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WOM Tops – Top 20 Metalcore/Deathcore/Groove Albums 2019

WOM Tops – Top 20 Metalcore/Deathcore/Groove Albums 2019

Mais um 500-em-1. Infelizmente é um malefício de tentarmos chegar a todo o o lado e aqui tentámos alcançar as franjas mais modernas do metal, seja através do metalcore, deathcore ou mesmo groove. Sendo algo puramente pessoal, podemos constatar a enorme concorrência para este TOP 20, sendo que os finalistas são mesmo álbuns que vão superar todo e qualquer desafio que o tempo possa provocar.

20 – Obzerv – “Acherontia Atropos”

Edição de Autor

O metal tem muitas formas e muitas metamorfoses. Friamente podemos dizer que os Obzerv pertence a uma das mais recentes, onde o peso das guitarras se funde com as dissonâncias do nu-metal e se juntam a ambiências progressivas para trazer algo novo. Bem, não tão novo quanto isso porque já muitos o fizeram antes da banda grega, no entanto, a forma como o fazem (este é sempre o ponto principal) é refrescante o suficiente para que fiquemos de sobreaviso ao longo destes bnove temas. Bastante variado e dinâmico, onde a complexidade dos temas instala-se aos poucos na mente e coração dos ouvintes. Foi assim connosco, será assim convosco.

Fernando Ferreira

19 – Borders – “Purify”

Long Branch Records

A força e raiva com que os Borders atacam não deixa de ser impressionante, mas mais do que breakdowns (inevitáveis neste contexto) e vozes guturais, é o contexto e mensagem de contestação que acabam por ter um impacto maior. Musicalmente a coisa anda pelo metalcore, mas daquele mais próximo da vertente hardcore do que propriamente algo mais metal. O que pode ser um problema para quem só lá vai por causa do metal mesmo. Seja como for, e com os horizontes abertos, este é um trabalho que é muito fácil de ficar fã. Uma “War” pode ser perfeitamente o ponto de entrada, tendo um pouco de tudo.

Fernando Ferreira

18 – Kadinja – “Super 90’”

Arising Empire

Poderá achar-se que a indústria hoje em dia está aleijada. Que nunca terá o poder de outrora e de certa forma isso nem é descabido no entanto se olharmos para uma banda como os Kadinja, que nunca iríamos conhecer não fosse a sua ligação com a Arising Empire (editora subsidiária da Nuclear Blast), temos que ser honestos e ver que existe um poder de influência. E ao segundo álbum os Kadinja mostram-nos a sua fórmula de metal moderno bem refinada. A este ponto é complicado dizer que isto é metalcore, groove, metal moderno ou se tudo junto misturado com tendências progressivos. A homenagem à década de noventa no seu título está limitada quase mesmo a esse espaço, mas a música não deixa de representar uma lufada de ar fresco em relação que se vai fazendo, juntando alguns malabarismos esqusitos (aquela “From The Inside” parece uma montanha russa) a um sentido de melodia impecável. Os anos noventa não vão voltar nunca, mas a música que temos agora não é má de toda.

Fernando Ferreira

17 – Climate To Fear – “The Onset Of Eternal Darkness”

Demons Run Amok

Os Clime To Fear andam algures entre o death metal clássico e o uso do hardcore que se convencionou chamar de metalcore, isto nos seus primórdios e sobretudo no estilo de voz usada – sim, calma, calma detractores do metalcore, a coisa não tem nada a ver com o estilo em si (não que haja alguma coisa errada com isso). Um álbum composto por temas curtos mas directos ao assunto onde não faltam grandes riffs e bons solos de guitarra. Não é a usual proposta de death metal mas não deixa de soar refrescante por isso mesmo.

Fernando Ferreira

16 – Bleed Someone Dry – “Unorthodox”

WormholeDeath

Mais uma vez o deathcore. Não nos cansamos de de ser surpreendidos pela forma como o deathcore ou pelo menos algumas das bandas que tocam deathcore conseguem dugir ao paradigma tão fixo e estático do género. Os italianos Bleed Someone Dry são uns que tais e a  designação deste seu álbum não poderia ser mais perfeita, já que embora tenham sem dúvidas do género, apresentam-nos de forma bem interessante e trazem-nos uma lufada de ar fresco. Não vamos tão longe ao dizer que vai converter tudo e todos mas sem dúvida que entretem de forma surpreendente para quem não o esperava.

