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WOM Tops – Top 20 Punk/Hardcore Albums 2019​

WOM Tops – Top 20 Punk/Hardcore Albums 2019

Vamos passar para um 2 em 1. Os 2 em 1 são sempre injustos mas tendo em conta a magnitude destes tops (de todos eles) e do facto da equipa ser reduzida, por agora terá de ser mesmo assim, mesmo correndo o risco de muitas bandas de punk ou hardcore ficarem de fora ou até mesmo da balança pender um bocado mais para um ou para o outro género. Sinceramente não fizemos essas contas. Com todas as imperfeições, aqui estão vinte álbuns a recordar do ano de 2019

20 – Short Fuse – “Sink Or Swim”

Indelirium Records

Hardcore cheio de raiva poderá ser um lugar comum que muitos já podem estar fatigados no entanto, quando é genuíno, é algo que não se consegue voltar as costas. “Sink or Swim” é como que um ultimato, e a música vem no mesmo sentido. Apenas oito faixas que se despacham em menos de vinte e cinco minutos mas que nos enchem a alma e nos faz cantar e gritar ao som de temas como “Losing You” (um vício de tema que até solo de guitarra tem) ou na furiosa “Opportunism”. Fantástico álbum!

Fernando Ferreira

19 – Amygdala – “Our Voices Will Soar Forever”

Prosthetic Records

Começo por referir que a mensagem contida nas letras dos temas da banda Amygdala falam de temas sensíveis, tais como; o aborto por motivos de assalto sexual, o aborto em si, problemas mentais, tais como a depressão e, a banda em si não se coíbe de cantar e tocar com toda a honestidade possível estes temas tão polémicos, tal como é apanágio do mundo do hardcore ter uma mensagem crítica e violenta à sociedade e sistemas implementados em geral. Preparem-se.  Relativamente às sonoridades, temos aqui a vocalista Bianca Quiñones que empresta a sua voz poderosa a estas mensagens que a banda quer passar ao público. E ela dá uma entrega total e sente-se na sua voz toda a raiva e desespero de tantos que sofreram. Som forte, as guitarras rolam a todo o vapor, a bateria tem um ritmo estonteante. Todo o álbum contém uma amargura pura em todos os sentidos, sonoros e vocais. Temas e líricas que me tocaram imenso. Altamente polémico e violento. Um trabalho extraordinário por parte dos Amygdala. Uma mensagem a reter. E se escutarem, escutem com atenção.

Sabena Costa

18 – Year Of The Knife – “Ultimate Aggression”

Pure Noise Records

Naifadas com fartura. Hardcore bruto, puro e duro sem grandes contemplações. Não há aqui experimentações nem aproximações ao quer que seja. É mesmo para meter toda a gente graças ao combustível alternativo raiva. A boa e velha raiva capaz de deitar prédios abaixo à cabeçada. Destrutivo, potente e bastante viciante. E a capa… parece que é unidimensional, um tom de azul que faz com que pareça tudo uniforme. No entanto olhando atentamente conseguimos verificar vários pormenores que ainda fazem mais sentido ao que se pode ouvir. A música também é assim.

Fernando Ferreira

17 – Browbeat

Indelirium Records

Hardcore, puro e duro. Num tempo em que vemos o hardcore a misturar-se com tanta coisa, não estando em causa a validade dessas mesmas misturas, é sempre refrescante voltarmos à pureza da coisa. Bem, não podemos dizer que os Browbeat sejam puro hardcore como bandas como Black Flag mas sem dúvida que apresentam-se como uma evolução natural dessas raízes. Poder a rodos, palavras de ordem gritadas e guitarras pujantes que parece que deitam a casa abaixo. Pujança tal que parece que imaginamos estar no meio do concerto e all hell breaks loose. Se têm dúvida de como perder aqueles quilos a mais, é botar isto e ver o corpo a reagir automaticamente, a despejar todas as frustrações acumuladas durante anos.

Fernando Ferreira

16 – Without Skin – “Worships”

Head Records

Estreia deste grande power trio francês. Normalmente quando recebemos alguns álbuns de estreia, antecipadamente, preparamo-nos para dar o desconto, tendo em conta de que se trata de um primeiro trabalho. No entanto, essa preparação cai logo por terra conforme vamos avançado por “Worships”. Há por aqui, sim, aquele sangue na guelra próprio das bandas novas no entanto há também uma maturidade bastante reveladora da sua qualidade.  Inserem-se no hardcore mas não estão presos a nenhuma fórmula propriamente estabelecida. Quantas mais vezes ouvimos este álbum, mais vezes nos convencemos que se trata de uma das revelações do ano. Sem espinhas!

