Tape Secret – Spiker / Negativa / Tir / Dux Louie / Donarhall / Kâl / Crucifier / Sins Of The Damned
Spiker – “Heavy Metal Macht”
Dying Victims Productions
Sim, os Spiker são alemães. O título não engana mas mesmo que enganasse, a voz com um sotaque carregadíssimo colocava logo tudo em pratos limpos. E além do sotaque, a voz também é algo limitada no entanto, não faz com que este trabalho perca o encanto. Temos um EP (lançado em CD, vinil e claro, cassete) com cinco temas apaixonantes e aos quais somos facilmente elevados para além das suas limitações. O regresso ao passado sem o ser realmente.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
Negativa – “03”
Sentient Ruin Laboratories
Os Negativa estão de volta e como tal, aquilo que trazem é morte e devastação, lenta e agonizante. Este álbum foi lançado no final do ano passado em cassete e é por esse motivo que está aqui neste espaço de devoção a este tipo de formato. Em pouco mais de meia hora, a banda espanhola dão-nos black metal claustrofóbico que se cola à pele e impede-nos de ver, ouvir ou sequer respirar o quer que seja que não estes seis temas que continuam a numeração da banda, indo do “XVII” ao “XXII”. Admitimos sem problema que não é um trabalho para se ouvir de ânimo leve ou despreocupadamente. Pesa como uma tonelada após consumido e desgasto-nos. Haverá quem viva unicamente deste tipo de alimentação e a esses recomendamos obrigatoriamente. Aos mais sensíveis (como nós, admitimos sem pudores), contacto moderado com risco de overdose à minima distracção.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
Tir – “Mountains Redux”
Repose Records
Dungeon synth é algo que nos faz recuar anos. Décadas, aliás. Até quando Mortiis se decidiu aventurar com apenas um orgão ou para outros, quando Varg Vikernes começou a lançar música em cativeiro. Como em ambos os casos, a qualidade varia entre o bom, o mais ou menos e a receita infalível para acabar com as insónias, sendo que este último caso é o mais comum. Os Tir, no entanto, têm consciência das limitações do formato e como tal apresentam aqui uma série de faixas cuja duração não é demasiado elevada e que oferem variedade suficiente para nos fazer viajar para mundos de fantasia. Uma reedição limitada a vinte e cinco cópias em cassete e outras 25 em CD. Recomendado.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
Dux Louie – “Tonight In Neon Moon City”
Unique Records
Este tape secret está a fugir ao normal e ainda bem. Assim ficamos com a noção do quão a febre da cassete se está a espalhar (ou pelo menos sempre esteve presente). Sonoridade crua dos Dux Louie remete-nos tanto para um rockabilly letárgico como para um surf rock on drugs. Seja como for há por aqui uma aura muito própria de Verão que está agora a dar os últimos toques. O sabor indie traz-nos memórias de outras coisas, mas Duz Louie não é nenhum copião. Apenas gosta da década de sessenta, setenta e oitenta como todos nós.
Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira
Donarhall – “Helvegr“
Symbol Of Domination / Repose Records
Esta é aquela que se chama gato com o rabo de fora, metade tape metade CD. Originalmente lançado em Julho pela Symbol Of Domination Prod. em CD, foi agora reeditado em cassete pela Repose Records. E porquê salientar isto? Porque este álbum é tão bom que deve ser adquirido de qualquer forma, seja por cassete ou cd. Temos um black metal atmosférico que se funde bastante com outros géneros principalmente por ser instrumental, o que nos faz pensar em como os géneros não são de todo importantes perante a qualidade da música em si. O peso e as ambiências transportam-nos memos que não queiramos e essa inevitabilidade é, por si só, prova do seu poder. A quantidade abunda na carreira desta one-man band (este é o quinto álbum desde 2016) mas a qualidade também.
Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira
Kâl – “Tage Der Nacht”
Repose Records
A Repose Records anda mesmo atenta e a monopolizar aqui o espaço no nosso Tape Secret. Não há problema porque os trabalhos que têm vindo apresentar têm sido de qualidade surpreedentemente boa. Se fosse a avaliar pela capa de “Tage Der Nacht”, se calhar nem arriscávamos, no entanto já aprendemos que não devemos julgar um livro pela sua capa. Ou uma cassete. Black metal melódico e com uma efectividade impressionante. É algo que temos a certeza que editado em 1995 teria deixado todos de boca aberta. Editado agora provavelmente fará com que passe despercebido… para alguns. Para os que estão atentos, uma coisa destas nunca poderia escapar.
Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira
Crucifier – “Escape Or Die”
Edição de Autor
Vamos viajar até à quinta demo dos gregos Crucifier. Old school é dizer pouco. Apesar de ser lançado em 2004, bem que poderia ver de 1994 ou até mesm 1988, já que é thrash metal precário mas cheio de raça a fazer lembrar as propostas do nosso próprio underground. Apesar da produção ser um pouco artesanal, tem um encanto que apenas é possível os clássicos terem. Um bom regresso ao passado numa cassete rara.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
Sins Of The Damned – “Striking The Bell Of Death”
Shadow Kingdom
Confesso que nunca fui muito à bola com o termo speed metal, afinal era usado para muitas bandas que andavam entre o thrash e o power metal. No entanto, o tempo (e algumas bandas que não encaixavam nem num nem noutro campo) acabou por atenuar essa minha aversão. Isto tudo para dizer que supostamente os Sins Of The Damned tocam speed metal e é fácil perceber o porquê desse rótulo – ainda que a voz nos leve para campos mais death metal. A base instrumental é deliciosamente tradicional e anda pelos campos difusos do heavy metal vitamaminado (ou seja speed). Um álbum à antiga, com sete temas com tendência mais longa e que, fora a voz, são delícia para qualquer fã do que se fez na década de oitenta. E mesmo com essa abordagem mais extrema, resulta de forma extremamente eficaz.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
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