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WOM Reviews – Triptykon / Walk Through Fire / Smokemaster / Spirit Adrift / Demonic Death Judge / Hell Obelisco / V/A – “Fangs – Vol.1” / Abysmal Grief

WOM Reviews – Triptykon / Walk Through Fire / Smokemaster / Spirit Adrift / Demonic Death Judge / Hell Obelisco / V/A – “Fangs – Vol.1” / Abysmal Grief

Triptykon – “Requiem (Live At Roadburn 2019)”

2020 – Century Media Records

Grandioso e majestoso. E sabe a pouco tanto quanto é algo que nos deixa esmagados pela sua grandiosidade. A lenda conta em como “Rex Irae” surgiu no mítico “Into The Pandemonium” e em como essa saga terminou precisamente no último álbum de originais da mítica banda suiça, “Monotheist”, com “Winter”. No meio, está uma “Grave Eternal”, completamente inédita, que foi apresentada ao mundo em geral (e ao Roadburn em particular) com a ajuda de uma orquestra sinfónica. O resultado? Grandioso e majestoso. Se calhar estou a repetir-me, mas é daquelas ocasiões em que as palavras não chegam. Para ser ouvido de seguida – e por isso amigos do vinil peço desculpa mas é algo que se perde neste formato – e para ser sugado para um mundo de belo e melancólico efeito. Disponível também em DVD, que tivemos oportunidade de visualizar e que faz com que seja um item obrigatório para qualquer fã de Celtic Frost. E de Triptykon também, mas sobretudo Celtic Frost.

9/10
Fernando Ferreira

Walk Through Fire – “Vår Avgrund”

2020 – Wolves And Vibrancy Records

Este é um álbum difícil de absorver. Nada de novo no universo dos Walk Through Fire, portanto. Apesar da ausência de seis anos, não houve grandes mudanças. A banda (e/ou os seus membros) parece que continuam tão miseráveis como antes. Essa é a sensação que nos passam, pelo menos. Pesado como poucos e claustrofóbicos como outros tantos, novos níveis de desconforto são explorados aqui onde a repetição é como se tratasse uma tortura. Agora poderão estar a pensar, “mas porque raio é que quero ouvir algo assim?” É uma boa questão, mais que válida, para a qual, ironicamente, não disponho de resposta. E ainda assim, é impossível não destacar a sua genialidade, porque a capacidade de fazer algo assim e ainda conseguir ter energia para as funções básicas (como respirar) não deixa de ser impressionante. Não será um álbum para ouvir quando se está alegre e será melhor não ouvir quando se está triste… mas ainda assim deverá ouvir-se sempre que se possa.

9/10
Fernando Ferreira

Smokemaster – “Smokemaster”

2020 – Tonzonen Records

“Smoke’m if you got them” é o nosso grito de guerra para este tipo de cosas, algo que uma desingação como Smokemaster denuncia logo. No entanto, e apesar da entrada “Solar Flares”, parece que há muito mais aqui do que temos aparente. “Solar Flares” leva-nos a passear pela maionese mas “Trippin’ Blues” faz-nos descer até à terra com um rockão daqueles que se ouve em bares de filmes norte-americanos onde se está presetes a estalar tudo à porrada e/ou ao tiro. E ainda assim, ainda há espaço para uma viagenzita até à estratosfera, com um grande solo. E entre dois mundos é o que temos em “Ear Of The Universe” e no fundo no trabalho como um todo. Percebemos o psicadélico pela forma como evoca aquele feeling surrealista de um David Lynch, como temos inúmeras imagens associadas que nos surgem. Apesar de não corresponder à expectativa que o nome sugere, acaba por ter o mesmo impacto. Ou por outras palavras, não é stoner mas tem o mesmo impacto psicotrópico.

8/10
Fernando Ferreira

Spirit Adrift – “Curse Of Conception”

2017 / 2020 – Century Media Records

Não nos admira nada esta reedição por parte da Century Media. Tanto não surpreende que até é algo bem merecido. Os norte-americanos lançaram três álbuns que mais que provam o seu valor, com uma fórmula bem orgânica de doom metal, onde as dinâmicas do heavy metal não estão esquecidas. Quando se pensa em doom metal pensa-se logo numa certa fórmula e aquilo que os Spirit Adrift fazem bem é obrigar-nos a esquecer em modus operandi ou seja o que for. Segundo álbum do duo (que começou aqui precisamente a ser um duo, já que anteriormente era um projecto a solo de Nate Garrett) que continua a bater tanto hoje em dia como em 2017. Portanto, reedição obrigatória em vinil.

9/10
Fernando Ferreira

Demonic Death Judge – “The Trail”

2020 – Suicide Records

A capa deste “The Trail” mostra uns Demonic Death Judge diferentes dos álbuns anteriores. Em termos sonoros, nem por isso. Doom com retinques de stoner e até algum psicadelismo mas com a voz áspera de Jaakko Heinonen a não nos fazer esquecer que apesar de não aparecer isto é mesmo material abrasivo que com a distracção poderá levantar pele até ao osso. Alguns riffs bem conseguidos e cheios de groove seria o suficiente para ficarmos satisfeitos, mas a banda ainda consegue trazer-nos bons temas – “Flood” é um deles. Quando se arrisca a sair da sua zona de conforto, é quando as coisas parece que correm melhor.

8/10

Fernando Ferreira

Hell Obelisko – “Live In Stockholm”

2020 – Edição de Autor

Não conhecia a banda e a melhor forma de apresentar é mesmo de ouvir a sua música registada ao vivo, onde, supostamente, a energia está mais ao rubro. Confere. Sludge/doom pesadão e cheio de groove mas com muita garra é o que os italianos apresentam neste lançamento digital (até ver) e disponível para download grátis no bandcamp da banda. E numa altura em que os concertos é só mesmo dentro de casa, o impacto ainda é maior. Para ir ouvir e para ficar a conhecer para quem gosta da sua música com túbaros.

7.5/10 
Fernando Ferreira

V/A – “Fangs – Vol.1”

2020 – Mongrel Records

Catorze bandas africanas (se não estou em erro, a maior parte são da África o Sul) que mostram que o continente está em franca expansão no que diz respeito ao rock. Claro que na lista das bandas reunidas aqui teremos que destacar nomes como Ruff Majik ou The Drift, já velhos conhecidos nossos. Do stoner e doom ao thrash com mais groove ou progressivo, há de tudo por aqui e uma série de nomes que são agradáveis surpresa como os Sunken State ou os Savage Lucy (que grande música é “Vagabond”, em todos os sentidos), isto apenas para não dizer ou descrever cada uma das bandas. Não há uma desilusão que seja neste trabalho, por isso mais que recomendado para ficar a conhecer novos sons e expandir os conhecimentos.

9/10
Fernando Ferreira

Abysmal Grief – “Mors Eleison”

2006 / 2019 – Sun & Moon

Vamos agora até aos primórdios da carreira dos mestres italianos do doom metal. Foi aqui que a banda começou a ter um grande impacto no underground doom e não é difícil perceber porquê, com uma abordagem crua mas com um ambiente difícil de igualar – e a cover de Paul Chain Violet Theatre acenta mesmo bem aqui. Não é propriamente um ambiente bonitinho, mas essa é o encanto dos Abysmal Grief. Uma boa oportunidade para completar a colecção da banda.

7/10
Fernando Ferreira

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