais servem para apenas acrescentar ainda mais poder à voz de Enas Al-Said que é de uma beleza extraordinária. Seis temas que não chegam a quarenta minutos mas que nos esgotam emocionalmente. E sendo nós viciados nesse tipo de sentimento, está mesmo no ponto. Bem vinda de volta, melancolia.
8.5/10
Fernando Ferreira
Celestial Burst – “The Maze”
2021/2022 – WormHoleDeath
Reedição do EP (que até poderá muito bem passar por álbum já que tem seis faixas em quarenta minutos de música) dos franceses Celestial Burst, que nos encantam e embalam facilmente muito graças à voz doce de Kenza Laala que acentua a, já considerável, melancolia destes temas que muitas vezes nos colocam entre os lados mais calmos de The Gathering na era Anneke Van Giersbergen. Agora sujeitos a uma distribuição mundial, esta poderá ser uma oportunidade de ouro (e merecida) de chegarem a mais pessoas.
8/10
Fernando Ferreira
Obsidian Sea – “Pathos”
2022 – Ripple Music
‘Pathos’ é o quarto álbum de originais dos Búlgaros Obsidian Sea. Oriundos da capital Sofia algures no início de 2009, o trio Búlgaro cedo decidiu encaixar o seu som dentro do Doom Metal com alguns contornos de Rock Progressivo e ‘Pathos’ é o quarto capítulo do seu percurso. ‘Pathos’ está bastante longe de ser um álbum marcante, esclarecido ou fluido, abraçando influências do Doom da fase primordial dos Candlemass ou mesmo do Heavy/Doom dos lendários Black Sabbath, ‘Pathos’ recentra-nos numa espécie de revivalismo pouco saudável onde a inspiração foi substituída por uma exasperante falta de inovação. Também a falta de articulação e encadeamento entre os vários temas são uma tendência pouco saudável, pois a alternância entre uma vertente de Rock Progressivo com tonalidades Épicas e um Stoner carregado de Groove (por vezes até dentro da mesma faixa) não resulta de todo. Até a produção (não que seja a principal falha de ‘Pathos’) deixa algo a desejar. ‘Pathos’ acaba por ser um álbum entediante que se vai tornando mais aborrecido a cada nova audição.
6/10
Jorge Pereira
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