WOM Reviews – The Order Of The Ebon Hand / Tribulation / Blackosphere / Vehementor / Crest Of Darkness / Polemicist / Seraph in Travail / Absence Betrayal
The Order Of The Ebon Hand – “VII: The Chariot”
2019 – Satanath Records
Boa surpresa que foram os The Order Of The Ebon Hand. Banda grega com uma carreira que começou na primeira metade da década de noventa (e que teve uma curta paragem) e que voltou mas não tem tido uma presença assídua nos lançamentos desde o segundo álbum lançado em 2005, tirando os splits lançados em 2006 e 2013. Voltaram agora com o terceiro álbum que continua a tendência do álbum anterior, em que focam uma carta do tarot. Musicalmente é uma bomba de black metal levemente melódico com grandes ganchos que se agarram logo à nossa cabeça. Bons temas, boas soluções ainda que não fujam dos lugares comuns, e um bom álbum como consequência.
Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
Tribulation – “Alive & Dead At Södra Teatern”
2019 – Century Media Records
Nota-se que este trabalho é um ponto importante da carreira dos Tribulation. A tocar no seu país, numa das salas mais antigas e conceituadas de Estocolmo, no palco principal do Södra Teatern. Toda a atmosfera é especial e até algo diferente daquela que seria expectável num concerto de metal – a começar no facto do público estar sentado. Já são mais que conhecidas as mudanças estilísticas da banda, exceptuando pelo último trabalho de originais, “Down Below”, que nos deu ideia de que é aqui onde a banda se sente bem em termos de identidade musical. Como tal, e estando divido em dois actos, este álbum ao vivo começa por ter esse mesmo último álbum tocado na íntegra, pela ordem do mesmo. Já o segundo acto é composto por temas escolhidos de trabalhos anteriores, não chegando no entanto a “The Horror”, a estreia nos longa-durações. Apesar das diferenças estilísticas dos vários trabalhos, tendo a voz de Johannes Andersson como ponto de ligação e aglutinador faz com que essas mesmas diferenças sejam mitigadas e que no final de tudo se tenha um algo que todos os fãs farão questão de ter por parte de uma das mais surpreendentes bandas da música pesada sueca. Pequena nota para o suporte visual, que apresenta na perfeição o ambiente que uma actuação da banda transmite.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
Blackosphere – “Astral Travel“
2019 – Edição de Autor
Nada nos dá mais prazer do que ter uma banda a tomar a iniciativa de partilhar connosco o seu trabalho, fruto de muita dedicação, esforço e paixão. É o caso dos italianos Blackosphere, ou será melhor dizer italiano, Manuel Palombi, já que estamos a falar de um só membro efectivo que recorre ao uso de músicos de sessão. Uma perserverança admirável e que tem como resultado este álbum de estreia que vai buscar aquela fusão mais comum entre o black e o death metal com as sonoridades góticas, sendo estas (e os seus ambientes) que mais permanecem ao longo dos oito temas. Produção um pouco crua mas que não compromete o resultado final é capaz de ser o destaque menos positivo de uma estreia que lança, ou pelo menos assim esperamos, Blackosphere no bom caminho.
Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira
Vehementor – “Dungeons of Grotesque Symmetry”
2019 – Satanath Records
Boa surpresa vinda da Macedónia, um país que não é particularmente rico em propostas metal. No entanto, os Vehementor apresentam-se como uma das grandes esperanças da cena. Este álbum de estreia anda por caminhos mais melódicos do death metal ou, encarando de outra forma, com forte influência thrash metal. Se calhar ambas estão mais perto da verdade do que qualquer uma delas separadas. Produção bem forte e poderosa faz com que se fique imediatamente à vontade com o som. Não tem propriamente malhas memoráveis, mas puxa a audição o que já é bastante. Uma banda com muito potencial.
Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira
Crest Of Darkness – “The God Of Flesh”
2019 – My Kingdom Music
Que capa fantástica! E a melhor sensação que se tem é quando a música acompanha a arte da capa. Os Crest Of Darkness são um daqueles nomes do underground que tiveram algum impacto na década de noventa mas que depois desapareceram do nosso radar sem terem propriamente desaparecido. “The God Flesh” é conciso, directo ao assunto apesar de alguns apontamentos mais atmosféricos que até nem acrescentam muito. Este é um daqueles trabalho que sabemos que provavelmente vai passar despercebido mas que não deixa de evidenciar o poder da banda em questão.
