Report

WOM Report – The Dead Daisies, Iberia @ Lisboa Ao Vivo – 04.12.18

Cinco meses depois de terem actuado este Verão em Portugal, no festival Legends of Rock, onde abriram para os Scorpions, o supergrupo do rock n’ roll The Dead Daisies voltou ontem ao nosso país, mais concretamente à sala Lisboa ao Vivo, tendo a primeira parte ficado a cargo dos “nossos” Iberia.

Antes do começo oficial, estava prometido um pequeno concerto acústico para os primeiros 50 fãs a chegarem ao local. Momentos intimistas e de pura magia que serviram de aperitivo e antevisão para a grande noite que se seguiria, onde destacamos a simpatia e humildade em relação aos seus fãs.

Numa sala já bem composta, algum tempo depois da hora prevista começaram-se a ouvir os primeiros momentos de “Memoirs”, seria o início da atuação dos Iberia e que rapidamente deu lugar a “Sanctuary of Dreams”, primeiro tema do alinhamento, da banda nacional que se apresentou numa forma exemplar, ao longo de todo o concerto. “No Pride” trouxe o primeiro momento em que Hugo Soares se dirigiu aos presentes numa simples saudação que serviu de mote para “All Night Flying”, “She Devil”, “End of Days” precipitaram-se de uma forma voraz sobre todos os presentes, até que o momento da intro feito pelo guitarrista Jorge Sousa em “Angel”, que fechava oficialmente o alinhamento, serviu para o pessoal respirar um pouco.

Naturalmente, houve lugar a encore e nele pudemos ouvir “Unfaithful Guitars” e a mítica “Hollywood”. Dos Iberia , que eu já não via há muito ao vivo, reforço a ideia inicial: foram exemplares e mais uma vez deram uma enorme demonstração de que aqui neste cantinho também há grandes bandas e também se faz grandes músicas. Venham mais oportunidades. Dou assim os parabéns ao quinteto habitual, que neste caso contou com uma colaboração extra em palco, uma vez que a eles se juntou nas teclas, Rui Gonçalves, pela hora fantástica que nos fez passar, com toda a energia e competência.

Estava feito o aquecimento para os Daisies e sobre eles o que há a dizer? Relembro que se trata de um projeto composto por Marco Mendoza (Thin Lizzy e Whitesnake), John Corabi (The Scream e Mötley Crüe), David Lowy (Red Phoenix e Mink), Doug Aldrich (Dio e Whitesnake) e Deen Castronovo, (Journey, Bad English e Revolution Saints), portanto, um leque de músicos de inegável qualidade, logo isso estava garantido e certamente foi a grande motivação para todos os que lá estavam, tendo em conta o possível desconhecimento da discografia da banda para alguns. A cover dos The Sensational Alex Harvey Band, “Midnight Moses”, abriu o caminho para duas horas de pleno êxtase musical. “Evil”, “Make Some Noise” e “Rise Up” foram os temas seguintes e aqui o primeiro de muitos momentos em que Corabi deu as boas noites ao Lisboa ao Vivo pedindo logo a colaboração do público para “Dead and Gone”. “Ressurrected”, tema que abre o álbum “Burn It Down” e que normalmente abre os concertos da banda, foi um momento alto onde se sentiu a energia e determinação dos Daisies e que seviu para Corabi mandar um recado para todos os media que desacreditaram nestes últimos anos, ele está bem vivo e cheio de gana!

“Last Time I Saw The Sun”, e a cover “Join Together” dos The Who fecharam o primeiro round, que se revelou bem musculado e poderoso. O momento seguinte, trouxe a nostalgia de outros tempos em formato acústico, mesmo que o primeiro tema tocado fosse “Set Me Free”, retirado do novo trabalho, os dois seguintes deixaram a imagem da intemporalidade da boa música. Aqui ouvimos “Maggie May” de Rod Stewart, na magnifica voz de Deen Castronovo e “Let It Be” dos The Beatles. A empatia era por demais evidente e o facto de o espaço ser algo intimista ajudou muito perante um grupo que se mostrou sempre próximo dos fãs. “Burn It Down”, “All The Same” e “With You And I” serviram para retomar o ritmo rockeiro frenético que era ali debitado.

O momento seguinte serviu para Corabi apresentar a banda na base de cada um deles ser acompanhado por uma música de gosto individual que teria de ser cantada em plenos pulmões por toda a plateia. Desafio lançado e conquistado, pois o pessoal não deixou os créditos em mãos alheias e de “Highway to Hell” a “Long Live Rock’n’Roll”, “Schools Out”, “I Love Rock’n’Roll” e “It’s Only Rock’n’Roll (But I Like It)”, serviram para deixar o vocalista rendido ao que acabava de assistir! Feitas as inevitáveis apresentações, a loucura continuou com “Leave Me Alone”, “Bitch” cover dos Rolling Stones, “Song And A Prayer”, e “Long Way To Go” desfilaram de forma magistral até ao momento final que foi feito com “Helter Skelter”, dos The Beatles.

Estava assim fechado oficialmente o alinhamento para este concerto. Mas, claro há sempre um mas, por entre promessas feitas, nomeadamente por Aldritch, de um dia voltarem a pisar palcos nacionais, e rostos de satisfação, a banda preparava-se para o encore final com “Mexico” e talvez a mais inesperada “Highway Star” dos Deep Purple que serviu para Doug dar nota artística ao seu brilhante desempenho. O que dizer mais? Para além da simplicidade humildade sempre demonstrada no contacto com os fãs…Voltem sempre!

Texto por Miguel Correia
Fotos por Joana Marçal Carriço
Agradecimentos a Sónia Ramos 


 

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