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Road To Vagos – Candlemass

Se vamos falar de doom metal, teremos que falar obrigatoriamente da verdadeira instituição que são os Candlemass. E falar de Candlemass terá que se falar obrigatoriamente do baixista Leif Edling, a sua principal força motriz ao longo de mais de trinta e cinco anos de história. Foi precisamente com ele que a história dos Candlemass começa. A banda nasceu após o desaire da sua primeira banda, o que fez Edling juntar-se ao baterista Matz Ekström e ao guitarrista Christian Weberyd e com o formato power trio (com Edling encarregue das vozes) lançaram a primeira demo que podem ouvir abaixo.

Pouco tempo depois seria tempo da segunda demo, desta feita já em formato quarteto, com a entrada de Mats Bjorkman para a segunda guitarra. Para o álbum seriam adicionados os préstimos de Johan Lämqvist mas o mesmo nunca chegou a fazer parte da banda, sendo um caso único em que uma banda tem um registo clássico com uma voz marcante de um vocalista que foi músico de sessão.

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O álbum em questão é, obviamente, o épico “Epicus Doomicus Metallicus”, perdoem-nos a redundância. Alguns dos clássicos definitivos da banda estão já presentes. Lembramos que estavamos em meados da década de oitenta onde o heavy metal e o hard rock glam ditavam cartas e onde o movimento thrash metal estava em ebulição. Com uma sonoridade arrastada e épica, os Candlemass surpreenderam tudo e todos.

A questão do vocalista era a mais sensível (e viria a ser ao longo de toda a carreira da banda) e a banda acertou em cheio quando optou por trabalhar com Messiah Marcolin. Além do novo vocalista, também a banda sofreu mudanças noutras posições. Mike Wead entrou para as guitarras e Jan Lindh para a bateria. Foi lançada uma demo e anos mais tarde disponibilizado um ensaio com a nova formação.

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Essa formação não iria durar, com a entrada de Lars Johansson para substituir Mike Wead na guitarra solo. O álbum, outro clássico, “Nightfall”, trouxe mais uma série de temas clássicos que ficavam imortalizados pela sua junção entre heavy e doom metal mas principalmente pela prestação de Marcolin com o seu tom único e operático. “Bewitched” seria um tema onde para qual ficaria para sempre associado a Messiah, o monge maluco – traje que ajudaria também a propagar a banda e a fazer com que chegasse a todas as partes do mundo pela primeira vez.

Pela primeira vez sem mudar de formação entre lançamentos, os Candlemass estavam a explodir um pouco por todo o lado e essa estabilidade notou-se num terceiro trabalho clássico. Mais um para juntar à conta. “Ancient Dreams” apresentou mais uma série de temas marcantes onde logo o riff e refrão de “Mirror Mirror” se destacam como um dos mais marcantes de toda a sua carreira. A versão em CD acabava com um medley de músicas dos Black Sabbath.

Ao quarto álbum e ainda com a mesma formação, era a vez de ser lançado “Tales Of Creation”, um dos melhores álbuns de sempre da banda sueca e também representativo do final de uma era da banda já que no ano seguinte, em 1990, devido a desentendimentos, Messiah Marcolin viria a deixar a banda pela primeira vez. Um golpe que se previa duro por parte dos fãs e crítica mas Edling e companhia não desisitram.

No entanto, como seria de esperar, a banda lançou um álbum ao vivo que é uma boa forma de ver como com quatro álbuns, os Candlemass eram capazes de encher dois discos cheios de clássicos. “Live”. Como era usual na altura, os álbuns ao vivo não só serviam para manter o nome em alta em fases de silêncio, como também era uma forma de fazer render o peixe. Entretanto a banda continuou, recrutando Thomas Vikström para o “Chapter VI”, um bom álbum, ainda que modesto relativamente aos dois anteriores.

A responsabilidade não deverá ser tanto de Vikström ou sequer¨das músicas de “Chapter VI” e mais para a conjectura do momento em que foi lançado. A mudança das tendências, o declínio do metal a favor do som alternativo colheu muitas bandas e os Candlemass não foram excepção. A banda acabou por não resistir e cessar funções em 1994. Ainda lançaram um MCD de covers de um cantor sueco num lançamento exclusivamente doméstico.

Com a quebra dos Candlemass, Edling formou os Abstrakt Algebra que também não teve melhor sorte, fazendo com que o baixista voltasse novamente para os Candlemass e o resultado foi “Dactylis Glomerata” que juntava tanto temas novos como alguns que seriam para o novos cd dos Abstrakt Algebra. Isto e o facto de ter uma formação completamente nova, onde pontuava Michael Amott quando já estava em força nos seus Arch Enemy fez com que o resultado fosse um álbum pouco coeso e sem a chama de anteriormente.

Mantendo parte da formação, no ano seguinte, os Candlemass voltavam para mais um álbum, “From The 13Th Sun” que apesar de ser mais sólido que o anterior, ainda não mexeu águas suficientes para fazer a banda voltar à grandeza da década anterior. Arrojado o suficiente para que tenha ganho uma maturidade bastante interessante ao longo de todos estes anos.