Fernando Ferreira

15 – Nyt Liv – “Ensomhedens Kolde Kald”

Indisciplinarian

A contracenar com a típica tradição do black metal (de queimar igrejas) dinamarquês, surgem bandas como Nyt Liv que focam toda a sua energia na criação de belas peças de hardcore. Apesar de uma recente formação em 2016, esta banda dinamarquesa demonstra que de facto tem cartas a dar tanto no panorama musical do seu país como no internacional. Ensomhedens Kolde Kald é o segundo álbum desta banda e contem em si 10 faixas ilustradoras de um hardcore muito limpo e sóbrio, sem grandes gritarias nem grandes guinchadas de guitarra e que se apoia no vocal que apesar de rugido é bastante claro. Em termos rítmicos, o álbum adota sempre um estilo moderado na bateria assim como na guitarra que na maioria dos casos segue uma composição muito constante, apesar do ocasional solo e “semi-solo” que às vezes apresenta de forma muito eficaz. Em termos de conteúdo lírico, Ensomhedens Kolde Kald  (“A Chamada Fria da Solidão” em português) é inteiramente cantado na língua nativa da banda e, de acordo com fontes mais que legítimas,, trata de assuntos dentro do realismo social dinamarquês típico dos anos 70, em que se abordam temas como solidão, abuso, amor e suicídio. Definitivamente é um álbum aconselhado principalmente pela sua sonoridade que se mantem no hardcore mais “arrocalhado”, sem grandes “estrondalheiras” e sempre com uma certa classe que demonstra maturidade por parte da banda. Assim, se gostam de um som poderoso e equilibrado, têm aqui um bom exemplo, que além de demonstrar um futuro sorridente para a banda, sempre combate o estereótipo de que os dinamarqueses só sabem fazer black metal.

Matias Melim

14 – M.E.D.O. – “O Produto Somos Nós”

Edição de Autor

Os M.E.D.O. são uma das grandes propostas de hardcore nacional. Uma banda lutadora que dá tudo em palcos e que tem uma ética de trabalho impressionante. Depois da estreia no ano passado, aqui estão eles este ano para o segundo álbum, com uma bomba hardcore que nso mete a mexer durante pouco menos de vinte e cinco minutos. É curto? Não há problema, mete a rodar outra vez. Raiva genuína com as coisas que todos vivemos e sofremos, está aqui a nossa banda sonora para um bom exercício de descarga.

Fernando Ferreira

13 – Old Firm Casuals – “Holger Danske”

Demons Run Amok Entertainment

Que grande bomba! Poderá não parecer pela capa mas este álbum é uma bomba punk rock’n’roll. O punk está presente por autênticos hinos rock’n’roll que apesar de terem no seu ADN o punk, conseguem ter um alcance bem superior. Consegue ser épico (o tema-título é algo que poderia dar origem ao movimento punk viking), consegue ser tão raçudo quanto rock clássico dos AC/DC (aquela “Casual Rock’N’Roll… só lhe falta o Bon Scott) e claro, não esquece o street punk (“Traitor” é frenética e assegura o pedigree da coisa). Um grande álbum, curto, mas tão diverso e qualidade enorme que se assume como gigante.

Fernando Ferreira

12 – Blowfuse – “Daily Ritual”

Infected Records

Os Blowfuse foram uma excelente surpresa. Primeiro em Casaínhos e depois no Rca Clun. Punk rock energético e melódico como até quase já nos esquecíamos como se faz (também temos que agradecer a bandas como Contrasenso e Artigo 21 por ajudar a manter a memória viva, eles também presentes no catálogo da Infected Records). Boa disposição, alfinetadas bem dadas em letras com mensagem e conteúdo. “Daily Ritual” é do início ao fim uma festa de bons riffs, ritmos frenéticos e refrães prontos a cantarolar. E quando esta última parte acontece espontaneamente (arrisco a dizer de forma involuntária e quase espásmica) é porque estamos perante algo muito bom. E estamos.

Fernando Ferreira

11 – Respect For Zero – “My Sacrifice”

Indelirium Records

Bomba! Bomba hardcore italiano. Esta estreia discográfica dos Respect For Zero de certeza que irá agradar a todos os fãs do hardcore musculado que por aí andarem. Trata-se de um álbum curto (já vimos EPs maiores) mas tem tanta garra, tanto poder, que esse pormenor, tão importante para nós noutras circustâncias, perde todo e qualquer sentido. É o tipo de música que deve ser experienciado ao vivo mas que em disco não deixa de ter uma intensidade bem assinalável. Obviamente que gostaríamos de ouvir mais mas antes preferimos ficar com fome e voltar para uma segunda dose do que deixar sobras no prato.