Fernando Ferreira

15 – Next Time Mr. Fox – “Sunken City”

Edição de Autor

Vocês sabem, não escondo, comecei por interessar-me ligeiramente pelo metalcore, para ficar enjoado do mesmo para depois começar a ficar interessado com a forma como algumas bandas (infelizmente uma minoria) conseguem refrescar as coisas e apresentar algo novo, tal como os Next Time Mr. Fox o fazem. Talvez abusem um pouco dos mesmos truques ao longo destes quarenta minutos mas a coisa sem dúvida que resulta. Itália a dominar o que se vai fazendo dentro do metal moderno.

Fernando Ferreira

14 – 5Rand – “Dark Mother”

Time To Kill Records

Os italianos 5Rand vão aparecer em muitos mais sítios depois deste “Dark Mother”, que é uma poderosa descarga de death metal moderno e levemente melódico. A forma como atacam os dois estilos – e acabam por evidenciar/estabelecer a sua identidade muito própria – traz-nos um sentido de frescura que não é comum neste nicho. E mais do que refrescante, temos a sensação que a banda poderá fazer ainda mais e melhor.

Fernando Ferreira

13 – Any Given Day – “Overpower”

Arising Empire

Lembram-se daqueles tempos em que dizia review sim, review não, como estava farto de groove, de metalcore, de pós-hardcore e de todas as invenções da moda. Bem, não sei se será da idade ou se realmente me fizeram uma lavagem cerebral mas um álbum como “Overpower” soam-me bastante bem. Sim, tem aquela estrutura mais que vista e batida da dicotomia entre a voz áspera nos versos para depois surgir a voz bonitinha no refrão. Inegavelmente não surpreende, no entanto as melodias e refrães em si são do mais viciante possível o que faz que se passe por cima de qualquer alergia a lugares comuns. E isto é uma constante ao longo de todo o álbum. Excelente.

Fernando Ferreira

12 – While She Sleeps – “SO WHAT?!”

Spinefarm Records

Os While She Sleeps talvez tenham ficado mais familiares aos ouvidos dos fãs de música pesada por terem sido anunciados para o VOA 2019. Para quem gosta da mistura infalível de metalcore, com uma pitada de arranjos electrónicos e, sobretudo, melodias memoráveis, então poderão começar a fazer a preparação com “SO WHAT?”. Este é um trabalho arrojado e apostado em fazer a banda ascender de nível. É, sem dúvida, mais acessível como também mantém o peso e a sua identidade e acaba por se ouvir bastante bem para quem gosta de melodias marcantes. Boa surpresa e um dos trabalhos dentro do género em 2019 até agora.

Fernando Ferreira

11 – Neither – “The Abyss”

Indelirium Records

Eta putência dôda! O início deste álbum, ou melhor o início de “Awash”, o primeiro tema, dá-nos um ideia de que iríamos estar perante algo mais alternativo ou requentado de nu-metal, no entanto, conforme a voz entra e o peso metálico se adensa, fica claro que estes não são meninos que estão aqui para brincadeiras. E embora o termo hardcore faça sentido neste contexto, o peso que temos aqui mostra-se dinâmico o suficiente para não pertencer a nenhuma corrente que esteja ou deixou de estar na moda. O nosso foco vai todo para violência que surge-nos revestida a umsentido de melodia marcante que nos deixa desarmados. A nós e aos nossos preconceitos contra um suposto som da moda. Fantástico.

Fernando Ferreira

10 – Crystal Lake – “Helix”

SharpTone Records

Muitas vezes nos mostramos contra a evolução da música moderna. Desumanizada, seguindo parâmetros que se assemlham a um produto criado nas linhas de montagem de uma fábrica, sem surpresas, sem riscos, sem excitação. E depois temos os Crystal Lake. Não vamos negar que esta banda faz uso de muitos dos parâmetros que falámos atrás e que são, em parte representantes de tudo aquilo que não gostamos. Mas temos que calar o orgulho de vez em quando e dar o crédito ou é devido. Apesar de alguma previsibilidade pelas soluções usadas, a verdade é que os Crystal Lake têm um som que não lembra ao diabo pela forma caótica que eles usam os lugares comuns que já esperamos. Eles usam esses lugares comuns, isso é um facto mas a forma como os usam arrebenta-nos todo pelo meio. Este não é um trabalho fácil de interiorizar mas é como um quebra cabeças que nos faz doer a cabeça tão forte como nos puxa para o tentar deslindar. Uma espécie de cubo mágico em versão digital século XXI. Por esta não esperávamos.

