Entrevistas

WOM Entrevista – Incognita

Durante os anos 90, a Madeira orgulha-se de ter tido 3 bandas com destaque nacional. Os Requiem Laus, que ainda continuam em peso, os Drawned In Tears que infelizmente cessaram actividades e os Incognita, que também acabaram por volta de 1998. Mas num dia normalíssimo de 2018, entro no Facebook e dou de caras com um post a anunciar o retorno dos Incognita. Automaticamente fiquei em êxtase, porque é uma das grandes bandas regionais que nunca tive uma oportunidade de ver ao vivo, e aqui nasceu a possibilidade de os retirar da lista. Mas não era apenas uma reunião. Com esse anúncio, traziam também uma novidade, o lançamento de um novo EP. Agora estamos prestes a receber o “Polarization”, que está previsto sair em Maio deste ano. Entretanto, podem ter um cheirinho deste EP com o single “Say My Name”, que sai no dia 5 de abril nas plataformas digitais mas que já está disponível no Youtube. Aqui fica uma entrevista com o Carlos Ferraz e o Márcio Ferreira dos Incognita, que mesmo estando longe continuam a ter o nosso país no coração. Um grande abraço para os Incognita e espero ter a oportunidade de vos ver ao vivo! – João Ferreira (MetalMad! Zine)

O vosso regresso foi algo que grande parte do pessoal na Madeira foi apanhado de surpresa e que caiu-nos muito bem. O que vos levou a tomar a decisão de regressar como conjunto?

C. F.Em Agosto do ano passado, eu enviei uma mensagem ao antigo pessoal de Incógnita para ver se havia interesse em reanimar a banda. A ideia seria regravar algum do nosso material antigo, como o “Life’s A Bitch”, o “I Hate Mondays”, etc. Queríamos trazer esse material para o ano de 2019, com uma melhor mistura e masterização, tal como outros avanços. Mas não sinto-me como uma pessoa com a necessidade de utilizar todos os efeitos possíveis. Apenas queremos levar a nossa “mistura” de funk com a agressividade do metal em frente, abordando temáticas sociais nas nossas letras. Infelizmente, nem todos os antigos membros regressaram. De momento, eu vivo na Finlândia e na minha cidade existem imensas bandas. A rivalidade é muito forte, e aquele espírito de entreajuda e cooperação é não-existente. É uma perspetiva muito diferente daquela que eu tenho, eu acredito que nós devíamos apoiar-nos todos mutuamente. Então, em suma, conseguimos reunir alguma da malta, convidamos um novo elemento, e decidimos gravar um novo EP em vez de apenas uma faixa.

M. F.Para mim, a época mais importante da história dos Incógnita foi quando o Carlos se juntou, porque foi aí que começamos a tocar em eventos mais importantes, tal como começamos a gravar o nosso material, entre outros aspetos. Nós sempre mantivemos o contacto, mesmo após a banda terminar, mas quando ele foi morar para a Finlândia e esse contacto aumentou. À volta de uns 3 anos começamos a ponderar a ideia de fazer algo com Incognita, então falamos com o resto da malta, mas infelizmente o Luís e o Estanislau não se conseguiram juntar a nós devido a algumas dificuldades. Mas eu e o Carlos continuamos, e este ano marca o 25º aniversário do “Life’s a Bitch”, e queríamos saber como seriam os Incógnita em 2019.

Outro factor que nos apanhou de surpresa pela positiva não foi apenas o vosso regresso, mas também o facto de vocês lançarem um novo EP, o “Polarization”. Para o pessoal que não conhece os Incógnita, o que podem esperar deste EP?