Esta persistência ou simplesmente o facto de toda uma geração estar interessada nos grandes nomes da década de oitenta, fez com que houve um renovar do interesse nos Candlemass. Como tal, o DVD “Documents Of Doom” veio satisfazer essa fome, onde além de ser um arquivo cronológico da bada, também dava conta da reunião do alinhamento mais querido da banda para alguns concertos ocorridos em 2002. Esse primeiro concerto também acabaria por ser editado em 2003 sob o nome “Doomed For Live – Reunion 2002”. No ano seguinte seria a vez de “Essential Doom”, um CD/DVD que além de trazer um concerto da banda em 2003 também trazia a primeira música nova em anos, retirada das sessões para o novo álbum que não se materializou porque a banda acabou novamente. Edling, incapaz de ficar inquieto, criou os Krux, com Matz Levén (que era o vocalista  dos Abstrakt Algebra) e com Peter Stjärnvind e Jörgen Sandström dos Entombed.

A separação não seria por muito tempo e a banda voltaria definitivamente (e para muitos de forma surpreendente) com o seu álbum auto-intitulado e com a formação clássica. “Candlemass” impressionou sobretudo pela abertura fulgurante de “Black Dwarf”, provavelmente o tema mais rápido que a banda gravou até então. O facto de ter sido editado pela Nuclear Blast Records também permitiu que este regresso fosse de grande sucesso. A banda chegou inclusivamente a ganhar um Grammy com ele.

Por esta altura, os álbuns ao vivo eram uma constante. “The Curse Of Candlemass – Live In Stockholm 2003” trouxe em suporte DVD mais um concerto assim como imagens raras e uma entrevista de uma hora com a banda. Apesar do sucesso e do bom momento criativo, os problemas criativos continuam, principalmente com Messiah até a ruptura foi inevitável tendo o vocalista sido despedido de vez quando a banda estava a preparar o sucessor.

“King Of The Grey Islands” foi lançado em 2007 e o novo vocalista da banda foi apresentado na forma de Robert Lowe, dos Solitude Aeternus. A crítica e fãs apreciaram o novo trabalho assim como o novo vocalista. Tomando o gosto aos DVDs, foi lançado mais um com a celebração do vigésimo aniversário da banda – “20 Year Anniversary Party”. Curiosamente foi a primeira vez que o vocalista do primeiro álbum Johan Längqvist tocou com os Candlemass ao vivo. Em 2008 seria lançado um EP “Lucifer Rising” que apresentava dois temas novos, uma regravação e temas ao vivo.

“Lucifer Rising” foi um bom compasso de espera para o próximo álbum de originais que supostamente seria chamado de “Hammer Of Doom” mas acabaria por ser “Death Magic Doom” o título final. Apesar da qualidade estar presente nestes trabalhos, notava-se também uma certa estagnação criativa de álbum para álbum.

Após assinar pela Napalm Records, a banda anunciou que o próximo “Psalms For The Dead” estaria pronto no Verão de 2012 depois de ter dado a entender anteriormente que o mesmo estaria pronto antes de 2011. Neste sentido, e conforme dúvidas surgiram, Edling afirmou que a banda não iria separar-se mas que também que não iriam andar a arrastar-se e a lançar álbuns medíocres. Claro que no meio disto continuavam a lançar álbuns ao vivo, sendo que um deles foi “No Sleep ‘Til Athens”. Outro foi o DVD/CD “Ashes To Ashes”

“Psalms For The Dead” é lançado e anunciado como o último trabalho da banda. Apesar disso, a sensação descrita atrás, é cada vez mais palpável, sendo que esta fase criativa de Robert Lowe não consegue ter o impacto que o álbum auto-intitulado teve. Adicionando a isto, a própria banda não estava satisfeita com as performances do seu vocalista e o norte-americano viria mesmo a ser despedido por esse factor.

Para os compromissos que a banda já tinha, a banda contou com Mats Levén (que além de já ter tocado com Edling, nos Krux e Abstrakt Algebra, também já foi vocalista de Yngwie Malmsteen e Therion, entre muitos outros). Entretanto, mais uma compilação é editada, “Introducing Candlemass”e mais álbuns ao vivo.

O tempo passa e a banda cumpre a sua palavra de não lançar um álbum apesar de se manter relativamente activa ao vivo, com Mats Levén a comandar os destinos do microfone. Isso não impediu no entanto que a banda editasse o EP “Death Is Thy Lover”, reavivando a esperança dos fãs para mais um novo trabalho de estúdio – algo que o vocalista até merecia.

Não seria o último EP e em 2018, saiu mais EP “House Of Doom”, depois de ter sido lançado esse mesmo tema numa versão alongada em que só estaria disponível após jogar o jogo com o mesmo nome.

A maior surpresa surgiria então com o anúncioda integração de Johan Längquist como vocalista não só do próximo álbum como também a tempo inteiro. A voz original da banda estaria a comandar os destinos dos lendários doomsters. “The Door To Doom” é um trabalho clássico (e nem estamos a contar com a participação de Tony Iommi) e que revitaliza a banda para os próximos tempos, o que faz com que a expectativa para o seu concerto em Vagos não seja menos que bombástico!

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