Fernando Ferreira

9 – Childrain – “The Silver Ghost”

Gravition Music Services

Álbum de estreia de uma banda (ou projecto, não temos bem a certeza) que reúne uma série de nomes de peso da cena alternativa finlandesa e que se propõe a mostrar uma face completamente diferente da música pop. O propósito é mesmo criar música pop, orgânica (ou seja contra a corrente do que se faz hoje) e sem qualquer tipo de limitações ou fórnulas). Daí o termos aqui temas com onze minutos. É um propósito ambicioso e até certa parte atingido. O tema de abertura, “Stripes”, tem um potencial melódico infindável, onde também uma certa influência de música oriental acaba por dominar, e bem. Não lhe chamaria no entanto pop, embora as melodias são efectivamente viciantes, mas o alternativo talvez seja o termo mais correcto. Mas no final, não interessa o nome mesmo, interessa é como (tão bem que) soa!


Fernando Ferreira

8 – Seeyouspacecowboy – “Songs For The Firing Squad”

Pure Noise Records

Sasscore. É o que eles dizem que tocam. Mesmo sem saber o que raio é Sasscore, a nossa ideia é que será algo estranho. E até não é. Mais ou menos. Para quem nunca ouviu os espasmos de uns The Dillinger Escape Plan ou de uns Melt Banana, numa altura em que o hardcore estava a espalhar-se como um virus por vários ramos da música pesada, então está aqui a viagem da sua vida. Para todos os outros que têm andado atentos ao que se vai fazendo na música pesada nos últimos tempos, o que temos aqui não constitui propriamente uma novidade, mas isso só faz com que se goste mais, porque a forma como está feito não deixa de impressionar. Alucinado, bruto (muito bruto) mas com sentido, onde todo o caos tem uma ordem pré-definida (mesmo que ela pareça muito escondida) este trabalho poderá não chegar aos vinte minutos mas acaba por se tornar um vício adorável.

Fernando Ferreira

7 – The Machinist – “Confidimus in Morte”

Prosthetic Records

Os The Machinist têm, neste álbum “Confidimos in Morte”, várias influências de géneros musicais, não se limitando a uma só sonoridade.Banda que não se permitiu a ter um só rótulo. Um toque de death metal, uma pincelada de metalcore e ainda uma passagem pelo hardcore. A sonoridade é sempre pesada, no reino do “extreme metal”, tendo ali as guitarras um som quase semelhante a um “rosnar” com tanto “groove” que só apetece repetir o álbum assim que ele chega ao fim.  Todo o conjunto rítmico é potente, com a bateria carregada de força e o baixo com o tom e tempo ajustados perfeitamente. A vocalista, Amanda Gjelaj tem aqui um alcance vocal de fazer as delícias ao mais extremista, com, consequentemente, tanto de agressividade e raiva,como de desespero.Uma tempestade sonora em forma de voz humana. Destaco os temas “Strength trough Suffering” e “As you Lie” como a representação desta descrição aqui feita. Um carinho especial pelo tema “Everything is Nothing” que nos faz descer ao mais profundo do abismo do desespero, tal é a sua pujança. Um álbum a escutar e a adquirir com toda a certeza.

Sabena Costa

6 – Fit For An Autopsy – “The Sea Of Tragic Beasts”

Nuclear Blast Records

Bom exemplo de expansão, evolução e mesmo assim ser porta-estandarte de um género ao qual todos parece que querem fugir (ou pelo menos queriam há alguns atrás. Os Fit For An Autopsy têm vindo a subir degraus na escadaria do reconhecimento assim como também na da qualidade. “The Sea Of Tragic Beasts” mantém a regularidade certa de a cada dois anos lançarem um álbum e os norte-americanos mostram que não estão aqui apenas para cumprir calendário. Breakdowns é certo que os temos mas temos muito mais que isso. Temos atmosfera, melodias inesperadas que tornam os temas dinâmicos e o álbum mais forte. A emocionalidade de malhas como “Mourn” mostra que há muito mais aqui do que apenas a lista de elementos que é suposto o deathcore ter. Grande álbum.