C. F. Estamos a gravar 3 faixas, temos um single chamado “Say My Name”, que saí no dia 5 de Abril. Nós esperamos que este desperte o interesse dos nossos antigos fãs e do universo metaleiro em geral, visto que estivemos inativos durante uns tempos, mas no fim decidimos fazer isto por nós. Eu passei por uns tempos conturbados nos últimos anos, e isto deu me uma oportunidade de “endireitar” a minha vida. Eu creio que durante toda a minha vida sempre fui aquele tipo de pessoa que tenta ser o que as outras pessoas querem ver, sabes, o típico, conduzir um BMW, esse tipo de coisas. Mas no final, após todos estes desafios, eu acredito que fomos enganados e manipulados para fazer todas estas coisas que a sociedade exige de nós. Eu quero dar um bom exemplo aos meus filhos e provar-lhes que eles podem viver os seus sonhos. O meu sonho sempre foi de “rockar” e fazer metal, e apesar de estar mais velho, esse sonho não mudou, e aproveito sempre ao máximo quando tenho a oportunidade de curtir. O EP chama-se “Polarization”, e podemos deduzir rapidamente que fala sobre a divisão mundial atual. Nós tentamos escrever as nossas letras de uma forma aberta, de forma a deixar a interpretação da mesma ao ouvinte, pois não queremos soar como padres. Esta polarização retrata toda a divisão existente, desde qual é a tua equipa, qual é o teu partido, qual é a tua opinião num determinado assunto, etc. A música “Say My Name” fala sobre aqueles que se mantêm anónimos nas redes sociais e que só falam treta, porque podem-se facilmente esconder atrás de um perfil falso. Eu vejo centenas de posts deste género, e fico naquela, wtf…. Enfim, de qualquer das formas, a “Say My Name” é uma faixa que retrata este fator anónimo que algumas pessoas utilizam para serem parvas e idiotas, mas é mais focada na temática de “porque é que agem desta forma”. A ideia desta música é retratar o “demónio” que lhes obriga a fazer estas coisas.

Um facto interessante é que vocês estão divididos por 3 países, Portugal, Inglaterra e Finlândia. Que dificuldades sentem como banda devido a essa distância? E como é que a tentam ultrapassar?

C. F.Acabamos por gravar material e enviamos uns aos outros. Definitivamente que NÃO é fácil. É sempre mais fácil sentar-se com o pessoal para compor música e debater ideias. Nós precisamos de mais tempo. O nosso novo guitarrista, o Jukka, vive perto da minha zona na Finlândia, por isso é relativamente fácil para nós os dois nos reunirmos. Nós escrevemos alguns riffs, partilhamos ideias e depois enviamos esse material para o Jorge que está em Lisboa e para o Márcio em Blackpool. Posteriormente, eles enviam-nos o seu feedback e ideias. Normalmente, fazemos chamadas por Skype para conversarmos e discutirmos ideias. Obviamente que este passo demora mais tempo que o habitual e demonstra ser uma grande adversidade, além disso temos as nossas famílias e empregos. Nem é sempre fácil conseguir conciliar as coisas, mas tentamos sempre fazer com que tudo resulte. Creio que estamos no bom caminho e que o EP esteja pronto a sair em Maio deste ano!

M. F.Para além do que o Carlos já disse, posso também acrescentar que à 25 anos atrás nunca imaginaria que algum dia fossemos capazes de gravar assim, e acho incrível ver como as coisas mudaram desde então. Antigamente para gravarmos alguma coisa minimamente decente tínhamos que trabalhar para conseguirmos poupar algum dinheiro, para conseguir gravar algo.

 Será que podemos esperar uma tour dos Incógnita por Portugal ou até pela Europa?

