Photo

WOM Reviews – Svardenvyrd / Mystic Circle / Winterstorm / Omhosten

Svardenvyrd – “Scarred Lands”

2021 – Far Horizon Music

Black metal pagão e sem grandes rodriguinhos. A beleza dos riffs que puxam os temas para o épico e praticamente obrigam que os mesmos tenham uma duração acima da media. Nada que nos aborreça, muito pelo contrário. Esta toada que não chega a ser folk mas que reclama sem dúvida o seu imaginário torna-se hipnótica graças aos riffs de guitarra que assume todas as despesas de cativar a nossa atenção. “Scarred Lands” é então um álbum que opta mais pelo mid tempo, que não tem pressa de chegar onde quer que seja, o que é refrescante na medida que nos faz apenas querer apreciar, como um bom filme ou bom livro ou até uma boa série onde não é o final tanto que conta mas sim a viagem que se tem com ele. E nós, os ouvintes, sentimos ter uma bela viagem ao longo desta quase hora de música. Tendo em conta que mais de quinze anos separaram este da estreia, podemos dizer que a banda regressou em grande e faz desejar que não se passe tanto tempo até ao terceiro.

8.5/10
Fernando Ferreira


Mystic Circle – “Mystic Circle”

2022 – Atomic Fire

Recordo-me quando os Mystic Circle surgiram e não eram exactamente bem vistos. 1996, o ano do primeiro álbum, foi um ano de explosão e expansão do black metal, principalmente da vertente melódica e eles surgiram como uma espécie banda de segunda divisão do género, um rótulo ou sensação que nunca conseguiram exactamente apagar. A banda acabaria em 2008, apenas para encetar um regress muito fugaz em 2014 e 2015 mas foi no ano passado que a coisa foi mais concreta e aqui está o resultado à vista. Não vos vou mentir, o som evoca muito aquele feeling da década de noventa mas em defesa da banda alemã, aquilo que temos agora parece-nos não só mais sóbrio mas como muito mais bem sucedido, o que mostra que a banda está apostada em reabilitar o nome de Mystic Circle. Este álbum mostra que estão no bom caminho. Até a cover do clássico dos Possessed, “Death Metal evidencia isso mesmo.

8/10
Fernando Ferreira


Gryftigæn – “Fehunðyrdauðr”

2021 – Signal Rex

2021 deu-nos alguns exemplos requintados sobre o estado actual do Black Metal, e acalma-me ver que o género está vivo e bem. Os músicos estão a recuperar a faceta visceral do género, despojando-o de artifícios desnecessários, mantendo a pureza da Arte. Sempre olhei para o Black Metal da forma como vejo o Hardcore Punk: quero-o simples, e directo ao assunto, sem melodias excessivamente técnicas, e com muito sentimento. O sentimento é o núcleo de uma boa música de Black Metal. Este sentimento alimenta a música, o que acabará por alimentar o ouvinte, criando uma relação quase simbiótica entre os dois. A Winterstom elabora uma abordagem ritualística da música, mas não uma abordagem clara (aquelas bandas de Black Metal ritualístico tendem a aborrecer-me), mas uma abordagem mais subtil. Winterstom existem há menos de 2 anos, mas sendo o grupo experiente que são, o seu ofício é de qualidade superior. Temos melodia, mas temos agressividade, e quase se pode provar o ódio. A voz assemelha-se a um homem à beira de um colapso mental, e encaixam perfeitamente no ambiente. A produção final dá-lhe aquele murro extra, sabe? O seu som podre, e a sua produção “horrível”, dão-lhe aquele je ne sais quoi, percebe o que quero dizer? Black Metal da maneira que o Diabo gosta. Dêem-lhe uma volta, se ainda não o fizeram.

7/10
Daniel Pinheiro


Omhosten – “Music Of The Great Beyond”

2022 – Kvlt und Kaos Productions

One-man ucraniana Omhosten que chega ao primeiro álbum com este “Music Of The Great Beyond”. E a avaliar pelo que ouvimos, a música do grande além não é muito diferente daquilo que se faz por cá no black metal mais épico e pagão. Não querendo minimizar aquele que é um bom trabalho, a verdade é que esta proposta é exactamente igual a tantas outras que vamos tendo por aí. Seria irreal esperar uma proposta completamente original – principalmente se se tiver o desejo de lhe chamar black metal – mas por vezes uma pequena bola curva aqui e ali não faria mal a ninguém. Consegue estabelecer um ambient (check), bem produzido e manter valores de produção orgânica (duplo check), canções memoráveis… pois, isso já é mais complicado. Para os fãs não será preciso muito para os convencer e serão esses o alvo deste álbum.

7/10
Fernando Ferreira


Agora na Google Play Store

Support World Of Metal
Become a Patron!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.