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WOM Reviews – Soliloquium / Desert Storm / Egestas / Adliga / Angellore / Clouds Taste Satanic / Caskets Open / Growing Horns

WOM Reviews – Soliloquium / Desert Storm / Egestas / Adliga /
Angellore / Clouds Taste Satanic / Caskets Open / Growing Horns

Soliloquium – “Things We Leave Behind” Rain

2020 – Rain Without End Records

Este é o meu tipo de disco. Os suecos Soliloquium estreiam-se na Rain Without End Records – que quanto a mim raramente falham nas suas contratações – com um terceiro disco que só prova todo o seu poder. Lembram-se daquele death/doom metal meio melódico, totalmente melancólico, da segunda metade da década de noventa? É o retrato perfeito para este disco que nos traz nostalgia por estas músicas que nunca ouvimos antes e que nos dizem tanto. E não confundir, por favor, esta sensação descrita atrás com déjà vú. É algo bastante diferente. Um disco que tem tudo para ser um disco clássico dos fãs da banda assim como do estilo. Mais que recomendado.

8.5/10
Fernando Ferreira

Desert Storm – “Omens”

2020 – APF Records

Esta mistura que os Desert Storm têm vindo a fazer desde o início da sua carreira entre o stoner e o doom é vencedora, mas tenho em crença que será “Omens” que os fará dar o salta definitive em termos das atenções generalizadas da imprensa e do público. A banda inglesa têm neste seu quinto álbum uma colecção de canções das quais não nos cansamos. Em alguns momentos até parecem entrar pelos meandros do sludge, mas esta é a razão do seu sucesso. Conseguem cativar-nos sem propriamente preencherem os requisitos de forma perfeita deste ou daquele género musical. O que, por si só, não é fácil nos dias em que correm. Peso tal como gostamos.

8.5/10
Fernando Ferreira

Egestas – “Oltre Le Rovine”

2019 – ¡ZAS! Autoproduzioni

Álbum de estreia dos italianos que juntam no mesmo tacho doom, pós-hardcore, pós-metal (ou sludge, ou algo que vos faça sentido mas que seja sinónimo de voz desesperada a gritar pela morte, própria ou alheia, em cima de distorção suja) e black metal depressivo (calma pessoal trve, é apenas um cheirinho, não estamos perante uma banda de black metal). Os dois primeiros temas longos são o grande destaque, ambos a ultrapassarem os dez minutos. Especialmente a “Trafficanti Di Ombre”, que é uma bela viagem de montanha-russa. Várias faces da mesma identidade musical. Nota-se está aqui um diamante em bruto.

8.5/10
Fernando Ferreira

Adliga – “Kali Pacіače Nіeba”

2019 – Edição de Autor

Mais um exemplo da forma como a boa música, tal como a vida, encontra sempre o caminho para a lux. Os Adliga são da Bielorrússia, e este é o seu primeiro lançamento, um EP que evidencia já uma sonoridade apaixonante. Temos uma mistura e fusão das sonoridades pós-metal com o doom, algo que soa bastante refrescante, principalmente pelo tom de voz de Katja Sidelova – e o bielorrusso é bastante semelhante ao português, o que nos soa ainda mais familiar na maior parte das vezes. Boa estreia e boa banda, queremos ouvir mais música deles.

8.5/10
Fernando Ferreira

Angellore – “Rien Ne Devait Mourir”

2020 – Finisterian Dead End / The Vinyl Division

Foram precisos cinco anos para que este terceiro álbum fosse lançado. Algo nos diz que os fãs da banda dirão que terá valido a pena já que os Angellore refinam a sua já conhecida arte da melancolia. Na maioria das vezes surge-nos sob forma de doom metal, mas há também momentos que extravasa para além das fronteiras do género, algo que até resulta bem neste contexto. No final da viagem, talvez nos encontremos um bocado cansados, porque ainda é quase uma hora de caminho e confesso que nem sempre a voz limpa de Walran me convence – não estando omnipresente, acaba por surgir muitas vezes – o que limita o impacto que poderia ter. Todavia, há muito a descobrir e a retirar daqui, muita beleza e riqueza musical.

7.5/10
Fernando Ferreira

Clouds Taste Satanic – “The Glitter Of Infinite Hell”

2017 / 2020 Kinda Like Music

Adoro esta banda. Os Clouds Taste Satanic são daquelas bandas que têm tudo para me fazer rockar que nem gente grande. Groove, temas arrastados e longos, mas longe de ser aborrecidos e uma capacidade para fazer contornar o efeito do tempo. Claro que esta descrição serve tanto para dizer aquilo que gosto deles como para descrever o que muitos detestam na música. Não é fácil fazer música instrumental, assim como não é fazer bom doom, mas fazer doom instrumental com temas com quase vinte minutos e fazê-lo bem. Tudo bem, só foi lançado há três anos, mas tendo em conta que é mais uma oportunidade para apanhar o CD e/ou o vinil, não há mesmo como colocar defeitos.

9/10 
Fernando Ferreira

Caskets Open – “Concrete Realms Of Pain”

2020 – Nine Records

Este power trio finlandês apresenta uma espécie de mistura entre o proto-doom e um proto-sludge (se é que tal coisa existe sequer) que nos dá repentes de termos algo como o Danzig a tocar covers de Black Sabbath com os Crowbar. Calma, não é uma descrição literal, é apenas este o feeling da coisa. Há por aqui muitos momentos bons, assim como outros que nos passam ao lado. Ainda assim, este é um balanço positive. Para os fãs da banda provavelmente é precisamente o que esperavam.

6.5/10
Fernando Ferreira

Growing Horns – “The Nobility Of Pain”

2019 – Edição de Autor

Os Growing Thorns estrearam-se no ano passado com este EP “The Nobility Of Pain” onde o doom arrastado, à boa maneira britânica é a principal característica – a banda é, todavia, belga. Doom que nos traz essa nostalgia de tempos idos mas pouco mais que isso. Sendo o início da sua carreira, aguardamos por desenvolvimentos para que se refine mais a identidade da banda – que parece estar num excelente caminho como comprova a faixa final “2084”, de longe a mais dinâmica de todo o lote. Este é um bom início.

6.5/10
Fernando Ferreira

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