C. F.Isso é complicado, porque estamos espalhados pela Europa, por isso é virtualmente impossível ensaiar na mesma sala. Nós ensaiamos 2 ou 3 vezes por semana, tentamos ser bastante coesos quando tocamos, mas todos sabemos que “pregos” acontecem quando tocamos ao vivo. Metade da piada disto tudo é quando alguém lança um “prego” num concerto e vemos como o pessoal se adapta e improvisa essa situação. Não é que queiramos propriamente cometer erros ao vivo (risos). Mas de qualquer das formas, é complicado para irmos em tour. Não temos um backline e precisamos de pelo menos duas semanas de preparação. Se aparecesse a oportunidade de tocar num festival por exemplo, já seria diferente, tendo em conta que esse já teria um backline e nós apenas necessitávamos de levar as nossas guitarras e baixo. Por agora, a nossa limitação passa pela quantidade de músicas que temos, por isso é que talvez um festival fosse mais fácil, visto que normalmente são pedidas às bandas que toquem pouco mais de meia hora, e isso é algo que conseguíamos fazer sem nenhum problema. Mas nunca sabemos do amanhã! Talvez faremos um novo EP, ou um álbum, quem sabe? Eu amaria fazer uma digressão por Portugal e pela Europa, e todos nós alinharíamos nessa ideia.

M. F.Também posso acrescentar que obviamente seria brutalíssimo podermos tocar na Madeira primeiro, como nosso ponto de partida. Talvez podíamos aproveitar isso para ensaiar lá uns dias e posteriormente partir para outros lugares. Ainda não falamos sobre a possibilidade de alguma tour ou concerto no futuro próximo, é algo que tem de ser discutido com muita atenção. Eu como vivo na Inglaterra, sempre conseguíamos arranjar algum evento aqui por estes lados, mas temos que ser realistas e focar-nos no importante de momento, que é o lançamento do EP.

Agora entrando na maquina do tempo, como é que foi a formação dos Incógnita?

M. F.Em meados de 1990, eu e o Luís Vieira começamos os Incógnita, ele na guitarra e eu no baixo e voz. Para a bateria veio o Ricardo Gouveia e arranjamos também uma segunda guitarra, que foi o Bruno Jasmins. O Bruno e o Ricardo acabaram por sair para se juntarem aos Pilares de Banger. Então, para o lugar da bateria veio o Estanislau Gouveia. O Carlos entrou nos Incógnita em 1993 e ficou até 1996. Foi aqui que se deu a que considero ser a fase mais importante da banda. Entretanto entrou o Marco Silva para a voz e fomos para Lisboa no início de 1997, mas o Estanislau não pode ir, nem o Luís, que ainda ficou um tempo, mas depois teve que sair. Então o Jorge Gonçalves (ex-Sacred Sin) tomou o lugar da bateria, tal como o Ricardo (ex-Anjos da Escuridão) juntou-se para o lugar da guitarra. Experimentamos uns sons e chegamos a fazer uma mixtape em 1998, mas entretanto vim para Inglaterra e o projecto ficou por ai.

Têm algumas memórias que queiram partilhar sobre os “velhos tempos” aqui na Madeira? Como avaliam o movimento na altura? Acham que estava bem organizado e coeso? Alguma história em particular sobre os Incognita que queiram partilhar?

M. F.Acho que o movimento todo começou com bandas como os Monjes do Tibete, os Sukata, os Anjos da Escuridão, etc. Entretanto começou o movimento metal, com grupos de amigos a importar vinis e cassetes de metal, esses grupos que depois vieram a formar grandes bandas como os Requiem Laus, os Drawned In Tears, entre outros. Lembro me também de um programa de rádio que dava na altura, o Dança do Fogo. Nessa altura, o pessoal reunia-se na Marina do Funchal, para beber uns copos, falar de música, enfim, curtir a cena. Entretanto começaram a acontecer alguns eventos, como a Festa da Juventude na Francisco Franco e alguns concertos no Cine Jardim, tal como aqueles eventos mais pequenos organizados pelas próprias bandas. Nessa altura apenas queríamos ensaiar e tocar, nem pensávamos em gravar material. Para nós, foi apenas quando o Carlos se juntou a nós que começamos a ponderar em gravar alguma coisa, e aconteceu. Creio que havia um bom ambiente e uma boa amizade entre o pessoal do metal na Madeira, mas havia sempre aquela rivalidade para ver quem era o mais “metal” de todos (risos). Mas temos grandes memórias, foram bons tempos, lembro me também do Snack-Bar Golfinho, na Zona Velha, onde algumas bandas continentais chegaram a tocar lá. Lembro me também do dia em que abrimos para os Xutos & Pontapes, tal como quando fomos convidados para atuar no Festival Ultrabrutal de Penafiel e de termos sido convidados pelo próprio Zé Pedro dos Xutos para tocar no Johnny Guitar em Lisboa.

