WOM Tops – Top 20 Heavy Metal Albums 2019
WOM Tops – Top 20 Heavy Metal Albums 2019
Rock, Hard Rock e… claro, Heavy Metal. Para muitos de nós, o centro de tudo, o centro do amor pela música pesada. O som sagrado. Inúmeros álbuns de qualidade inegável passaram pelas nossas mãos mas foram estes vinte que ficaram gravados nas nossas memórias, que vão ficar para a posteridade.
20 – Last In Line – “II”
Frontiers Music
Estamos perante um projecto que à partida e pelas faladas conexões ao passado e legado Ronnie James Dio, poderia ser arriscado, não pela qualidade dos seus integrantes, nem se questiona, mas pela ideologia do mesmo. O primeiro disco lançado, não surpreendeu, mas também não desiludiu e agora surge de forma muito natural “II” o próximo passo e claro, sendo no caminho que é aceita-se como um disco de heavy metal muito forte e mais variado musicalmente que o seu antecessor. Vivian e Vinny são uns mestres na arte, o passado é isso mesmo e o panorama metal tem muito a ganhar com muitos Last In Line a este nível. Infelizmente o projecto perdeu Jimmy Bain, um dos grandes criativos ao serviço de Dio, agora com outro monstro que é Phil Soussan, mas trouxe a afirmação de Andrew Freeman, como um vocalista de excelência, com um desempenho vocal muito, muito bom!
Miguel Correia
19 – Iron Fire – “Beyond The Void”
Crime Records
Os dinamarqueses Iron Fire lançam o seu nono trabalho e aquilo que é o sucessor de trabalhos de sucesso como “Among The Dead”. A resposta afigurava-se difícil, mas, sinto que ao ouvir “Beyond The Void” o objetivo é conseguido com muita qualidade e feito com todo o coração. Acompanhei o trajecto dos Iron Fire com a audição de alguns trabalhos anteriores e por isso estou à vontade para falar. Estão aqui um punhado de músicas heavy power metal melódico, bem simples, directas com algumas incursões, também elas bem conseguidas, por sonoridades thrash deixando a composição final numa estrutura bem que vai agradar muito a fãs de Judas, Helloween, pois é muito dinâmico e pronto… resposta dada: check!
Miguel Correia
18 – Crystal Viper – “Tales Of Fire And Ice”
AFM Records
Com lançamento previsto para 22 de Novembro, “Tales Of Fire And Ice”, marca o regresso dos polacos Crystal Viper que já passaram, não só pelas nossas páginas, mas também estiveram no nosso país para um brilhante concerto em dezembro do ano passado. Então, falando deste disco, a abordagem feita é mais intensa e pesada que o seu antecessor. “Prelude” abre as hostilidades para um “Still Alive” tratado com punhado de riffs deslumbrantes e por onde a voz de Marta Gabriel navega de forma consistente e brilhante, algo que se vai percebendo ao longo de todo o disco. As músicas são inspiradas em mitos e fábulas, e soam com coração e alma! Gostei muito de “Queen Of The Witches”, mas fiquei rendido, completamente, a este passo que a banda dá, na tentativa conseguida de modernizar ainda mais o seu som.
Miguel Correia
17 – Athanasia – “The Order Of The Silver Compass”
Rock Of Angels Records / Seeing Red Records
Hoje é o meu dia de sorte, pois fazer reviews a discos de qualidade é sempre algo que nos preenche. E falo agora, deste disco dos Athanasia, para o qual procuro adjetivos que o descrevam de forma a perceberem o que se sente ao ouvi-lo. Ele vai do assombroso, no bom sentido, ao melódico, aos momentos em que o nosso coração fica a bater tal a abundância de momentos musicais fabulosos, cheios de cadências crescentes, grandes riffs. Estes norte americanos são bons, mesmo muito bons e tem aqui um disco do qual se devem orgulhar, pois é heavy metal no seu melhor!
Fernando Ferreira
16 – Spirits Of Fire – “Spirits Of Fire”
Frontiers Music
Vou deixar no ar a composição deste projecto! Limito a minha análise à sonoridade, ao que me é dado a ouvir, porque tudo o resto deixo à vossa curiosidade. Ok, “Spirits Of Fire” é uma malha de grande qualidade, debitando a uma velocidade harmoniosa que parece rasgar todos os padrões sonoros heavy metal até ao momento. As melodias são variadas, os ritmos são globalmente frenéticos e as linhas vocais estão num patamar e para o qual me apetece dizer, bem-vindo TRO… Há então muito para ouvir e degustar. Será mais um disco que me vai acompanhar por um bom tempo, com toda a certeza.
