Asphyx – “Incoming Death” Review

Para quem dúvidas acerca dos fantásticos tempos em que vivemos, só temos a apresentar este “Incoming Death”. Tudo bem que não é a representação perfeita do som que temos hoje em dia, mas se os dias de hoje são assim tão maus, como é que podemos ter uma banda como os Asphyx que continua a lançar cá para fora petardos de death metal clássico como as onze malhas que temos aqui? Anomalia temporal? Raios cósmicos? Erupções solares? Alinhamento planetário ou simplesmente a segunda vinda? Por vezes a resposta é a mais simples, sem termos necessidade de recorrer a dramatismos. Quando a música é boa, os tempos são sem dúvida bons.

A banda holandesa ganhou um estatuto de culto principalmente após o excelente “On The Wings Of Inferno” que conseguiu atrair as atenções de um underground ávido de potência e este regresso é na hora H, principalmente desde que os Hail Of Bullets mudaram de vocalista. Por falar nisso, Martin Van Drunen tem qualquer coisa na sua voz que faz com que tudo o que toque soe automaticamente a clássico e “Incoming Death” não é excepção. Este é um álbum dinâmico que tanto nos apresenta temas uptempo (“Candiru”, o tema título,) como nos deixa arrastar pela lama impiedosamente (“Wardroid”, “The Grand Denial”, “Subterra Incognita” e a final e épica “Death: the Only Immortal”) ou até mesmo as duas facetas num só tema (“The Feeder”).

É um dos grandes regressos deste ano no que ao death metal diz respeito e a prova maior de que não são necessários gimmicks nem invenções para tentar apresentar ou mudar o que não precisa de ser mudado. Asphyx é death metal clássico e é apenas isso que se espera deles. Claro que com a saída de um membro tão influente como o baterista e compositor Bob Bagchus poderia deixar qualquer um de pé atrás, mas a verdade é que Stefan Hüskens (mais conhecido como Tormentor que é actualmente o baterista dos nossos Decayed entre muitos outros colectivos) é mais que competente e isso não foi razão para que este “Incoming Death” não fosse o petardo de death metal que é.  Por isso, razões mais que suficientes para deixar abrir as portas à morte que aí vem.

Nota 9/10