Review

WOM Reviews – The Ocean Collective / Beriedir / Playgrounded / Tommy Talamanca

The Ocean Collective – “Phanerozoic Live”

2021 – Metal Blade 

Um álbum ao vivo (ou em estúdio, tanto faz) por parte dos The Ocean (ou melhor The Ocean Collective) é sempre algo obrigatório e obviamente que este que reúne duas actuações – a saber, em Bremen e no mítico Roadburn em versão Redux –  em quase duas horas de duração. Tal como o nome indica, é a rendição ao vivo dos dois álbuns, ou melhor, das duas partes de “Phanerozoic” ao vivo. “Ao vivo” porque na realidade foi no regime pandémico de concerto em stream. E se a minha reacção a isto poderia ser a habitual, por acaso (só por acaso) é a contrária. Sim, os concertos em stream e principalmente aqueles em que as bandas optaram por tocar na íntegra os anteriores trabalhos de estúdio já que não tiveram hipótese de fazer a digressão os mesmo foi uma solução universal e que à partida depressa se tornou cansativa. No entanto, os resultados também variaram de banda para banda e sobretudo de álbum para álbum. Este trabalho ao vivo não acrescenta em nada aquilo que são os álbuns respectivos mas não deixa de ser um trabalho bem apetecível para quem venera a banda. Há nuances na energia e há nuances no som. Por uma base de pensamento racional e lógico, diria que para quem tem os álbuns respectivos, este lançamento ao vivo não aquece nem arrefece. Para os fãs de The Ocean… bem, nem é preciso acabar a frase pois não?

8.5/10
Fernando Ferreira


Beriedir – “Aqva”

2022 – Rockshots

Segundo álbum dos italianos que conseguem marcar logo a sua posição e impressionar quem os o ouve. A base é o power metal, definitivamente, mas temos aqui uma aura progressiva que é refrescante. Aliás, refrescante é mesmo a totalidade do seu som e não só esse pormenor. Em vez de ser música para músicos ouvirem, há um peso – que a produção ajuda a colocar na ordem do dia – que tornam estas músicas ainda mais eficazes. O nome de Tyr surge em mente mas longe de haver uma colagem – onde as semelhanças surgem mais são na entrega vocal. Os teclados têm uma importância fulcral neste som e tornam-no não só distinto como mais interessante, conseguindo furar os preconceitos que os lugares comuns possam ter estabelecido desde que o género power metal esteve no auge. Refrescante e viciante!

9/10
Fernando Ferreira


Playgrounded – “The Death Of Death”

2022 – Pelagic

Este álbum soou-me familiar. O que é péssimo de de dizer de uma banda que se está a ouvir pela primeira vez. Ao terceiro álbum, os gregos Playgrounded regressam com a mistura entre rock e metal progressivo, sendo que possuem um som tão único que se torna difícil qual dos dois lhes faz mais justiça. Isso e o facto da sonoridade ser algo “fria”, mais própria de uma banda escandinava do que propriamente grega. E daí o “familiar” no início desta pequena missiva. Isso não impede que a banda consiga nos contagiar emocionalmente. “The Death Of Death” é um trabalho que vai crescendo a cada tema e a cada passagem. É um álbum incapaz de deixar o ouvinte impávido e é também desconfortável. Esse desconforto também é o que faz voltarmos a tentar mais uma vez. Não ajuda a desaparecer o desconforto mas sem dúvida que provoca um apego que poderia até parecer improvável ao início. Uma viagem recomendada, pelas emoções e pela forma como lidamos com elas.

8/10
Fernando Ferreira


Tommy Talamanca – “Atopia”

2022 – Nadir Music

Trabalho surpreendente e a solo por parte do guitarrista e teclista dos italianos Sadist. Tommy Talamanca já tinha evidenciado o seu talento na banda de death metal técnico e progressivo mas agora a solo consegue exorcizar todas as influências mais virtuosas de uma forma muito mais precisa. E para isso também conta com a colaboração de Gloria Rossi, uma vocalista de enorme talento e que dá uma cor ainda mais abrangente a alguns destes temas, já que o álbum se divide em temas com voz e instrumentais. Será, certamente, uma proposta fora de alcance dos fãs de death metal mas para quem a fusão do progressivo ao jazz e do som da guitarra com as ambiências atmosféricas é algo que tem particularmente impacto, então este trabalho é mesmo recomendado.

8/10
Fernando Ferreira


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