WOM Reviews – Vorkuta / Sarvekas / Grievance / Herjan / Oss Nebes / Veneration / Dark Paramount / Apoclibbon Doshol
WOM Reviews – Vorkuta / Sarvekas / Grievance / Herjan / Oss Nebes / Veneration / Dark Paramount / Apoclibbon Doshol
Vorkuta – “Wandering Alone In The Forest Of Transcendence”
2021 – Werewolf Records
Formados em 2002, os Vorkuta são uma banda húngara de black metal que desta vez decidiu enveredar por caminhos mais místicos. Wandering Alone in The Forest Of Transcendence é um EP de 10 minutos que se divide numa faixa de cariz mais ambiente e espiritual e noutra de estilo de black metal. Certamente que esta mistura de estilos proveninente de uma banda de black metal, já não é novidade para ninguém e, felizmente, este é mais um dos casos em que funciona de forma excelente. Mesmo que finalizada, a primeira faixa deixa as suas influências na segunda, conferindo assim todo um meio único a este EP. No que diz respeito à segunda parte, é um tipo de black metal que nem é demasiado agressivo nem demasiado leve e que atinge em cheio no ponto de qualidade. No todo, só é pena ser um EP tão curto.
8.5/10
Matias Melim
Sarvekas – “Of Atavistic Fury & Visions”
2020 – Soulseller Records
EP de estreia dos Sarvekas, uma banda finlandesa que tem tudo para tornar-se um dos grandes nomes do black metal melódico do país. Isto porque não caem em exageros sinfónicos e porque são completamente impiedosos na sua eficácia. Apesar de ser uma proposta unidimensional de black metal, a dinâmica dos riffs e das melodias em tremolo picking fazem toda a diferença. Uma grande promessa surge no horizonte.
9/10
Fernando Ferreira
Grievance – “Nos Olhos Da Coruja”
2020 – Argento Records
É cada vez mais comum termos bandas de black metal misteriosas das quais não há nenhuma informação. Mas no final o que interessa mesmo é a música e no caso dos holandeses Ossaert, o que temos é quatro temas longos, hipnóticos e cruz. Vistas a coisas, não é preciso saber quem são, de onde vieram e para onde vão. Nem é preciso letras nem títulos de música (por muito que seja um chavão termos “I”, “II”, “III” e “IV” como títulos, enquadra-se perfeitamente) porque a música fala por si só. E nem só consegue ser aquele black metal cru e primitivo como também consegue alcançar níveis inesperados de melancolia (conferir a “III”). No geral é um álbum surpreendente que não conseguimos ficar indiferentes.
8.5/10
Fernando Ferreira
Herjan – “Nightfall Of Humanity”
2017 – Vacula Productions
Estreia dos italianos Herjan que parecem soar tão inexpressivos para o blackmetal tal como a capa o é para os nossos olhos. Parece porque na realidade são bem mais eficazes, apesar de ainda assim não se escaparem muito aos lugares comuns daquilo que entendemos do black metal mais típico da segunda vaga. O que não é mau se for disso mesmo que gostamos. Riffalhadas em tremolo picking para a frente e não há muito mais a contar. Unidimensional apesar de alguma dinâmica a nível de tempos mas sem grandesnovidades para além disso. E é bom. Não é uma obra prima mas satisfaz os impulsos mais negros por black metal.
7.5/10
Fernando Ferreira
Oss Nebes – “Oss Nebes”
2017/2018 – Vacula Productions
Estreia auto-intitulada do duo russo de black metal Oss Nebes. Uma estreia que anda pelos caminhos do black metal mais cru mas que surprende pelas doses de melodia que usa. Melodias de bom gosto, diga-se de passagem. Apesar das modestas condições, os resultados são manifestamente positivos, sendo que este é um disco que apelará a todos os que gostam de black metal com guitarras a emular enxame de abelhas e de temas (bem) longos. E apesar de poder parecer, a descrição deixada atrás é mesmo uma indicação de algo positivo.
7/10
Fernando Ferreira
Veneration – “Thy Infernal”
2020 – Fallen Temple
Estreia discográfica dos indonésios Veneration que trazem black metal de acordo com as velhas tradições. Ou seja, antes da segunda vaga escandinava estipular muito bem como o black metal deveria soar, havia uma mixórdia de sonoridades, do black ao death e passando até pelo doom metal que se insurgiam. O resultado é uma sonoridade muito mais interessante do que apenas juntar riffs de tremolo picking e seguir para bingo. Não é que não seja unidimensional, até porque a entrega vocal não dá para grandes vôos mas ainda assim não deixa de ser uma boa estreia para os amantes de música pesada e podre.
7/10
Fernando Ferreira
Dark Paramount – “Factor Obscurus”
2017 – Vacula Productions
Segundo álbum dos brasileiros Dark Paramount e o primeiro após a sua segunda vida. Não é um regresso particularmente entusiasmante já que traz uma mistura pouco atractiva de death com black metal. A banda já lançou dois álbuns depois deste (curiosamente lançados neste mesmo ano) mas a avaliar pelo o que temos aqui, não é coisa para ficar com grandes expectativas. Não é propriamente mau, apena não é nada que os faça sair do espectro da mediania. Talvez se tivesse vindo umas décadas mais cedo…
5.5/10
Fernando Ferreira
Apoclibbon Doshol – “Nowhere Near Stars”
2017 – Vacula Productions
Black metal das estrelas, algo que a capa, apesar da fotomanipulação aberrante, dá dindicação. Quando se pensa neste tipo de coisa, pensa-se sempre em bandas como Limbonic Art, Emperor, Sirius. Ou seja bandas que, em maior ou menos proporção, tinham muitas dinâmicas a acontecer. Bem esta one-man band espanhola vai pelo caminho contrário. A única coisa cósmica que tem a seu favor é, potencialmente, as suas letras, mas como também não percebemos nada, vale o que vale. Musicalmente há um elemento forte de repetição que é usado e que até quase que é eficaz, não fosse uma bateria com uma tarola completamente desadequada e que faz com que se tenha uma sensação de chinfrindeira sem grandes variações, com a voz inclusive a ser enterrada pela parede de guitarras e rajadas de bateria. Para os que não ficam com dor de cabeça facilmente.
5/10
Fernando Ferreira