C. F.Sempre tivemos orgulho nas nossas raízes madeirenses, eu acho que fui um dos primeiros gajos na Madeira a fazer uma tatuagem com a malta e lembro me de um dia estar a descer uma rua e uns taxistas começarem a gritar para nós “Oh maricas! Cabelo grande! Gadelhudo!” Nós não nos importávamos com isso, obviamente, e simplesmente fazíamos o que nos dava na gana, desfrutar do nosso tempo juntos, éramos grandes amigos. Não me recordo de nenhum conflito entre nós, talvez um desacordo com algo, mas nunca nada sério. Por isso, sim, temos grandes memórias, eles são tipos altamente, e também relembrar pessoal como a Nélia e a Suzy, a nossa manager, eram parte da nossa família. Temos tantos amigos lá, são imensos e eles sabem quem são, tivemos uns tempos incríveis!

Num lado mais pessoal, quais foram as vossas principais influências musicais?

C. F.Nós todos temos gostos musicais diferentes. Obviamente que tínhamos certas coisas em comum, como Sepultura, Metallica ou Megadeth, mas é claro que cada um de nós tinha os seus próprios gostos e influências. Eu pessoalmente cresci a ouvir Earth, Wind & Fire. Também gostei de Ice-T, dos Beastie Boys e especialmente dos Rage Against The Machine, por causa da forma que uniam o hard rock e o funk em uma combinação pesada e maravilhosa. Sempre tentamos ser um grande misto de influências. Por vezes as pessoas comparavam-nos a bandas como os Pantera, e é verdade que eles são umas das nossas influências, mas não diretamente. Eu acho que a voz do Phil é mais agressiva e nós nunca tentamos replicar a cena deles, porém eu consigo compreender o porque das pessoas fazerem essa comparação. Eu venho de uma vertente que puxa mais pelo funk e pelo hard rock. O Jukka gosta da sua música negra e extrema, e eu também, mas se gostássemos todos do mesmo, conseguiriam imaginar como é que o mundo seria? Estou muito contente por termos diversos géneros musicais e influencias diversificadas, e tentamos sempre ser uma banda mais focada no ritmo e não na tecnicidade. Nós somos mais de desfrutar a nossa música e esperemos que vocês a desfrutem connosco!

M. F.Eu sempre gostei de música no geral desde pequeno, o meu pai ouvia Elvis Presly e Mário Lanza, creio que começou aí. Depois comecei a entrar na música eletrónica, com cenas como Depeche Mode, Kraftwerk, entre outras, e depois descobri o metal. Ouvi o “Ride The Lightning” e o “Master Of Puppets” vezes sem fim, tal como ouvi muito Megadeth, Slayer, Anthrax, entre muitas outras cenas. Também curtia a cena grunge, a cena hardcore de Nova Iorque, como os Madball e os Biohazard. Mas são muitas cenas que ouvíamos na altura, e agora para lembrar-se de todas é meio complicado.

Que projectos nacionais e internacionais têm acompanhado mais? O que é que vos surpreendeu mais ultimamente?

