WOM Reviews – Protest The Hero / Aadal / Sleepmakeswaves / Final Conflict / Arrm / Justin Larner / Sweven / Imperial Child
WOM Reviews – Protest The Hero / Aadal / Sleepmakeswaves / Final Conflict / Arrm / Justin Larner / Sweven / Imperial Child
Protest The Hero – “Palimpsest”
2020 – Spinefarm Records
Sete anos de ausência hoje em dia, ainda assim, não deixa de ser uma ausência considerável. O suficioente para termos as expectativas em alta. Algo que o facto da gravação do álbum ter sido adiada em 2018 devidos aos problemas de voz de Rody Walker. E a esse respeito, Walker está mais afinado que nunca, e a puxar bem pelos agudos. É sem dúvida um dos pontos mais altos que encontramos aqui, mas a música como um todo parece estar elevada a todo um novo patamar. Riffs intricados e endiabrados, com a parte ritmica a ser um autêntico luxo, este é um verdadeiro festim para quem gosta da sua música complexa. É que apesar de ser em certos pontos bastante matemática, nunca perde o seu efeito melódico e catchy. Recomendado até para quem não é fã da banda, depois disto, não vai haver volta a dar.
9/10
Fernando Ferreira
Aadal – “Silver”
2020 – Apollon Records Prog
Suave, bem suave. Os Aadal desafiam a categorização mas essa é uma preocupação que desvanece logo no início. Mesmo que seja uma preocupação que é importante para mim, tentar definir o que temos aqui. O melhor é mesmo dissecar. Encontramos composições instrumentais que até se poderiam inserir no contexto do progressivo ou art rock, não fosse a inclusão de um saxofone, que dá um colorido bem específico e especial. A suavidade e a beleza que ela traz é mesmo o argumento que mais nos fica. Não será algo que fará todos ficarem a vibrar à primeira e até poderá ser considerado quase como easy-listening ou música de ambiente – acho que música de elevador é um bocado insultuoso. Seja como for, entranha-se bem depressa.
9/10
Fernando Ferreira
Sleepmakeswaves – “Out Of Hours”
2020 – Bird’s Robe Records
Segundo de uma trilogia de Eps que marca o regresso dos australianos Sleepmakeswaves. Uma banda mais conhecida pelo seu pós-rock instrumental mas que aqui regressa com uma pequena surpresa: dois temas cantados. Curiosamente, não é uma revolução sonora. Pelo contrário, a voz enquadra-se bem na sua identidade, sendo que a voz quase que funciona como mais um instrumento. Pós-rock entusiasmante e que mesmo a conta gotas (os três Eps totalizam o que poderia ser um álbum) tem um impacto como se fosse um álbum.
9/10
Fernando Ferreira
Final Conflict – “The Rise Of Artisan”
2020 – Gaolhouse Records
“The Rise Of Artisan” é a segunda parte de uma anunciada trilogia por parte dos britanicos Final Conflict, que nos chega oito anos após a primeira parte “Return Of The Artisan”. Tenho que admitir que neste trabalho (e sem conhecer a primeira parte) o que menos interessa é mesmo a história. De qualquer forma, e em defesa do facto deste ser um álbum conceptual, sente-se que há uma união forte entre as músicas e o álbum, musicalmente, é bem coeso. Mais do que apenas art rock à la Genesis, há uma vida para além desse espectro. Aliás, se formos a falar de referência, mais vezes surgem os Dream Theater do que propriamente Genesis, apesar de em termos de peso a fasquia esteja bem presa no rock. Classe do início ao fim, este é rock progressivo de classe.
8.5/10
Fernando Ferreira
Arrm – “II”
2019 – Instant Classic
A música é uma linguagem e o melhor dessa linguagem é a forma como consegue fundir várias formas, vários estilos. Os Arrm, com o segundo álbum estabelecem isto como uma verdade universal, comprovada em quatro temas longos (o mais curto é a abertura com pouco mais de sete minutos) em que a música electrónica, o progressivo, o jazz mais smoothe, pós-rock e ambient se unem todos para para nos dar uma paisagem sonora onde nos queremos perder. Repetetivamente.
8/10
Fernando Ferreira
Justin Larner – “A Taste For Space”
2020 – Edição de Autor
Justin Larner poderá ser um perfeito desconhecido para muitos – confesso que para mim era – mas o homem sabe tocar. Ao melhor estilo shred, “A Taste For Space” não se perde com inovações e vai beber ao mais tradicional estilo de Satriani (só para referir um nome incontornável e de quem nos surgiu mais vezes à lembrança ao longo desta meia hora de música. Se este facto for o suficiente para vos parecer que é algo que cheira a mofo, é melhor ouvir mesmo primeiro antes de tirarem conclusões precipitadas. Grande feeling e bom som (e não, não é só a guitarra que soa bem) em temas que talvez ganhassem um bocado menos em ter menos repetições e variações nos leads dentro das próprias canções. Tirando isso, prazer garantido.
7.5/10
Fernando Ferreira
Sweven – “The Eternal Resonance”
2020 – Ván Records
Curiosa estreia dos Sweven, com um certo sabor old school apesar de ser um álbum fresquinho, agora de 2020. Aliás, tal como a própria banda em si, que segundo informações que temos foi criada neste mesmo ano mas a música remonta à década de noventa quando algumas bandas tinham algum arrojo em misturar death metal com algumas melodias mais progressivas. Esse sabor nostálgico poderá não ser benéfico hoje em dia (por overdose) mas a efectividade é crescente. Consoante o álbum avança e, claro, consoante as audições se vão sucedendo. Não sendo totalmente eficaz, acredito que com a devida maturação, estaremos perante uma fonte de música desafiante num futuro próximo.
7.5/10
Fernando Ferreira
Imperial Child – “Compass Of Evil”
2020 – Soulmaker Recordings
Os Imperial Child são um interessante trio que chega agora ao seu álbum de estreia misturando heavy e power metal com metal progressivo. Interessante na forma como se apresenta sóbrio e até com alguma maturidade – é sempre esperado mais algum exagero por parte de bandas estreantes. É, contudo, um disco longe de ser perfeito, situando-se num meio termo (ainda que acima da média) algo irritante. Aquele em que não nos mostra nenhum problema, nenhum tema mau, mas que ao mesmo tempo custa a entrar e a empolgar. Talvez o tempo (e a insistência) façam com que sinta este trabalho de foutra forma.
6.5/10
Fernando Ferreira