WOM Tops – Top 20 Heavy Metal 2016
WOM Tops – Top 20 Heavy Metal 2016
Depois do rock e hard rock do mês passado, obviamente que teríamos que começar este mês com o heavy metal, o centro de tudo o que representa a World Of Metal como projecto. Podemos começar num debate longo sobre como o heavy metal já não é o que era, como as bandas clássicas estão a perder o fulgor e em como não concordamos com nenhuma destas afirmações. Os tempos estão realmente diferentes e não vamos ignorar. Tudo muda, tudo tem de mudar, afinal a mudança é a sustentação de tudo o que vive e respira. O heavy metal não é excepção, e ainda bem. No entanto, aquilo que já aprendemos por ouvir muita (mas mesmo muita) música é que por muito que as coisas mudem, elas insistem em ficar na mesma. Isto é, o heavy metal poderá mudar, poderá evoluir, mas a base permanece irremediavelmente a mesma. E com isto abrimos as portas a vinte álbuns que provaram precisamente isso no ano de 2016.
20 – HAMMER FIGHT – “PROFOUND AND PROFANE”
NAPALM RECORDS
Luta de martelos parece ser uma descrição adequada para aquilo que os norte-americanos Hammer Fight fazem: bom e velho heavy metal como mandam as regras do outro lado do Atlântico mas com uma dose de poder que impressiona os menos preparados. Ao segundo álbum, os Hammer Fight aumentam a fasquia com um trabalho para lá de intenso, que por vezes chega a soar a thrash. E por nós tudo bem.
Fernando Ferreira
19 – MONTE PITTMAN – “INVERTED GRASP OF BALANCE”
METAL BLADE
Monte Pittman poderá não ser o headbanger típico nem mesmo o guitar hero – o homem toca com a Madonna, por amor da santa – mas que tem o metal a correr-lhe nas veias não existem dúvidas. E se existem, é porque não ouviram “Inverted Grasp Of Balance”. É certo que transcende os limites do heavy metal e não é a proposta típica do género, mas este é um daqueles álbuns que transpira metal por todos os poros. Ainda para mais conta com uma secção rítmica de assustar, com Richard Christy (ex-Death, Iced Earth e actualmente nos Charred Walls Of The Damned) e Billy Sheehan (dos Mr. Big, Winery Dogs e já fez parte da banda de nomes como David Lee Roth e Steve Vai)
Fernando Ferreira
18 – SCARBLADE – “THE COSMIC WRATH”
NO REMORSE RECORDS
Que grande estreia discográfica. Apesar desta ter sido uma frase que dissemos muitas vezes no passado ano de 2016, é bom saber que também a dissemos no contexto do heavy metal. Os Scarblade são suecos (quem mais para nos apresentar heavy metal clássico potente) e “The Cosmic Wrath” é um discaço daqueles onde uma voz menina se apresenta em sentido para nos trazer heavy metal clássico com uma produção bem poderosa e moderna. Parece confuso? Nada disso. É simples, é heavy metal, é bom.
Fernando Ferreira
17 – TYGERS OF PAN TANG – “TYGERS OF PAN TANG”
MIGHTY MUSIC
A New Wave Of British Heavy Metal ficou famosa por trazer ao mundo uma série de novas bandas de heavy metal que contagiaram de entusiasmo as hostes da música pesada mas no final o sucesso esmagador acabou por se limitar a um trio de bandas: Iron Maiden, Saxon e Def Leppard – estes últimos que nem se consideravam, e com razão, heavy metal. Tygers Of Pan Tang foi uma das bandas que não chegou a ter o suceso que a sua música merecia. Com um início de carreira esmagador, e muita instabilidade de carreira, esta terceira encarnação têm tido resultados fantásticos nos quais se pode incluir este álbum auto-intitulado, um álbum que pode rivalizar com os melhores da carreira da banda britânica.
Fernando Ferreira
16 – PRIMAL FEAR – “RULEBREAKER
FRONTIERS RECORDS
Tivemos algumas dúvidas em relação à posição dos Primal Fear nesta lista. Apesar da banda alemã ser apontada como power metal, sempre a vimos como heavy metal vitaminado. Para muitos essa é a definição do power metal. Adiante que já se faz tarde. Os Primal Fear tornaram-se um dos nomes incontornáveis do heavy metal alemão ao longo dos anos e este “Rulerbreaker” é o seu décimo primeiro trabalho e não podemos dizer que seja propriamente algo que quebre as regras. Por estas alturas não é bem o que se espera da banda de Matt Sinner e de Ralf Scheepers. Contentamo-nos bem com boas malhas de metal clássico e é isso mesmo que temos.