C. F. – É claro que seguimos bandas portuguesas, especialmente aquelas que tínhamos amizades. Na Madeira o pessoal não era muito, nós simplesmente reuníamos a malta toda e ficávamos a curtir pela Zona Velha. Eu gosto de qualquer tipo de música, para ser sincero, desde anos 80’s a fado, de salsa a samba, etc. Mas o metal é aquele género que oiço mais. A nível regional tenho ouvido a banda do Dário, os Dead Silent e os Requiem Laus também. A nível nacional tornamo-nos amigos dos Sacred Sin, que estavam gravando na altura em Almada connosco, e temos acompanhado o seu material desde então. Também o pessoal de SG, que talvez muitos podem não reconhecer hoje, bem como tínhamos uma boa relação com a malta de RAMP e de Peste & Sida. Existem muitos mais que me estou a esquecer, mas eles sabem quem são! Mal posso esperar para ver toda a malta outra vez!

M. F.Ultimamente não tenho andado a ouvir novos sons, mas posso dizer que gostei de Gojira. Acabo sempre por ir bater a bandas antigas e a redescobrir essas mesmas. Desde System Of A Down a David Bowie, coisas assim desse género. Também curto cenas como os Fantomas e a Juliette Lewis, são imensos para enumerar.

Por último, têm algo que queiram transmitir às novas gerações de músicos?

C. F.Em 25 anos, a indústria musical mudou drasticamente. As editoras já não procuram bandas com um bom produto. Eu acredito que eles procuram os “pacotes completos”. Querem saber se têm muitos seguidores e quantos é que consegues encaminhar para a mesa do merch, etc. Mas existem sempre aquelas editoras independentes que estão nisto pela música, porém muitos, como nós, preferimos ser nós a distribuir o nosso material, visto que é o mais barato. Mas se conseguirmos ganhar pujança com isto poderemos vir a falar com uma editora! Na minha opinião, creio que devemos ser honestos e tocar a musica que nós gostamos e queremos tocar, que te torna feliz e te sintas bem em fazê-la. Porque que haveriam de tocar músicas que não gostam, apenas para serem pagos? Isso é insincero. Simplesmente sejam verdadeiros a vocês mesmos. Por vezes fico com ideias de que algumas “grandes” bandas apenas estão nisto pelo dinheiro e não propriamente para partilhar algo especial connosco, aqueles que desfrutam da música deles. Eu acredito na prática e na coesão e depois fazer exatamente isso ao vivo. Eu gosto de música honesta.

M. F.Hoje em dia é muito mais fácil para gravar novo material, por isso gravem o máximo que poderem, porque tal como o Carlos disse, hoje em dia é complicado para os novos projetos se sobresairem.

C. F.Nós gostaríamos de vos agradecer imenso por nos terem contactado-nos e também ao pessoal da Madeira que sempre nos apoiou. Seja quem fores e seja onde estejas, se curtes rockar nós teremos todo o gosto em partilhar a nossa música contigo! Estamos muito orgulhosos por manter este contacto com as nossas raízes madeirenses e gostaríamos de deixar aqui uma palavra de apoio a todas as bandas da Madeira, para que continuem a lutar! Lembro me de uma batalha de bandas nos anos 90, não me recordo quais eram as outras bandas a participar, mas pareciam uma versão rafeira dos U2, e os júris do concurso recusaram-se a aceitar a entrada e vitória de uma banda de heavy metal. Mas esta é uma daquelas circunstancias em que mesmo que não venças, continuas de cabeça para cima e com uma boa reputação. Lembro me dos Morbid Death dos Açores, que também tiveram as suas dificuldades para fazerem parte do metal nacional. É muito importante que tenham iniciativa própria de marcarem voos e irem até o Porto ou Lisboa, para procurarem spots dispostos a fazer eventos, marcar um, mesmo que signifique que por vezes o vás ter que fazer à pala. Eu sei que não é a melhor forma, mas vocês precisam de por o vosso nome aí fora. Sejam honestos e acreditem no vosso trabalho, vai ser fixe, e a vossa música acabará por chegar aos ouvidos de todos, e se for boa toda a gente gostará! Eles não querem saber de onde vens, apenas tu tens que saber para onde ir! This is Carlos from Incógnita signing off, rock on, keep it real and honest, and always keep it heavy!

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