Fernando Ferreira

10 – Among Vultures – “Among Vultures”

Secret Entertainment

Apesar de ser o segundo álbum da banda finlandese, apenas agora chegamos a estes Freedom Fuel. E é caso para dizer que nunca é tarde. Com uma abordagem rock ao som alternativo, não podemos dizer que a banda siga modas ou qualquer estética pré-fabricada. Em vez disso, apresentam foco em músicas que por vezes desconcertantes, acabam por nos apanhar desprevinidos e cativar-nos irremediavelmente. Indie, garage, seja como for, é rock. E do bem bom.

Fernando Ferreira

9 – Agnostic Front – “Get Loud!”

Nuclear Blast

Os mestres dos hardcore nova-iorquino estão de volta. Autênticas lendas do género em que se inserem, a expectativa é sempre enorme mas também sabemos que chega a uma certa altura da carreira das bandas em que não é preciso fazer mais. A chamada velocidade cruzeiro, onde uma banda, quando sabe que já não vai passar de um certo nível de sucesso, gere com sabedoria (ou não) a sua carreira. No entanto, se pegarmos em “Get Loud!”, não nos conseguimos aperceber em que estádio da carreira a banda está. Continuam esfomeados, continuam violentos e continuam a fazer música que apesar de estarmos ouvir no conforto do nosso lar (ou da nossa mente, já que a música é, mais que nunca, portátil) consegue empolgar-nos como se estivessemos a ouvi-los numa sala cheia de pessoas a fazer acrobacias com mais ou menos perigo. Quando um álbum nos empolga assim… bem, não é preciso dizer mais certo?

Fernando Ferreira

8 – Suspeitos do Costume – “Salve-se Quem Puder”

Edição de Autor

Os alentejanos Suspeitos do Costume voltaram com para um segundo álbum a confirmar aquilo que já sabíamos – que a banda é boa como o caraças. Punk rock melódico com alto impacto, melodias marcantes mas mais que isso – e algo que até nem é tão valorizado quanto isso – letras com sentido profundo e em português. A energia da banda ao vivo é já memorável, mas não são dos casos que em estúdio se ficam atrás. “Razão”, “A Prospecção Faz O Ladrão” e “Murro no Muro” são apenas exemplos num álbum em que é muito difícil de escolher um tema favorito. Ah, e com a cover de “Lisboa Menina e Moça” de Carlos do Carmo incluída.

Fernando Ferreira

7 – Artigo 21 – “Ilusão”

Infected Records

Os Artigo 21 podem-se considerar com uma banda nova no cenário punk rock português. “Ilusão é o segundo álbum e a estreia foi lançada em 2015. No entanto há algo aqui que não está ao alcance de muitos. Algo que lhes permite ter um impacto tão grande em palco como em disco, ainda que de forma diferente. “Ilusão” é então um álbum de puro punk rock português, cantado na nossa língua – e para quem este conceito possa soar algo estranho, a ditura do inglês só impera pela nossa própria vontade, basta tirar as palas dos olhos (ou ouvidos) – que não só é sentido como característicamente nosso, assim como segue o seu próprio caminho de forma natural sem ser forçado. Doze temas fortes, dos quais já pudemos ouvir alguns ao vivo e que resultam muito bem, onde além do ritmo uptempo constante também temos poderosas mensagens da realidade que vivemos – não é punk apenas no nome. Um trabalho de topo de uma das nossas melhores bandas.

Fernando Ferreira

6 – Bloodsucking Zombies From Outer Space – “All These Fiendish Things”

Schlitzer Pepi Records

Grande surpresa este som dos Bloodsucking Zombies From Outer Space, ou para abreviar B.Z.F.O.S.. Surpresa porque confessamos que não os conheciamos mas parece que são a cena para os lados de Viena, no que ao horror punk diz respeito. Bem, não só apresentam horror punk como há por aqui um grau de sleaze que é infeccioso e se espalha como piolhos numa escola primária. Referências cinematográficas (que ajuda logo a capturar a nossa atenção) assim como refrães que se colam imediatamente e música que nos faz ficar com um espírito positivo mesmo que falem de monstros, satanás e serial killers. Adoravelmente viciante.