Miguel Correia
15 – Kryptos – “Afterburner“
AFM Records
Os Kryptos são uma banda old school da cena indiana e remontam a sua formação ao ano de 1998. Com uma sonoridade bem caraterística da cena heavy desses anos, foram a primeira banda indiana a fazer uma tour pela Europa, ganhando a devida reputação e passando pelo mítico Wacken nos anos de 2013 e 2017. Apresentam ao mundo o seu mais recente disco de estúdio, digno de registo e que pelo que nos foi dado a ouvir, tem tudo para honrar os anteriores e aclamados trabalhos. Nõo podia haver melhor forma de celebrar 20 anos de carreira, para uns ilustres desconhecidos para a maioria, mas que este quinto álbum promete definitivamente deixar o nome Kryptos gravado nas nossas memórias por muito tempo. Há por aqui grandes músicas, rápidas, com grandes solos, por onde predominam as melhores tradições do heavy metal.
Miguel Correia
14 – Tytus – “Rain After Drought”
Fighter Records
Com um som distinto dos anos 80 a beirar a cena do NWOBHM os italianos Tytus regressam com este segundo álbum digno de se ouvir do princípio ao fim. Um heavy metal clássico com um paladar moderno entregando pedaladas de bateria e guitarra à maneira. Por vezes lembra sons dos Skid Row a quando do Slave To The Grind, principalmente na voz. Não ao alcance operático de Bach mas no rosnar de certas frases. Destaque para os temas titulo “Rain After Drought Pt.1 & 2” que trazem mais o lado progressivo com melodias de guitarra memoráveis tipo Whitesnake e uma amostra do alcanço vocal. A presença daquela máquina Priest/Maiden não deixa de marcar presença tema após tema e as guitarras ferram esse sentimento bem. Um trabalho para destaque em 2019 sem dúvida e para passar em alta rotação.
Fernando Monteiro
13 – Death’s Head And The Space Allusion – “The Counterbalance”
Inverse Records
Mais um nome totalmente desconhecido do meu catálogo, mas, como nunca é tarde para acrescentar mais qualquer coisa à lista, e neste caso o álbum de estreia dos finlandeses é bem-vindo. Uma combinação muito interessante de melodia, metal e vocais limpos e lá está, vem confirmar a minha opinião de sempre, as bandas de hoje em dia tem de ter um cuidado enorme com os seus lançamentos, e “The Counterbalance” sente-se um disco cuidado na sua composição. Há por aqui muito do espírito furioso do rock’n’roll, mas cruzado, por assim dizer, linhas metal vibrantes conduzidas progressivamente. É um pacote de peso melódico perfeitamente considerado.
Miguel Correia
12 – Hammerfall – “Dominion”
Napalm Records
O regresso de uma banda como os Hammerfall é sempre motivo de interesse, principalmente após um álbum tão bom como “Built To Last”. Haverão sempre os que argumentam que a banda não apresenta nada de novo, até desde que surgiram, no entanto é inegável que a sua fórmula de heavy metal conseguiu evoluir e manter-se relevante ao longo dos anos, mesmo que tenham tido (e tiveram) algumas escorregadelas ao longo de tão ilustre percurso. Ora “Dominion” tem tudo para figurar, após o devido teste do tempo, na galeria dos seus melhores trabalhos. Produção forte e poderosa (outra coisa não seria de esperar) e temas que além de cativantes nos soam clássicos e onde toda a banda está no topo da sua forma. E soa a Hammerfall sem soar a requentado. Temos aqueles coros típicos, grandes solos e a voz de Joacim Cans, por quem os anos parece que não passam. Sem dúvida um dos álbuns de heavy metal do ano.
Fernando Ferreira
11 – Ram – “The Throne Within”
Metal Blade Records
Não é nova a nossa admiração pelos suecos Ram. A banda, com duas décadas de carreira, tem sido uma força constante no novo heavy metal que tem surgido um pouco por todo o lado e a expectativa para o seu sexto álbum de originais é obviamente alta. No entanto não esperamos a salvação do género nem o álbum definitivo. Apenas heavy metal, de qualidade ímpar e é isso mesmo que os Ram apresentam. “The Throne Within” começa com um tema a puxar mais ao épico na forma de “The Shadowwork” mas a faceta mais directa não está esquecida e o álbum faz um bom equilíbrio entre as duas facetas, mostrando a banda particularmente inspirada. Tudo isto através da simplicidade do heavy metal que na teoria é fácil de atingir (para aqueles que não percebem o género) mas na prática equivale a um processo alquímico que apenas alguns iluminados têm essa capacidade. Como os Ram. Fantástico, portanto.