Fernando Ferreira
15 – LAST IN LINE – “HEAVY CROWN”
FRONTIERS RECORDS
Só em teoria este é um álbum vencedor. Os Last In Line representam nem mais nem menos que a reunião dos membros originais da banda de Ronnie James Dio, Vinny Appice, Jimmy Bain, Vivian Campbell e Claude Schnell (que entretanto foi despedido e não chegou a participar neste álbum). A ideia era fazer uma banda de tributo a Dio e optaram por usar o nome do álbum onde todos se juntaram pela primeira vez, sem contar com o vocalista Andrew Freeman. Este álbum é mais que uma homenagem ao passado e ao trabalho de uma grande voz. Soa como um clássico que ficou guardado na gaveta todos estes anos sendo mais do que um exercício de tributo ou de recapturar o quer que seja. Infelizmente, o mesmo ano que viu a estreia deste projecto ficou marcado pelo desaparecimento de Jimmy Bain.
Fernando Ferreira
14 – ANVIL – “ANVIL IS ANVIL”
STEAMHAMMER
Os Anvil são sinónimo de heavy metal. Poderão não ser um nome de culto como os Motörhead e Lips poderá não chegar a ter o culto que Lemmy teve, tem e provavelmente terá, no entanto ninguém poderá negar que a regularidade em termos de edições e em termos de qualidade das mesmas é um facto. Dezasseis álbuns e o heavy metal nunca fraquejou. Sem experimentações nem invenções, a banda faz aquilo que quer, que sempre fez e que gosta e nós só temos a lucrar com isso. Numa altura em que o heavy metal é tão descaracterizado, é bom voltar à simplicidade da sua essência. Anvil é essa simplicidade.
Fernando Ferreira
13 – METAL CHURCH – “XI”
RAT PAK RECORDS
Tal como com os Anvil, os Metal Church são um dos nomes clássicos do heavy metal mais subvalorizados que há. É certo que a sua carreira não é uma galeria de álbuns inesquecíveis, mas sem dúvida que os seus primeiros quatro álbuns são clássicos do heavy metal e que a banda nunca teve um lançamento propriamente mau. “XI” é um marcar de posição e também o regresso da voz de Mike Howe, talvez uma das mais características da banda, a par do falecido David Wayne. Boas músicas, bom espírito, heavy metal norte-americano clássico. Não é preciso mais e nem esperávamos tanto.“Us And The Night” mostra-nos precisamente isso. A sua fórmula de rock vai para além dos primórdios de carreira da banda. Tem todos os ingredientes clássicos para atrair os ouvintes. Sem refrães da moda repetidos até à exaustão e sempre com bons riffs e solos.
Fernando Ferreira
12 – BLAZE BAYLEY – “INFINITE ENTANGLEMENT”
BLAZE BAYLEY RECORDINGS
Somos fãs de Blaze Bayley. Assumidos. Mesmo achando que a sua passagem pelos Iron Maiden foi um erro de casting, gostamos de “Sign Of The Cross” e “Virtual XI” assim como também gostamos dos seus primeiros trabalhos a solo. Algures pelo caminho, existiram alguns trabalhos menos conseguidos (como o terceiro com a presente designação, “The King Of Metal”), mas a sua tenacidade e perseverança foram-nos trazendo bons trabalhos, onde se insere este “Infinite Entanglement”, um álbum conceptual, o primeiro de uma trilogia, baseado numa história escrita pelo próprio vocalista. Um grande álbum de heavy metal a lembrar os bons tempos de “Silicon Messiah”.
Fernando Ferreira
11 – DYNAZTY – “TITANIC MASS”
SPINEFARM RECORDS
Confessamos que fomos apanhados desprevenidos com os Dynazty. A banda não é propriamente novata – atingiu a primeira década agora em 2017 – e “Titanic Mass” é já o seu quinto álbum originais, mas, não sabendo como, conseguiram passar longe do radar. Até ficarmos a par da existência deste álbum. A junção de várias campos, vários géneros mas que todos juntos só dignificam o heavy metal. A imediatez do hard rock, a diversão do power metal e o peso do heavy faz com que ficássemos logo fãs. E também pudemos confirmar que a banda em cima do palco mantém os níveis de interesse altíssimos.
Fernando Ferreira
10 – PRETTY MAIDS – “KINGMAKER”
FRONTIERS RECORDS
A Dinamarca pode não ser um país que nos traga muitas propostas dentro do metal em geral e no heavy metal em particular. No entanto, os nomes que apresenta são seguramente clássicos incontestáveis. Os Pretty Maids são um deles com uma carreira já com mais de trinta anos e quinze álbuns de originais. “Kingmaker” apresenta uma colecção de canções de heavy metal como a banda dinamarquesa já nos habituou. Melodia e peso numa combinação irresistível.
Fernando Ferreira
9 – LORDS OF BLACK – “II”
FRONTIERS RECORDS
Apesar de ser o segundo álbum da banda espanhola, este “II” surgiu como uma boa surpresa. Um heavy metal poderoso ainda que tradicional (ou pelo menos da sua vertente neoclássico) com o destaque para a entrega e timbre de Ronnie Romero, o vocalista que também faz parte da mais recente formação dos Rainbow. Sem fillers, uma boa representação de como o heavy metal pode soar moderno, poderoso e mesmo assim respeitar os pontos-chave do estilo.
