WOM Reviews – Vivaldi Metal Project / Impact Approved / Lord Agheros / Leaden Tears
Vivaldi Metal Project – “Epiclassica”
2022 – Sifare
Regresso deste interessante projecto italiano. Os Vivaldi Metal Project lançaram um bom álbum de estreia em 2016 e ainda um EP em 2018 e um álbum ao vivo em 2019. Agora surge o segundo álbum, ainda mais ambicioso, com dois discos onde o metal sinfónico reina naturalmente. Mistheria continua a ser o músico que lidera este projecto e continuamos a ter grandes referências e homenagens aos temas imortais compostos não só por Vivaldi (como já era previsível) como também a Mozart, Brahms, Dvorák, Albinoni, Beethoven, Bach, Chopin, entre outros. Basicamente para quem gosta de música clássica e para quem sempre sonhou com o cruzamento com o rock ou metal (algo que já é bem comum há alguns anos para cá), mais um bom trabalho obrigatório. A ambição de ter um álbum duplo compensou porque é mesmo um dos grandes trabalhos de metal sinfónico de 2022.
9/10
Fernando Ferreira
Impact Approved – “Into The Fray”
2022 – WormHoleDeath
Tal como o nome do álbum pode adivinhar, estes alemães mandam-se para o seu álbum de estreia sem medos e com um death metal melódico muito interessante. Oferece alguns momentos de semelhança (mais que não seja em espírito) com uns Amon Amarth mas com uma frescura bem mais acentuada já sem falando da garra que é bem palpável em temas como “Body Bag” e “Non Serviam”. Um álbum de death metal melódico mas que não esquece a parte do death metal em detrimento da melodia e que mesmo ficando por soluções que já não são novas, continuam a ser eficazes. Principalmente quando praticamente todas as melodias da guitarra lead são marcantes.
8.5/10
Fernando Ferreira
Lord Agheros – “Koinè”
2022 – My Kingdom Music
A regularidade de quatro anos de intervalo entre lançamentos parece ser aquela adotada pela one-man band italiana Lord Agheros. O que em si é refrescante porque o que é mais comum é termos álbuns lançados a torto e direito quando na maior parte das vezes a qualidade não equivale a quantidade. Consta que a banda tocava uma espécie de black metal ambiental mas esses dias já lá vão, embora a atmosfera seja sem sombra de dúvida o elemento que se revela como mais interessante. Aliás, não fosse a componente algo plastificada do som das guitarras (e restantes instrumentos metal) e a sonoridade seria bem mais interessante. Podemos dizer que o elemento metal extremo está ainda presente mas mais voltado para o death do que propriamente black metal mas são as vocalizações limpas e algo étnicas (assim como os coros) que conquistam a nossa atenção, dando uma sensação cinematográfica bem conseguida. Não fosse o desequilíbrio entre estes dois mundos e teríamos um álbum bem mais interessante e sólido.
6.5/10
Fernando Ferreira
Leaden Tears – “Nobody’s Innocent”
2022 – Edição de Autor
Mesmo para quem gosta de metal sinfónico, terá de admitir que hoje em dia, tal como em qualquer outro momento onde as coisas foram exploradas até à exaustão, existem propostas que não perdiam nada em ficar uns tempos no limbo antes de avançarem para os álbuns. A capa de “Nobody’s Innocent”, o álbum de estreia dos italianos Leaden Tears dá logo a dica, mas como nós não gostamos de indiretas mesmo assim seguimos em frente. E… não é que não tenhamos boas ideias (algo datadas) mas a forma como as mesmas são apresentadas e os argumentos de produção usados são tão fracos que ficamos na dúvida se isto terá sido mesmo gravado em 2021/2022 ou se será a recuperação de gravações de 1995. Há aqui talento mas há também muita coisa que no combina junta. A voz limpa masculina claramente é uma delas assim como o som das guitarras e dos teclados – o primeiro muito abafado e o segundo muito pouco imaginativo – e no final ficamos com pena porque claramente é uma banda com ambição mas infelizmente não há como competir com a fortíssima competição que existe neste segmento da música pesada.
4/10
Fernando Ferreira
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