Fernando Ferreira
10 – Asomvel – “World Shaker”
Heavy Psych Sounds
Motörhead! Motörhead! Motörhead! Lemmy is not dead! Já lá vão quatro anos desde que Deus nos deixou a marca para a eternidade da sua música e atitude em vários estilos musicais e personalidades de hoje permanece. É o caso dos Asomvel sem sombra de dúvida ou motivo para encobrir o respeito e homenagem que estes britânicos tem para com Lemmy e Motörhead. Se alguém apresentasse este trabalho sem nome ou arte, quase que passava por Motorhead. Bem trabalhado, músicas simples e directas ao ponto, coros repetitivos com muitas referências a “Hellraiser” e o modo com Lemmy o cantava. O vocalista não se envergonha de mostrar que tem quase o mesmo timbre de voz…quase… Lemmy is God! O trabalho de guitarra baixo é soberbo. As guitarras deslumbrantes. A bateria poderosa. Não há uma faixa neste álbum que seja fraca. Sim, trata-se de um disco que muitos irão condenar por ser uma cópia de Motörhead mas se os Greta Van Fleet são uma cópia dos Led Zeppelin (nada de negativo nisso) então os Asomvel tem luz verde para continuar a fazer o mesmo. Venha mais material.
Fernando Monteiro
9 – Fatal Curse – “Breaking The Trance”
Shadow Kingdom
É para álbuns como esta estreia dos Fatal Curse que nós vivemos. Esta energia crua, este poder do heavy metal que muitos julgam estar enterrado na década de oitenta. Ora aqui temos uma banda nova que vai buscar muito a essa energia primordial do estilo mas que também prova graças a um álbum curto e furioso que o heavy metal é imortal e que existe espaço para o mesmo. Não é por acaso que ele surge nesta rúbrica e não é por acaso que é editado em cassete e vinil além do óbvio CD. É que faz todo o sentido que assim seja. Vício absoluto
Fernando Ferreira
8 – Haunt – “If Icarus Could Fly”
Shadow Kingdom Records
Fantástico álbum! E sim, continuamos a falar dos Haunt. O que é melhor que ter um EP excelente? Ter um álbum excelente, claro. O Tape Secret deste mês é sortudo o suficiente para ter Haunt em dose dupla que é o mesmo que dizer heavy metal clássico e tradicional de extremo bom gosto em dose dupla. Oito temas curtos (raramente chegam aos quatro minutos) mas que têm um grande impacto para quem tem o som sagrado a correr nas suas veias.
Fernando Ferreira
7 – Pretty Maids – “Undress Your Madness”
Frontiers Music
Os Pretty Maids são para mim aquela banda de sempre! Cresci ao ouvir “Red Hot And Heavy”, “Back To Back”, que solooooooooo e fiquei deslumbrado com “Future World”, tudo o resto foi crescendo comigo. “Kingmaker” foi um disco igual a muitos outros do catálogo dos mestres dinamarqueses, independentemente das opiniões, para mim é assim que o vejo porque Pretty Maids é sinónimo de qualidade. “Undress Your Madness” é especial e sinto-o dessa forma por tudo aquilo que rodeia a banda nesta fase menos boa, devido ao estado de saúde de Ronnie, gravado por ele já em fase de tratamentos, o que não é fácil, mas que demonstrada a sua determinação em vencer, seguindo assim o caminho dos seus antecessores o já referido “Kingmaker” (2016), “Louder than Ever” (2014) e “Motherland” (2013) e que apesar de se inclinar mais para uma sonoridade rock / hard rock dá corpo à ideologia usada na composição nos últimos 6-7 anos. Tudo o resto a banda vai dando a conhecer ao público de forma progressiva, por mim já digeri sem me cansar e vezes sem conta todas as 10 faixas, sem contar com a intro. Ron e Atkins são uma equipa vencedora com quase 40 anos de estrada! Força Ronnie precisamos de ti!
Miguel Correia
6 – Steel Prophet – “The God Machine”
Rock of Angels Records
Os Steel Prophet sempre foram uma banda subvalorizado, pelo menos no nosso país, excepção feita aquando o lançamento de “Dark Hallucinations” ou “Book Of The Dead”. A banda nunca desistiu embora tenha andado desaparecida editorialmente durante cerca de uma década entre 2004 e 2014, tendo regressado aos álbuns nesse ano com “Omniscient”, e agora, cinco anos depois, com este “The God Machine”. Primeira coisa a assinalar, a banda está fortíssima e renovada. Desde o último álbum, temos um novo baterista (John Tarascio), novo guitarrista (Jon Paget) e a mudança mais vísivel, um novo vocalista, na pessoa de R.D. Liapakis, também vocalista dos excelentes Mystic Prophecy. O resultado é um álbum mais musculado mas mantendo o espírito heavy metal. Arrisco-me a dizer que este será provavelmente o álbum mais poderoso deste milénio. Fantástico. Welcome back boys!
