WOM Report – Equaleft, Analepsy, Web, Sotz’ @ Hard Club, Porto – 01.02.19
Nos quase oito anos e meio em que o Hard Club reside no Mercado Ferreira Borges e opera com duas salas distintas (o original tinha o palco Brainstorm na varanda interior, mas não sendo isolado da sala principal, era impensável haver concertos em simultâneo), 1 de Fevereiro de 2019 marca a primeira data em que ambas as salas esgotaram a sua lotação – e ambas com bandas nacionais: enquanto os Xutos & Pontapés apresentavam “Duro” na Sala 1, os Equaleft faziam o mesmo com “We Defy” na Sala 2.
Os Xutos tocaram sozinhos, mas os Equaleft não podiam deixar de convidar mais amigos para a festa e os Sotz’ foram os primeiros desses amigos. Têm crescido tanto, tocado em tanto lado, que só percebi que era a primeira vez que pisavam o palco do “mítico” Hard Club depois de Dan Vesca tê-lo dito. Ainda era cedo para a sala estar a rebentar pelas costuras mas apresentava-se compostinha o suficiente para os Sotz’ sentirem que aquele “marco” na sua carreira tinha sido alcançado com sucesso. Em jeito de agradecimento aos presentes tocaram uma música nova, “The Return Of Kukulcan”, cuja recepção provou o quão ansioso o público anda por um álbum de longa duração.
Web é a banda que acompanho há mais tempo (23 anos, mais mês menos mês…) e de quem mais concertos vi até hoje, por isso podem acreditar quando digo que a sua prestação é como o vinho do Porto. Já tinha comentado na reportagem do Laurus Nobilis da irrequietude do Filipe Ferreira, mas agora tenho de mencionar também a do Victor Matos – que, em todo o caso, nunca foi músico de estar parado, mas a sua energia ultimamente está mais… revigorada, digamos assim. Também eles tinham um miminho novo para nós, na forma de “A Grave To Be Dug” – um tema que, embora ouvindo pela primeira vez, reconheci logo como da autoria de Web. Como a vida é cheia de coincidências, e nem todas são boas, anunciar este título deve ter sido algo doloroso para o Fernando Martins, que vinha do funeral de um familiar. Ninguém diria, dada a sua postura em palco, mas mais do que o velho lema “a vida continua”, há a força da paixão pela música.
Não sei quando nem como começou a piada do “Toca Xutos!”, e se calhar por isso não acho assim tanta piada, mas dado o concerto que decorria na porta vizinha, a resposta de Diogo Santana dos Analepsy “Xutos é na sala ao lado” acabou por ser algo engraçado. Principalmente porque Santana não é homem de grandes palavras e, regra geral, limita-se a apresentar uma música ou outra. Não é que seja uma má opção – o mosh do mesmo nível de violência da música e o headbang sincronizado com o da banda não deixam dúvidas; eu é que gosto de escrever algo mais do que simplesmente “foi um excelente concerto!”…
Nas mais de três dezenas de concertos de Equaleft a que assisti até hoje nunca nenhum foi mau. Nem sequer mediano – mesmo quando subiam ao palco com a formação incompleta (alguém se recorda?). Mas há sempre uns melhores que outros e este foi definitivamente um deles. O ambiente estava ao rubro, o que obviamente ajudou, mas os créditos vão maioritariamente para a qualidade da banda e deste “We Defy”, que tem tudo para ser um dos álbuns do ano. Tocaram-no na íntegra, intercalando com temas mais antigos obrigatórios – “Tremble”, “Maniac”, “New False Horizons” e “Invigorate”.
Foi este que fechou o concerto, como é habitual, mas o sabre de luz não iluminou a sala desta vez; foi antes a participação especial de Dan dos Sotz’ e Marco dos Tales For The Unspoken. Marco já tinha dado o ar de sua graça em “Endless”, empurrando Miguel Inglês para o mosh enquanto o Fernando dos Web cantava a música (depois de tantas participações de Inglês na “Last War” dos Web, foi a vez de Nando cantar com Equaleft). Um outro convidado foi Gonçalinho, que já no álbum dá outra vida a “Uncover The Masks” com o seu saxofone. André Ribeiro dos Sollar e o antigo guitarrista/membro fundador Nuno “Veggy” Cramês, embora ausentes, receberam os devidos agradecimentos pelos solos que gravaram no álbum, assim como o baixista Miguel Seewald e o baterista Marcos Pereira, que embora tendo deixado a banda antes das gravações, contribuíram para o crescimento dos Equaleft e também mereceram um agradecimento muito sentido.
E como era o aniversário do guitarrista Miguel Martins, ainda cantámos todos a “Parabéns A Você”. Usando uma expressão que tornou-se muito popular neste meio, “foi uma festarola”. E até podem não apreciar a sonoridade de Equaleft, mas quem acha que o seu sucesso é devido apenas à oferta dos húngaros no final dos concertos, não percebe muito de talento musical.
Texto e fotos por Renata Lino
Agradecimentos Equaleft
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