Fernando Ferreira

5 – Shadow Of Intent – “Melancholy”

Edição de Autor

2019 tem sido um ano em grande para o Deathcore, com excelentes álbuns deste género, mas até agora nenhum me deixou tão pasmado como este dos Shadow Of Intent. “Melancholy”, consegue ser simultâneamente pesado e melódico, com riffs de guitarra de cortar a respiração, isto aliado aos Guturals e Death Screams abismais e cataclísmicos em todas as 10 músicas que compõem este excelente lançamento e temos aqui um clássico instantâneo. A bateria combina blast-beats fortíssimos e o baixo garante portentas bass lines e “The Dreaded Mystic Abyss”, a penúltima música não só contém uns incríveis solos de guitarra como também uns excelentes toques de piano. Destaco as músicas “Barren and Breathless Macrocosm” que conta com a participação de Trevor Strnad dos The Black Dahlia Murder, “Underneath A Sullen Moon”, “Oudenophobia”, “Chtonic Odyssey” e “Malediction”, quem é que eu quero enganar? Todas as músicas são de destacar, mas se tivesse uma arma apontada à cabeça e tivesse de escolher cinco, seriam estas. Não vou estar aqui com mais rodeios, com este álbum “Melancholy” os Shadow Of Intent provam que ainda é possível criar um clássico  e este “Melancholy” é sem dúvida o melhor álbum da sua carreira.

Luís Valente

4 – Whitechapel – “The Valley”

Metal Blade Records

O deathcore poderá ser um género que não apreciamos mas os Whitechapel são das poucas bandas que nos conseguem deixar entusiasmados e como tal este “The Valley” era bastante aguardado. Tal como a capa indica, este álbum é inspirado pelas vivências pessoais do seu vocalista Phil Bozeman, o que dá um colorido bastante especial a estes temas. É talvez o conjunto mais forte de temas que a banda alguma vez apresentou embora isso seja sempre subjectivo e provavelmente só o tempo o dirá. Well done guys.

Fernando Ferreira

3 – Thy Art Is Murder – “Human Target”

Nuclear Blast

Sendo o deathcore o bicho detestado de forma geral por todos – e com as bandas a fugir ao rótulo cada vez que têm oportunidade – não deixa de ser refrescante o trajecto dos Thy Art Is Murder. Para já pela forma como assumem o género mas como a sua música consegue encontrar caminhos alternativos para além daqueles que já estão muito bem traçados e vincados. “Human Target” retira o foco de cima de tudo isso e fá-nos um enxugo de porrada que precisamos de algum tempo para nos recompor. Um tema como “Death Squad Anthem” reflecte bem a violência que para aqui vai. Bruto como poucos, este é um disco que vê a banda australiana a chegar ao seu pico de forma.

Fernando Ferreira

2 – Carnifex – “World War X”

Nuclear Blast

É de mim ou os Carnifex cada vez soam a tudo menos a deathcore? Nâo que isso seja mau, apenas é curioso. Tal como já havia sido notado em “Slow Death”, a banda norte-americana – que confesso, continua a ser das minhas favoritas da vaga de deathcore que assolou o underground, temos aqui alguns apontamentos que não estariam desfasados de um álbum de uma banda de black metal melódico – algo que uma música como “No Light Shall Save Us (com Alissa White-Gluz) enquadra-se perfeitamente (ou nos excelentes solos que nos fazem lembrar os Dimmu Borgir de uns anos atrás) e acaba por trazer uma dinâmica que o género, por defeito, não tem. E nisso, a nossa apreciação é semelhante à do referido último álbum. A banda consegue mais inovar – mesmo com alguns momentos genéricos como a “All Roads Lead To Hell” e os seus breakdowns – sem que se fique com a ideia que temos mais do mesmo. O chamado passo ao lado, mas para a frente. “World War X” não vai mudar a nossa opinião sobre o deathcore mas definitivamente que faz com que nos mantenhamos fãs dos Carnifex.


Fernando Ferreira

1 – Equaleft – “We Defy”

Raging Planet / Raising Legends

O segundo álbum dos Equaleft demorou a chegar. Isto a opinião por parte de qualquer fã da banda. Se “Adapt & Survive” foi um álbum de apresentam que os mostrou como uma força bruta do nosso underground nacional, “We Defy” pode ser visto como um “Adapt & Conquer”, já que se assume como o trabalho da banda até agora. Maduro, mais complexo e mais inteligente, mais profundo. Mais tudo. O desafio que é feito no título e neste conjunto de temas parece ser não só à banda mas como também ao próprio estado de coisas. Temas como “Once Upon A Failure”, o tema-título ou a furiosa “Strive” são capazes de nos levar por diversos pontos e estados de espírito mas no final, além da sensação de termos sido atropelados por um rolo compressor, a certeza que se tem é que se teve por um dos álbuns mais coesos que tivemos oportunidade de ouvir nos últimos tempos.

Fernando Ferreira

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