Fernando Ferreira
5 – Spirit Adrift – “Divided By Darkness”
Black Lion Records / Chaosphere Records
Confesso que o meu primeiro contacto com os Wells Valley. Apesar de reconhecer a sua qualidade, não consegui com que “Matter As Regent” entrasse em pleno. Já “The Orphic” foi imediato. E com isto chegamos ao segundo álbum, “Reconcile The Antimony” que teve o dom de me dar uma paulada na tola que me deixou amnésico. A sério! Acreditem que assim que ouvi este álbum pela primeira vez, no final, não me recordava dos motivos que me levaram a não gostar de “Matter As Regent”. Nem mesmo dos motivos que me levaram a gostar de “The Orphic”. É assim TÃO poderoso. Mostrando-se por um lado tradicional, com a veia doom quase a estalar, mas sem esquecer os ambientes claustrofóbicos, estes seis temas precisam de espaço – provavelmente tal como o já referido até exaustão primeiro álbum – apesar do impaco positivo que têm. Porque o seu alcance é mesmo impressionante. Podemos dizer que é um álbum que precisa de uma disposição pré-definida para ser ouvido, no entanto, mesmo sendo colocado a tocar a contragosto, não precisa de muito para criar (rasgar?) o seu próprio espaço. Que bomba!
Miguel Correia
4 – Forged In Black – “Descent Of The Serpent”
Fighter Records
O segundo disco dos britânicos Forged In Black é um regresso feito com muita honra e que vai deitar por terra todas as barreiras que ainda possam existir para a banda. Juntos desde 2007, tocam heavy metal da velha escola com um grande som moderno. Os materiais promocionais descrevem o estilo da banda como um combo do Judas Priest, Candlemass e Metal Church. “Descent Of The Serpent” é o grito de uma banda que se atira com tudo para quem os queira ouvir, eles soltam riffs após riffs, com solos resplandecentes, rápidos licks, leads harmonizados e arpejos da velha escola voando por todo o lugar. Chris Storozynski…é um vocalista e tanto! RECOMENDO!!!!
Miguel Correia
3 – Grand Magus – “Wolf God”
Nuclear Blast Records
Os Grand Magus são uma daquelas bandas que tem tudo para nos agradar. Afinal nós somos acérrimos defensores do heavy metal tradicional, tendo em conta como o género é hoje em dia marginal entre os fãs da música pesada, algo impensável quando eu comecei no meu caminho por este mundo do metal. No entanto, conforme temos acompanhado a banda nos últimos trabalhos, temos assistido a um decrescer do impacto que os seus trabalhos têm em nós. Talvez por uma abordagem mais próxima do hard rock, a coisa não nos tem cativado como antes. Eis que com o seu nono álbum de originais, a banda recupera o feeling mais doom e mais heavy metal tradicional o que faz com que este seja um álbum que obviamente ficamos rendidos. Mantém a simplicidade da sua abordagem mas ao mesmo tempo reúne uma série de temas vencedoras. E tendo em conta que estamos a falar de uma banda com vinte anos de carreira, não deixa de ser fascinante manterem-se com a criatividade em alta.
Fernando Ferreira
2 – Ravensire – “A Stone Engraved In Red”
Cruz Del Sur Music
Metal nacional, o quanto adoro as nossas bandas, o quanto aprecio o trabalho desenvolvido por aqui e os Ravensire, são uma proposta fantástica. “A Stone Engraved In Red”, é o terceiro disco e aquele que tem como objectivo cimentar o nome da banda internacionalmente. É o meu primeiro contacto com o trabalho deles e fiquei completamente rendido ao que me foi dado a ouvir: metal épico com grandes melodias, estruturadas em arranjos complexos, mas de fácil audição, algumas passagens acústicas e um trabalho de equipa exemplar e muito cuidado.Destaco, obrigatoriamente, “After The Battle” uma homenagem a Mark “The Shark” Shelton (aliás, o álbum é dedicado a ele e a Hartmuth Schindler, dos Barbarian Wrath, fã e amigo de longa data da banda). Um disco de coração e que se pode tornar intemporal
Miguel Correia
1 – Midnight Priest – “Aggressive Hauntings”
Metal On Metal Records
O terceiro disco da banda nacional, na minha opinião leva-os de volta a um estilo mais pesado e agressivo, traduzido em nove faixas sublimes e que reforçam num todo a minha sobre as bandas lusas, não ficam em nada atrás, do que lá fora se faz, avaliando por muitas de outras propostas que nos vão chegando para review. Sobre “Aggressive Hauntings” muito poderia dizer, mas resumindo, dentro do estilo referido anteriormente, soa muito clássico e moderno. É um disco sem truques, muito directo e muito sólido do primeiro ao último tema. Midnight Priest é Heavy Metal e do melhor!
Miguel Correia