Fernando Ferreira

5 – In Other Climes – “Ruthless”

Dead Serious Recordings

Este álbum “Ruthless” dos franceses “In Other Climes” é uma absoluta bomba sonora. Hardcore do mais puro e agressivo que por aí anda. Sonoramente bruto, com um ritmo furioso, pautado por uma bateria contundente, guitarras velozes e com um som de baixo bastante predominante e que se sente no peito os acordes. O vocalista tem uma voz ora agressiva, ora mais melódica, mas que em certos temas percebe-se perfeitamente a raiva e a fúria. Perfeita para este tipo de género. Todo o álbum do principio ao fim é para escutar, voltar a escutar e novamente… voltar a escutar. Apesar de todas as faixas serem do mais brutal possível e que nos levam ao “headbanguing” do mais rápido que me lembro, queria referir dois temas, o “Ruthless” e o “Sick”. Estas duas malhas são especialmente pesadas e com um ritmo extremamente enérgico, sendo mesmo assim a “Ruthless” uma gema dentro deste álbum. Uma “bujarda” perfeita. Definitivamente será muito muito apreciado por fãs deste género. Novamente e nem é normal, mas dou a pontuação máxima. Está fenomenal.

Fernando Frreira

4 – Lionheart – “Valley Of Death”

Arising Empire

Os Lionheart são daquelas bandas de combate. Quem os conhece minimamente sabe disso. Quem não os conhece, também basta uma audição por alto deste regresso “Valley Of Death” para ficar com essa noção. Durante essa audição, vão verificar muito sangue, suor, sangue e lágrimas a escorrer pelas colunas abaixo. Este é um daqueles álbuns de hardcore para acabar com os álbuns hardcore. Para quem se queixa de que o género foi evoluindo para algo sem dinâmicas, aborrecido e previsível, é urgente ouvir “Burn” e “For The Record”, dois pequenos exemplos. Aliás, pequenos ocmo o próprio álbum que nem chega a ter vinte e cinco minutos mas se tivesse mais talvez também estragasse o ramalhete. A energia é tanta que duvidamos que o interesse se mantivesse (ou a energia) por muito mais tempo. As participações de Jesse Barnett (dos Stick Your Guns) e Mr. Jet Black (rapper) acrescentam valor aos temas deste álbum que é um dos melhores do ano.

Fernando Ferreira

3 – Push! – “Darkdive.”

Edição de Autor

Novo álbum por parte dos Push!, banda de destaque do nosso underground no que ao hardcore diz respeito mas que não deixa de incluir algum contágio metal nas suas malhas. Não é algo que interesse muito no plano geral das coisas, até porque seja em disco ou, principalmente, em cima de um palco, malhões como “Pitfall” e “Ground Floor” não deixam ninguém indiferente. Sólido e com um som para lá de poderoso sem deixar de ser orgânico, “darkdive.” Sem dúvida que é um grande regresso por uma dos nossos grandes do hardcore.

Fernando Ferreira

2 – Ryker’s – “The Beginning… Doesn´t Know The End”

BDHW Rec.

Os veteranos Ryker’s estão de regresso com o seu hardcore e lançam este novo álbum “The beginning … Doesn´t know the end” mas mantêm o seu ritmo old-school. O primeiro tema leva-nos logo para aqueles cenários de andar em círculos no “pit”, com os seus riffs de guitarra rápidos e a debitar palavras por segundo numa velocidade estonteante. Para dizer a verdade todo o álbum é assim. Ritmos rápidos e furiosos, guitarras a berrar e a bateria com o ritmo reconhecível e sobejamente associado ao hardcore.  Aqui e ali, nuns temas pegam no baixo e dão-lhe alguma evidência. As vocalizações são excelentes, a voz do vocalista enquadra-se bem em todos os temas. Aquele tom áspero que nos faz cócegas no ouvido, mas cócegas boas. Quem escutar este álbum pode esperar do princípio ao fim hardcore do melhor. Mas não se deixem enganar, estão perfeitamente actualizados com muitos “breakdowns” e “beatdows”.  No geral um álbum equilibrado, em que se denota que esta banda resistiu ao teste do tempo e continua a apresentar a boa música que qualquer fã de hardcore gosta e aprecia. Não dou nota 10 porque não é perfeito mas anda lá perto.

Sabena Costa

1 – Matanza Inc. – “Crônicas do Post Mortem: Um Guia Para Demônios e Espíritos Obsessores”

Monstro Discos/Raging Planets

Que álbumzorro! Lançado em Agosto mas só agora conseguimos lhe dar a devida atenção, este álbum é uma obra prima do punk/hardcore brasileiro. Com letras simplesmente adoráveis no caso do tema título ou “Seja o que Satan Quiser”, este é um daqueles trabalhos que depois de ouvir, temos que voltar a ouvir novamente. Sem dúvida que é um dos grandes discos discos lançados dentro do género não só no Brasil mas um pouco por todo o lado. Definitivamente que é um daqueles trabalhos que vamos ouvir por muito e muito tempo! De salientar que em Portugal este lançamento foi disponibilizado em vinil e com uma faixa extra!

Fernando Ferreira

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