Nota 3.5/10
Review por Matias Melim
Polemicist – “Zarathustrian Impressions”
2019 – Fólkvangr Records
Oriundos da Filadélfia, os Polemicist são uma banda recém-formada (2017) que se estreou este ano com o álbum Zarathustrian Impressions lançado em Agosto. Caracterizada com uma sonoridade bem enraizada no black metal , a banda com este álbum assume como tema as abordagens de Nietzsche em relação ao fundador do Zoroastrismo – Zoroastres. Não é só neste ponto que a banda se distingue, o seu seu black metal apesar de se apresentar num estilo seco abrange também sonoridades relativamente melódicas o que confere sempre uma maior facilidade de audição para aqueles que não se situam dentro deste panorma mais extremo, se bem que continua a ser pesado. O álbum é dinâmico a nível dos ritmos diferenciados que apresenta ao longo das faixas se bem que não se esmera noutros campos em especial, porque como já se sabe, estilos de black metal mais rápidos e pesados tendem a ser repletos de ruído seja de guitarra ou dos pratos da bateria independentemente do mínimo de melodia que apresentam. Os poucos solos que existem são de qualidade e aumentam a tensão ao longo do álbum. É um bom álbum, mas ser fã de black metal é quase um requerimento para se conseguir apreciá-lo na totalidade, já os comuns mortais como eu ficam um pedaço em desvantagem sendo que as duas faixas instrumentais acabam por ser aquelas mais apreciáveis.
Nota 7/10
Review por Matias Melim
Seraph in Travail – “Lest They Feed Upon Your Soul”
2019 – Edição de Autor
Os Seraph in Travail são uma banda formada em 2008 de origem americana que se dedica à produção de temas explosivos que conjugam sinfonias ao death metal. Com dois álbuns lançados, aqui vamos abordar o mais recente, lançado em Abril de 2019. Com o título de Lest They Feed Upon Your Soul, este álbum começa logo com a destruição total tão característica do death metal ocorrendo posteriormente infiltrações sinfónicas (de uma forma muito moderada) e de sonoridades por vezes melancólicas e épicas. Apesar de uma relativa fixação dentro das mesmas sonoridades, o álbum é dotado de uma mínima evolução muito ajudada pelos solos explosivos e pelas alternâncias do vocal (tanto as mudanças notadas a nível do principal como na introdução do vocal feminino ocasional). A minha principal crítica em relação a este álbum é o ritmo extremamente acelerado da bateria que acaba tornado a experiência um pouco cansantiva, principalmente devido ao que já referi da evolução de faixa para faixa ser bastante mínima – a verdade é que com as suas faixas a rondar os 7 minutos e com a pouca dinamização de sons, já estava cansado na 4ª faixa. Por outro lado, começa a haver uma maior alternância já nos finais do álbum, um pouco tarde para mim, mas mais vale tarde que nunca. Para mim funciona um pedaço como os álbuns iniciais de Fleshgod Apocalypse sem tanto arranjo orquestral: demasiada explosividade contínua que acaba por afogar os diferentes elementos instrumentais, neste caso, bateria funde-se à guitarra e esse híbrido funde-se ao vocal, deixando o ocasional piano e violino no deserto na maior parte das vezes. Contudo, fora disso a banda faz um trabalho excepcional e se estiverem a ter um dia mau este álbum é excelente para libertar vapor (sem querer insinuar que o álbum apenas serve para isso claro, a sua construção musical é excelente principalmente a nível da guitarra e dos instrumentos “mais sinfónicos”, apenas cai mais para o lado do repetitivo). A nota não foi muito fácil de dar, mas no final de contas é mais 8 que 7.5.
Nota 8/10
Review por Matias Melim
Absence Betrayal – “Difference”
2019 – Metal Renaissance Records
Regresso dos Absence Betrayal, que se estrearam no ano passado e agora estão de regresso com este “Difference”. Falamos “deles” por questão de hábito já que relembramos que os Absence Betrayal são uma one-man band que tem em Andrey Baranov o seu centro. Andrey apurou o sentido de melodia, sendo que estes temas aproximam-se ainda mais do death metal melódico do que do black, isto comparado com o que nos tinha sido apresentado no EP “When The Sun Goes Out”. Não tendo ouvido o álbum de estreia, parece-nos que há uma evolução palpável e que tirando um ou outro pormenor que não resulta tão bem (como a “Circles”, uma experiência meio noise que não acrescenta nada de positivo ao álbum) é um álbum sólido que nos dá vontade até de ouvir a estreia.
Nota 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
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