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Reportagem Corpus Christii, Flagellum Dei @ RCA Club, Lisboa, 02 Junho 2018

 

Lisboa acolhe na noite uma celebração especial. É o concerto comemorativo de 20 anos de Corpus Christii, uma instituição de black metal e influência incontornável no underground nacional. O pontífice da obra é representado pelo último disco, o tenebroso ‘Delusion‘, lançado há cerca de um ano pelas mãos da Folter Records, e que visivelmente deixou orgulhoso o seu mentor. Ao ritual, juntam-se os convidados especiais Flagellum Dei que conforme anunciado, se “apresentam com a sua formação antiga e a tocar na integra o “Victory of Tyranny”, entre outros clássicos”. Apesar das inúmeras propostas por essas salas fora, o RCA estava muito bem composto. Esta é a reportagem da noite da chama negra, Sábado, 2 de Junho, no RCA Club.

 

Flagellum Dei

 

Aquela luz vermelha. Bastam os primeiros segundos de exposição ao forte pulso do black metal de Flagellum Dei, e é o som do inferno. Foi o som do inferno em 30 minutos de atuação.

A banda já conta com mais de 20 anos de existência, muitas trocas de formação, muita resistência, e o que nos trouxeram é um som imersivo, tecnicamente fortíssimo e a um ritmo avassalador; porque quando anunciada a ‘Victory of Tyranny’, a luz é sempre vermelha e o som extremo. A música extrema é a música da bateria a partir com o baixo rápido, a guitarra estilhaçante à boa moda do black metal, os ritmos rápidos e demolidores. O gutural é agudo, como se aquele gutural demoníaco fosse purgar a nossa alma. Os fãs desta época tiveram um banquete.

Aplausos e metal horns é o que é. Apresentaram-se, debitaram, poucas palavras, poucas introduções e sempre a rasgar. Foi uma abertura aplaudida.

 

 

Corpus Christii

 

O que aconteceu ali foi um clima especial. Os Corpus Christii inflamaram a noite com a chama negra, uma noite cheia de peso e tormenta de black metal. A congregação dos danados. Um concerto de celebração de 20 anos, portanto, que começa o ritual do extremo com ‘Throne of The Proud’; e a partir desses primeiros instantes, soltou-se uma besta de som que avança, invencível a um poder voraz.

É a segunda música da noite. Agora está negro. Tudo negro e o som entra a partir com ‘Crimson Hour, logo seguida de ‘Become the Wolf’. Momento de grande forma, momento de glória e consagração, este último disco ‘Delusion’ (Folter Records, 2017). Set triunfal, este trio de abertura.

“Este é um tema um bocado polémico na minha vida. Há três mulheres importantes na minha vida; uma delas a minha mãe, que está cá hoje. Foi ela que me criou. Quero dedicar a minha carreira a ela. Ela sabe de tudo. Sabe a merda toda.” É assim introduzida ‘Stabbed’. Nocturnus Horrendus muito comunicativo.

Viagem ao passado, entra um convidado especial para se juntar em palco, é Vulturis na guitarra para acrescentar ainda mais peso e brutalidade a ‘Rape, Torture & Death’, dos idos fins de ’90, vinda da demo tape ‘Anno Domini’ (Nightmare Productions, 1998).

Verdadeira antologia. Este concerto percorreu uma extensa setlist para uma hora e meia de atuação em 15 temas. E alguma conversa nos interlúdios. Enfoque para o mais recente ‘Delusion’ com três temas apresentados, e o regresso à demo de 1998; uma viagem onde andaram pelo meio, uma ou duas músicas de cada álbum entre 2001 ‘The Fire God’ e o revoltado, altamente pessoal ‘PaleMoon’ de 2015. Foi brutal.

“Obrigado. O-bri-gado. 20 anos. Ainda somos uns putos”.

No final do artigo, deixo a setlist recriada deste concerto. Isso.

 

 

Foi assim, com esta playlist, que os Corpus Christii inflamaram a noite:

 

Texto e Fotografia por Hélio Cristóvão para a World of Metal
Agradecimentos ao RCA Club e Notredame Productions

 

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