Fernando Ferreira
8 – HAMMERFALL – “BUILT TO LAST”
NAPALM RECORDS
Os que era no final da década de noventa a nova face do heavy metal europeu são hoje em dia veteranos já com dez álbuns de originais às costas. Poderíamos afirmar que “Built To Last” é um regresso às origens se isso não pudesse levar ao engano aqueles que esperam ouvir “Glory To The Brave” quase vinte anos depois do seu primeiro álbum ter saído. Há um resumir de matéria dada e os Hammerfall provam que continuam a ter o que é preciso para satisfazer aqueles que têm fome por heavy metal. Apesar de grande parte dos temas ser midtempo, a qualidade evidencia-os em pico de forma.
Fernando Ferreira
7 – CASTLE – “WELCOME TO THE GRAVEYARD”
VÁN RECORDS
Ao quarto álbum os Castle ascendeu mais uns degraus na escala do reconhecimento, principalmente pela imprensa que aclamou este trabalho um pouco por todo o lado. Nós não fomos excepção, que consideramos “Welcome To The Graveyard” como um dos álbuns do mês, com uma excelente pontuação. Nada de extraordinário na fórmula mas com resultados excelentes – heavy metal de teor clássico o qual recomendamos a todos os que se dizem gostar do estilo.
Fernando Ferreira
6 – MEDEVIL – “CONDUCTOR OF STORMS”
EDIÇÃO DE AUTOR
Mais uma proposta que poderia estar noutra lista mas que decidimos colocar nesta, pelo seu feeling puro, principalmente. Tal como os Enforcer, Dynazty e Elm Street (apenas para citar alguns exemplos) os Iron Curtain foram uma das bandas que conseguiu recapturar o espírito puro do som sagrado. Quando tudo era heavy metal e antes de haver a separação de tribos. Os nuestros hermanos dão uma verdadeira lição, daquelas que não nos importamos de repetir até à exaustão. Um terceiro álbum que evidencia o seu poder ao mundo.
Fernando Ferreira
5 – ATTICK DEMONS – “LET’S RAISE HELL”
PURE STEEL RECORDS
Não é por serem portugueses mas se há uma banda que merece estar presente nesta lista, essa banda é sem dúvida os Attick Demons. E também não é uma escolha devido ao mérito e perseverança da sua carreira (embora pudesse ser). É mesmo pela qualidade inequívoca de “Let’s Raise Hell”, um grande álbum de heavy metal tradicional, lançado por uma editora que sabe tratar bem o estilo. Para nós, o álbum português de heavy metal de 2016. Só lamentamos a longa ausência dos álbuns mas esperamos que para o terceiro não passe tanto tempo.
Fernando Ferreira
4 – ELM STREET – “KNOCK’EM OUT… WITH A METAL FIST”
MASSACRE RECORDS
A capa pode ser caricata, mas como banda que se propõe a manter viva a chama do heavy metal da década de oitenta nos dias de hoje, até se consegue se perdoar. Principalmente por apresentarem um excelente álbum de heavy metal que por vezes até beira o thrash. Também o virtuosismo tem uma palavra importante a dizer e a maturidade da banda é bem apreciável em temas como “Kiss The Canvas” e o épico de mais de onze minutos “Blood Diamond”.
Fernando Ferreira
3 – IRON CURTAIN – “GUILTY AS CHARGED”
PURE STEEL RECORDS
Mais uma proposta que poderia estar noutra lista mas que decidimos colocar nesta, pelo seu feeling puro, principalmente. Tal como os Enforcer, Dynazty e Elm Street (apenas para citar alguns exemplos) os Iron Curtain foram uma das bandas que conseguiu recapturar o espírito puro do som sagrado. Quando tudo era heavy metal e antes de haver a separação de tribos. Os nuestros hermanos dão uma verdadeira lição, daquelas que não nos importamos de repetir até à exaustão. Um terceiro álbum que evidencia o seu poder ao mundo.
Fernando Ferreira
2 – CAULDRON – “IN RUIN”
THE END RECORDS
Os Cauldron são um dos bons nomes que a nova vaga de heavy metal nos trouxe. Embora a banda não seja sobejamente conhecida por esse mundo fora, é inegável que é uma das mais populares pelo underground. Quatro anos de ausência a ressacar por nova música é demasiado mas nada que “In Ruin” não curasse na perfeição. Ao quarto álbum a banda canadiana apresenta aquele que é, pelo menos para nós, o seu melhor trabalho. Heavy metal clássico e com raça bem viciante. E pouco mais é preciso para uma vida perfeita.
Fernando Ferreira
1 – DENNER/SHERMANN – “MASTERS OF EVIL”
METAL BLADE
Este era um dos álbuns mais aguardados pelos fãs do verdadeiro heavy metal. Ok, este tipo de afirmações até faz prever que estamos a falar de um álbum de Manowar. Mas não “Masters Of Evil” é a materialização do que o EP “Satan’s Tomb” ameaçou em 2015: um grande álbum de heavy metal que pega não só na tradição de Mercyful Fate como ainda lhe acrescenta um saudável toque da nova geração do género. Uma formação de luxo para um álbum que já não julgávamos possível ouvir nos dias de hoje.
Fernando Ferreira