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WOM Reviews – Theophagist / Adamastor / Necrochaos / Besta / Exhumation / Deem Index / DØDSKVAD / Sewer Trench

WOM Reviews – Theophagist / Adamastor / Necrochaos /
Besta / Exhumation / Deem Index / DØDSKVAD / Sewer Trench

Theophagist – “I Am Abyss”

2020 – Edição de Autor

Tomámos conhecimento dos Theophagist quando surgiram na nossa caixa de correio. São uma banda do Luxamburgo (o que há forte probabilidade de haver para ali sangue lusitano – não que isso tenha qualquer peso no final) e trazem com eles um bruto álbum de estreia de death metal, bem rico e bem cheio de dinâmicas que enchem bem o ouvido. Bom trabalho técnico, sem cair no exagero (também não temos nada contra isso) e uma produção bem gorda que só faz com que os níveis de potência muito mais. A parte da dinâmica faz com que tenhamos outros elementos que dão o toque necessário para que este não seja sentido como um álbum “muito) unidimensional. Sólida estreia que nos deixa como fãs desde já.

8.5/10
Fernando Ferreira

Adamastor – “Adamastor”

2020 – Edição de Autor

Boa surpresa este EP de estreia dos portugueses Adamastor. Quatro longos temas – o mais curto tem mais de sete minutos – que nos trazem um death metal melódico e melancólico. Sem surgir propriamente colada a qualquer banda, influência ou mesmo género, a sonoridade é-nos refrescante sem reinventar o quer que seja. Cativa-nos a forma como consegue ter temas grandes sem os mesmos serem aborrecidos e sem deixarem de soar de forma natural. Demonstra uma maturidade que não se esperaria no primeiro lançamento, o que também representam boas indicações para os continuarmos a acompanhar de perto.

9/10
Fernando Ferreira

Necrochaos – “Crawling Through Cadavers”

2020 – Godz Ov War Productions

Bem, pessoal, este é um que não sei classificar se é um EP se é um Demo ou se é alguma coisa pelo meio, portanto vamos ignorar isso e vamonos ficar pelo “é um conjunto de 5 músicas”. Originário da Alemanha, Necrochaos é um projecto de homem-só iniciado em 2018 que apresentou o seu primeiro produto em Outubro do ano passado – sim, sabemos que a review está vindo tarde mas como já se costuma dizer “mais vale tarde que nunca” e acreditem, neste caso ainda bem que veio mesmo. Crawling through Cadavers é um álbum de death metal “short and simple” sem particularidades que o distingam de outros produtos musicais da mesma natureza, mas que vence pelo seu volume de brutalidade e pelo hype que transmite: 2 ingredientes necessários para o sucesso de qualquer “conjunto de 5 músicas” de death metal. Então, só para não vos deixar pendurados, uma curta caracterização desta peça: ritmos acelerados, vocal pouco compreensível e guitarras demolidoras (a bateria acaba recaindo bastante no plano de fundo sem nada particularmente interessante para mim). Particular atenção à 4ª faixa – Engulfed in Chaos – que eleva este álbum de 8 para 8.5 a roçar no 9 (aqui funciono por cotações de meio valor e não por decimais de 0 a 0.10).

8.5/10
Matias Melim

Besta – “Mongoloid”

2020 – Edição de Autor

Nos tempos em que correm, nada como termos os Besta a mostrar que o melhor mesmo é partir tudo. E mostram como se faz, com uma cover bruta dos Devo e que dá título a este EP (que deve ser a música mais coverizada da carreira da banda), com uma ainda mais bruta dos Only Living Witness (“VTA”, que se enquadra perfeitamente no que ouvimos agora) e ainda mais duas achas para a fogueira Carpenter, com “Nas Garras do Mandarim” e “A Coisa”. Tanto o tema-título como estes dois originais já estavam presentes no “Filhos do Grind” de 2016.

