WOM Reviews – The Human Tornado / Hellblind / Inerth / Yawn
The Human Tornado – “Love Is Démodé”
2022 – Rockshots
Ora aqui está algo inesperado. Uma banda chamada The Human Tornado e com um álbum “Love Is DéModé”, não deixa adivinhar lá muito bem ao que vem mas a verdade é que o trazem é rock musculado (talvez possamos também considerar metal) de cariz alternativo. Muito groove, muita raça e um forte sentido lírico em cada um dos temas. Este é daqueles álbuns sem grandes gimmicks e que confia apenas na música e no seu poder para espalhar o seu charme e consegue. O regresso a tempos mais simples, sem fórmulas batidas e plásticas, apenas com o rock em mente, e com a alma espalhada por letras consideravelmente profundas. “Love Is Démodé” é um álbum à antiga, de rock/metal alternativo que empolga e entretém mas também faz-nos pensar em assuntos pertinentes como as diferenças encarnações de algo tão simples e complexo como o amor.
8.5/10
Fernando Ferreira
Hellblind – “A Plague On All Your Houses”
2022 – Cargo Records
EP de estreia desta nova entidade que reúne no mesmo espaço Mark Clayden (dos Pitchshifter) e Paul Fletcher (dos Romeo Must Die). Proposta modernaça com olho para as melodias memoráveis e que anda algures entre o metalcore e o hardcore. Embora não seja nada de novo, é um conjunto de temas que tem um bom impacto. A voz poderosa remete para o hardcore mais tradicional mas as guitarradas poderosas dão aquele groove metálico que é sempre um acrescento positivo. EP que é uma ótima carta de apresentação.
8/10
Fernando Ferreira
Inerth – “Void”
Depois da estreia absoluta em 2019 com o EP ‘Inerth’ o quinteto Madrileno com o mesmo nome começa 2022 com o lançamento do seu primeiro álbum ‘Void’. ‘Void’ tem o condão de nos mostrar uns Void que flutuam a sua sonoridade entre uma vertente estranhamente familiar em contraste com uma apelativa e orelhuda percepção de genuíno. À ritmada e harmoniosa estrutura de Death Metal alicerçada num coeso e permanente Groove os Inerth vão incorporando de forma progressiva todo o seu declarado fascínio pelo conceito de Industrial de bandas como os Godflesh ou os Killing Joke (até mesmo na sua variante Post-Punk). A todo este híbrido sonoro os Inerth ainda conseguem de algum modo aliar uma quase imperceptível aura de Sludge Metal com vestígios de Doom, oferecendo assim uma curiosa e sedutora amplitude sonora a ‘Void’. Também uma nota para as cavernosas e guturais vocalizações de Santiago Paz a fazerem lembrar bandas como os míticos Neerlandeses Gorefest ou os extravagantes Noruegueses Goat The Head e um legítimo destaque para o formidável e aditivo tema ‘Isolate’.
7.5/10
Jorge Pereira
Yawn – “Materialism”
2022 – Mindsweeper
Álbum de estreia deste conjunto que traz música bastante experimental. A tonalidade é moderna – pode-se até arriscar que é djenty – mas na sua essência é um exercício entre fusão de jazz com progressivo. São dezasseis faixas mas na realidade não há uma separação real entre as mesmas. Há no entano o agrupamento feito por alguns conjuntos de temas como por exemplo as três partes que compõe “Cement III”, as cinco que compõem “Chaos I”, as quatro de “Lachrymator II” e as “Tokamak IV”. Não é música fácil de interiorizar e absorver e essa exigência poderá ser demasiado elevada para aquilo que o ouvinte poderá suportar mas ainda assim, a viagem é positiva e recomendada.
7/10
Fernando Ferreira
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