WOM Reviews – The Black Canvas / Pist. On / Venom Prison / Lumberhead
The Black Canvas – “Dark Mirage”
2022 – Drown Within Records / Vollmer Industries / Zero Produzioni
Esta foi uma excelente surpresa e as melhores surpresas surgem sempre quando estamos com o pensamento noutra coisa. Pela descrição no press release no som dos The Black Canvas, esperava algo bem diferente – rótulos como shoegaze, post rock e rock alternativo foram atirados para o ar e embora faça algum sentido, pelo menos alguns deles, nada nos preparia para o que se encontra aqui. Para já temos uma costela industrial principalmente ao nível de arranjos e atmosfera que é desde o início um trunfo. E depois apesar de, sim, podermos encaixar facilmente o que se ouve no espectro do alternativo, este conjunto de temas traz-nos algo que transcende as barreiras do género ou pelo menos não nos faz pensar no estilo que estamos a ouvir e sim sentir unicamente a música, que é o que importa mesmo. Segundo álbum que vai fazer voltar as atenções, e justamente, para esta banda italiana.
9/10
Fernando Ferreira
Pist.On – “Cold World”
2022 – Edição de Autor
Regresso dos Pist.on, um nome que não julgaria que iria ouvir novamente. Décadas atrás, na altura em que saiu a estreia “Number One” ficou-me marcada sobretudo pela aura que emanava que era bastante próxima à sonoridade dos Type O’Negative que na altura tinha lançado o “October Rust” – isto por ter sido produzido por Josh Silver. O segundo álbum passou-me ao lado e julgo que tenha passado ao lado de muitas pessoas. Lançaram apenas mais unm EP até terem pendurado as chuteiras após a saída do baixista. Voltaram em 2017 mas apenas agora temos nova música. Tudo bem são apenas 3 músicas mas já chega para tirar o pulso à banda e validar o seu retorno. Som forte e orgânico a voz de Henry Font que continua a ser altamente eficaz. Os três temas são bons, venha mais (ou venha mas é o álbum)
8/10
Fernando Ferreira
Venom Prison – “Erebos”
2022 – Century Media
“Erebos” é um álbum do quinteto galês “Venom Prison” que procura uma junção experimental de elementos de death metal com elementos do metalcore. Em termos musicais, creio que o álbum sofre de algumas oscilações: algumas combinações acertam em cheio, noutras a coisa não corre tão bem (lamento te apontar o dedo em público, Pain of Oizys). Certamente que ganham pontos por terem a noção e iniciativa de quererem criar algo diferentes da “massas”. O tema do álbum é político e inicia-se com uma evocação à personagem mitológica que dá o nome ao álbum (breve nota de que a parte mitológica do álbum reduz-se à abertura e aos títulos das faixas) e desenvolve-se no sentido de crítica à sociedade ocidental fazendo-o ora de forma artística e inteligente ora de forma menos clara, como no caso da segunda faixa que me deixou confuso sobre a que se referia. Seja como for é um álbum de teor profundamente experimental que acerta mais do que falha na sua mistura de death e metalcore com um dose pesada e ampla de crítica social, que devido a ambos esses factores, não será para todos.
7/10
Matias Melim
Lumberhead – “Erase”
2022 – Daredevil
Há algo de profundamente familiar no som dos alemães Lumberhead – e isto não é já um início a criticar, apenas a constatar uma sensação que ficou presente desde a primeira audição e até perdura até agora, a este momento em que escrevo estas palavras. Algo que indica um sentimento de familiaridade e não só pelos nomes evocados no comunicado de imprensa: a saber Gojira, Mastodon e The Haunted. Guitarras cheias de groove mas longe de ser genérico ao ponto de tentar ser os novos Pantera. Não, os riffs empurram para uma realidade mais progressiva, mais ampla. Empurram sem chegar propriamente lá. E enquanto se está com esta luta à procura de chegar a uma melhor definição, o EP chega ao final. Volta ao início, porque sim, é daqueles que mesmo sem apaixonar à primeira deixam-nos perplexos o suficiente para repetirmos a dose muitas vezes. A conclusão final é que há realmente déjà vú envolvido que mesmo sem se conseguir identificar poderá deixar-nos ligeiramente enfartados após algumas audições. Boas canções mas seria preciso mais alguma coisa… para apagar a sensação de déjà vú.
7/10
Fernando Ferreira
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