7/10
Fernando Ferreira

Exhumation – “Eleventh Formulae”

2020 – Pulverised Records

Apesar de um background único na cena do metal (quantas bandas de metal da Indonésia é que vocês conhecem, mesmo?) esta banda foi condenada a ter um nome que é extremamente comum dentro destes mesmos ambientes… segundo a enciclopédia que todos nós conhecemos, há pelo menos 8 bandas com o mesmo nome e mais outras tantas que usam o mesmo nome mas com algum tipo de acrescento adjetival. Felizmente, não estou aqui para comentar acerca de nomes (mas mesmo assim continuo a achar uma oportunidade perdida não ter um nome mais distintivo). Formados em 2008, este duo apresenta agora o seu 3º álbum de death metal de estilo mais seco com o nome de Eleventh Formulae que decerta forma conceptualiza algumas das músicas (além das que as separam, temos 3 músicas intituladas Formulae I, II e III), portanto é de subentender que há aqui algum conceito que infelizmente não consigo decifrar devido à falta de legendas. Apesar da explosividade do álbum, um dos critérios chave, este álbum não é um que me motive muito a audição na sua maioria, nomeadamente devido ao estilo de vocal que apesar de ser concordante com o trabalhos instrumental, não encaixa na minha cabeça por ser um pouco de rouco distante mais virado para o agudo.  Mesmo não sendo um álbum preferencial para mim, não consigo  dizer que este álbum é um desgosto (aliás, fossem todos os desgostos assim que eu seria o homem mais feliz dentro da WOM) porque a verdade é que o trabalho de guitarra articulado com o de bateria conseguem ambos levantar o nível deste trabalho; com a maioria de momentos sendo de caos epilético de death metal do bom, há uns momentos de calmia que transmitem um maior ambiente à coisa e que o tornam único (o exemplo máximo disto será a Formulae II que é tocada apenas em piano – um instrumento que na maioria dos casos, até em música clássica, detesto, mas que neste caso me torna um autentico fã). Depois de um ano a trabalhar na WOM, consigo dizer que esta foi a review mais difícil que me puseram na “mesa” até agora, mas creio que este é um trabalho de “odeio” ou “idolatro” e eu não sei para que lado me virar, mas de certeza que quero ver esta banda a evoluir para ver onde vai bater.

7.5/10
Matias Melim

Deem Index – “Mass // Minus”

2020 – Edição de Autor

Segundo EP dos Deem Index que surge seis anos após o primeiro, embora o estilo se mantenha inalterado. Death/thrash metal, com alguns toques melódicos e um pé no tradicional (pelo menos daquilo que nos relembra a década de noventa) e um pé no estilo mais moderno. Não vou esconder que esperava algumas mudanças entre os dois trabalhos mas apesar das mesmas não se verificarem, estes temas têm mais impacto que os anteriores. Daqueles que nos puxam para ouvir mais umas vezes. Por agora vamos dar o benefício da dúvida, porque a surpresa foi, apesar de tudo, positiva.

7/10 
Fernando Ferreira

DØDSKVAD – “Krønike I”

2020 – Caligari Records

E agora algo completamente tradicional? Projecto com alguns nomes conhecidos do underground norueguês, membros e ex-membros de bandas como Desolation Realm, Virus, Nocturnal Breed e Obliteration e que visa recuperar o espírito mais cru e primitivo do death metal europeu. Desde a produção às músicas em si, o impacto é precisamente esse. Claro que é nostálgico e claro que perde em muitos pontos com a concorrência. O que resta saber é quão é importante as memórias que estes três temas fazem ter. Apesar do que se possa dizer, não deixa de ser interessante.

7/10
Fernando Ferreira

Sewer Trench – “The Optimism Sessions”

2020 – Edição de Autor

O álbum de estreia dos Sewer Trench, editado em 2018 foi “The Optimism” que foi uma boa descarga de death/crust javardo. Dois anos depois temos aqui este “The Optimism Sessions” que é, supomos, algo que tenha sido gravado na mesma altura do álbum. Aliás, até poderiam ter encaixado bem no mesmo que não soariam muito desfasados. Bem, talvez a “Winter” que é estranha mas estranhamente eficaz pareça realmente algo longe de tudo o resto. Aquela abordagem crua ao death metal que surge de (ainda) de forma mais descomprometida continua a ser a sua imagem de marca, algo que apreciamos.

6.5/10
Fernando Ferreira

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