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WOM Report – Sirenia, Triosphere, Paratra, Season Of Tears @ RCA Club, Lisboa – 10.11.18

Para os fãs de metal de cariz gótico e sinfónico, a noite de dia 10 de Novembro no RCA Club era uma das mais aguardadas. E como brinde, além dos senhores da noite, os noruegueses Sirenia, também se tinha o brinde de recebermos mais três bandas, (Triosphere, Paratra e Season Of Tears) bastante diferentes entre si mas que serviram para tornar a noite ainda mais memorável. E a ansiedade era perceptível e até palpável pelo momento em que a música começasse a soar. Não demorou muito tempo até que isso acontecesse.

Os franceses Seasons Of Tears subiram ao palco à hora certa e com a sua sonoridade sinfónica dentro do death metal mais melódico, aqueceram logo a noite. Com os níveis energéticos bem altos, a banda apresentou a sua sonoridade de forma convincente e também revelou capacidades técnicas que impressionaram pela solidez e coesão. E claro, pela forma como tornam a sua actuação mais vistosa e atractiva ao olhar. Não sendo fogo de vista, em termos sónicos, também ficou uma boa impressão nesta sua primeira visita ao nosso país. A banda tem no seu histórico dois EPs (o último lançado este ano) e um álbum de originais (editado no ano passado) e um futuro que poderá ser brilhante à sua frente. Um bom concerto que ainda deu para ser apresentado um novo tema.

E de seguida, algo completamente diferente. Os Paratra já nos tinham sido apresentados, nos primórdios da nossa World Of Metal. Na altura, a conclusão que chegámos foi que a sua música funcionava melhor quando as componentes ficavam reduzidas ao mínimo. E felizmente a nossa teoria foi comprovada como correcta, com uma grande actuação onde as estrelas foram o guitarrista Samron Jude e o tocador de sitar Akshat Deora, embora tanto a solidez rítmica do baterista Aritra como os dotes vocais de Siddharth Basrur não tenham passado despercebidos. Mesmo um bocado ao lado da sonoridade dos cabeças de cartaz, o concerto dos indianos teve um impacto positivo entre o público que conseguiu entrar no espírito da sua música, graças também a uma humildade por parte da banda apaixonante.

O primeiro regresso da noite deu-se com os Triosphere. A banda norueguesa já nos tinha visitado o ano passado (com os Sonata Arctica), com uma actuação para lá de sólida. Desta vez não só repetiam o feito como o conseguiram superar, e a avaliar pela reacção do público no geral, esta não foi apenas a nossa opinião. Ida Haukland é uma frontwoman fantástica que consegue comunicar com o público de forma vibrante assim como garantir a execução perfeita quer do baixo quer da voz. O último álbum de originais continua a ser “The Heart Of The Matter” de 2018 (mas que agora foi reeditado em vinil assim como o anterior “The Road Less Travelled) que foi o grande foco da sua actuação e que garantiu, pelo o que pudemos avaliar da reacção do público, mais uma série de fãs convertidos à sua causa. Power metal que foge ao que é comum no género e que causa grande impacto.

A noite caminhava rapidamente para o seu final, o que também era indicação da qualidade geral da música em exposição. No entanto, a atenção estava agora toda concentrada nos Sirenia que regressavam ao nosso país – sendo esta a primeira ocasião que nos visitam com a vocalista francesa Emmanuelle Zoldan. Esse sentido de antecipação chegou ao rubro com a intro do tema “Styx Embrace”, que é também o tema de abertura do mais recente trabalho dos Sirenia, “Arcane Astral Aeons”, que analisámos recentemente nas nossas páginas. A banda em palco apresenta-se bem mais pesado que em estúdio, o que também não deixa de ser refrescante, com os samples orquestrais a estarem relegados para segundo plano, embora efectivamente estejam sempre presentes.

O foco da banda esteve nos álbuns mais recentes, principalmente nos dois últimos (quando o tema-título do “Dim Days Of Dolor” foi tocado, foi o rubro total por parte do público), um dos momentos altos numa noite rica nesse aspecto. A interacção dos elementos da banda entre si e com o público, principalmente da vocalista Emmanuelle foi algo digno de se ver e recordar mais tarde. O RCA Club mesmo sem estar esgotado estava muito bem composto de público e o mesmo fazia-se notar em temas como ” Queen Of Lies” e “Ashes To Ashes” ou até mesmo quando a banda saiu antes do encore. Eventualmente o final teria de chegar mas apesar de poder ter soado a pouco para os fãs mais acérrimos – que estavam em presentes em peso – foi uma barriga cheia de temas de orientação gótica e sinfónica, sendo que para o final ficou reservada a “Sister Nightfall”, do primeiro álbum, o já clássico “At Sixes And Sevens”. Acabado o concerto a banda ainda premiou os fãs que tinham permanecido na sala com autógrafos e fotografias, revelando também humildade e gratidão por todos os que continuam a apoiar a banda. Uma noite rica em todos os sentidos.

Texto por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferreira
Agradecimentos Prime Artists


 

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