WOM Reviews – Testemunhas de Jeová / The Hellfreaks / Downshot / Heretic Plague
Testemunhas de Jeová – “Reino de Satã”
2023 – Selvajaria
Ora aqui está mais um petardo de thrash/crust fruto da parceria de Rui Vieira e José Graça (ambos que já tinham colaborado em Ancharge e Comando) com Hugo Rebelo (ex-Simbiose) na voz (e compositor das letras) que, entretanto, já saiu do projecto. O resultado é um álbum pequeno à moda antiga crust, cantado em português que nos fascina logo à primeira. Um som bem forte – cortesia de Paulo Vieira que também gravou baixo e algumas guitarras – num álbum ao qual nós damos várias voltas sem acusar qualquer tipo de cansaço. A voz de Hugo também ajuda a que isso aconteça, dando aquele toque clássico do punk/crust nacional. A terminar, uma cover de Olho Seco, “Haverá Futuro?”, e mais um projecto a acompanhar – agora com o futuro em aberto no que à voz diz respeito – por parte de uma das duplas mais activas do underground nacional.
9/10
Fernando Ferreira
The Hellfreaks – “Pitch Black Sunset”
2023 – Napalm
Esta foi uma boa surpresa, mais uma vez servida pela Napalm Records. Os The Hellfreaks chegam-nos da Bulgária e, segundo o comunicado de imprensa, entregam-nos uma mistura de Metal Moderno com Post Hardcore. Eu diria que temos mais Metal Moderno misturado com um sabor Alternativo, mas também, o que é que isso interessa? “Pitch Black Sunset” é já o seu quinto álbum, portanto, experiência não lhes falta, mas agora poderão atingir um público mais vasto com o apoio da editora austríaca. Este álbum é curto e directo ao assunto, não poupando o ouvinte ao seu melhor, com peso (claro), alguns malabarismos de guitarra a fazer Tom Morello, uma voz multifacetada que tanto é agressiva como melódica e sobretudo temas que apesar de usarem (e abusarem) de lugares comuns que já andam por aí há mais de vinte anos, consegue soar bem refrescante. Não precisamos de mais.
8.5/10
Fernando Ferreira
Downshot – “Endgame”
2023 – WTF
Quebra do hiato por parte dos neerlandeses Downshot que, segundo consta, foram uma das primeiras bandas europeias a misturar hardcore com metal e rap, linguagem urbana que hoje em dia é mais que comum. No entanto, apesar de estarem fora do jogo desde 2004, regressam com um álbum que mostra que quem sabe, sabe. Não interessando o tempo que passam fora do jogo, nunca estão verdadeiramente fora deles. Tirando a produção com pouco punch, sobretudo a nível das guitarras, este álbum tem uma garra que acreditamos que ao vivo ainda se multiplique muito mais. As novas gerações poderão estar a conhecê-los apenas agora, mas acreditamos que não lhes vão ficar indiferentes.
8/10
Fernando Ferreira
Heretic Plague – “Context Is A Stumbling Corpse”
2023 – Selfmadegod
Interessante estreia nos meandros do Brutal Death Metal por parte deste duo britânico Heretic Plague. A sintonia gore surge aliada a um certo espírito mais Death Metal resultado num álbum que apesar de não chegar à meia hora, demonstra ter a duração perfeita para este tipo de coisa. Short but sweet e sem enjoar, onde também ajuda ter algumas dinâmicas – que trazem interesse redobrado. Bons riffs de guitarra, a bateria igualmente variada e uma banda a acompanhar por parte dos fãs de coisas mais brutas.
7/10
Fernando Ferreira
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