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WOM Reviews – Nightwish / Malefistum / Fading Azalea / Mystherium / Livløst / Eisregen / Beyond The Black / Ulvånd

WOM Reviews – Nightwish / Malefistum / Fading Azalea / Mystherium / Livløst / Eisregen / Beyond The Black / Ulvånd

Nightwish – “Human. : || : Nature.”

2020 – Nuclear Blast

É tão parvo voltar a isto (quinze anos depois) como relevante, infelizmente, mas… os Nightwish andaram muito tempo, aos olhos dos fãs, para se recuperar da saída de Tarja Turunen. Mesmo que tenha sido o caminho que escolheram. A vontade de mudar para algo diferente já era por demais evidente no “Once” e esse foi o caminho que seguiram, nunca conseguindo no entanto conseguir resultados que satisfizessem a 100%. A evolução foi feita e após Annette Olzon, Floor Jansen surgiu mas parece que faltava o álbum que lhe fizesse justiça. Parece que é aqui onde todas as peças se conjugam da melhor forma, principalmente Troy Donockley a voz de que surge com um protagonismo acrescido e merecido. O segredo para apreciar este trabalho em todo o seu esplendor será esquecer por completo aquela veia mais power metal do início de carreira. Afinal já passou demasiado tempo desde que a banda seguiu por outro caminho, porquê continua a queixar-nos disso? A personalidade e identidade da banda já está bastante firmada e este é o álbum esperando, conseguindo, nesse campo, alcançar um novo nível de excelência que não tem andado presente. Composto por dois discos sendo que o segundo é quase instrumental, este é um trabalho ambicioso, como sempre, mas que chega mais perto das suas ambições do que qualquer outro que tenham lançado pós-Tarja.

8.5/10
Fernando Ferreira

Malefistum – “Enemy”

2020 – Fastball Music

Jens Faber dos Dawn Of Destiny decidiu criar um novo projecto que tinha como principal objectivo juntar uma série de estilos de metal, do sinfónico, ao gótico assim como power e death metal melódico. A ajudar, pôde contar com Melissa Bonny (vocalista que conhecemos do trabalho dos Ad Infinitum e Rage Of Light) e Federica Lanna (vocalista que também conhecemos dos trabalhos de Volturian e Sleeping Romance), entre outros nomes que têm menos protagonismo no produto final. É um trabalho que apesar de não se esconder dos lugares comuns consegue cativar sobretudo os que gostam da melodia sinfónica e das abordagens aos estilos atrás referidos. É uma boa mistura e os temas são interessantes, sempre com o balanço inteligente entre a melodia e agressividade.

8.5/10
Fernando Ferreira

Fading Azalea – “Maze Of Melancholy”

2020 – WormholeDeath

Este duo sueco estreia-se com um álbum de metal gótico/sinfonico ambicioso. E se à partida poderíamos esperar algo datado (ou pelo menos que nos fizesse lembrar de como algumas propostas eram bastantes más quando o género estava na berra), acabamos por ficar surpreendidos pela positiva. Não, não é uma proposta arrojada estilisticamente. É até bastante tradicional tendo em conta os pressupostos no final da década de noventa do século passado. A questão é esmo termos canções que são belas e melancólicas sem fazer soar o alarme do azeite. Obviamente que este alarme é pessoal e intransmissível, pelo que poderá fazer soar o vosso. Como não são vocês que ouviram este trabalho umas quantas vezes, terão de acreditar na minha palavra. Boa estreia discográfica para os velhos românticos apreciadores do bom e velho metal gótico sinfónico.

8/10
Fernando Ferreira

Mystherium – “Zemsta Natury”

2020 – War Productions /  Werewolf Promotion

Somos apreciadores da nostalgia mais antiga do que aquela que nos é mais próxima, confesso. É mais fácil ficar fascinado com algo que vai buscar inspiração na década de setenta do que propriamente à de noventa mas há sempre excepções. Os Mystherium são um delas. Com um som bem underground que mistura sensibilidade gótica ao black metal melódico/pagão, a identificação com o que se fazia em meados da década de noventa é clara. E no entanto não nos soa datado (não pelo menos de uma forma má) ou sequer a mofo. Soa até refrescante. Sendo este apenas um EP é recomendado sobretudo para aqueles que gostam do período e género em questão. Irão apreciar esta toada vintage.

8/10
Fernando Ferreira

Livløst – “Bråtebu”

2020 – War Productions / Skaventhrone

O dungeons synth é um bicho de difícil atracção e propagação. É preciso atingir um equilíbrio muito delicado. No meu caso, a apreciação surge por gostar bastante da componente ambient que nem sempre é utilizada. Como aqui. Sintetizadores old school, algumas melodias “eerie” (até mais do que medievais) este é um lançamento que poderá causar algum aborrecimento antes de chegar a ter o efeito desejado de nos transportar por um outro mundo ou era.

6/10
Fernando Ferreira

Eisregen – “Leblos”

2020 – Massacre Records

A inconstância dos Eisregen está de volta. Se calhar já estou a revelar demasiado logo ao início mas quem conhece a banda alemã, também já sabe ao que vem. Décimo quarto álbum, uma marca sempre interessante, que como sempre mistura no mesmo caldeirão um black/death melódico com algo assumidamente mais gótico. Nada de errado até este ponto embora seja mais comum encontrarmos esta mistura em todas as composições, enquanto aqui encontramos músicas assumidamente góticas e melódicas e outras mais a puxar ao black/death, ficando a sensação de que a banda está a tentar agradar a dois públicos diferentes ao mesmo tempo. Musicalmente até se revela mais interessante do que os últimos álbuns, mas como um trabalho isolado, é, lá está, inconstante. E pouco coeso. Para quem os conhecia, vão ficar com a mesma sensação que nós e que este será sem dúvida um dos seus melhores trabalhos dos últimos tempos. Para os outros, se calhar têm de se desiludir primeiro.

7/10 
Fernando Ferreira

Beyond The Black – “Hørizøns”

2020 – Napalm Records

Não há como negar como o metal gótico (ou de tiques góticos) é sem dúvida um dos que tem mais potencial para chegar ao mainstream. “Hørizøns” é o quarto álbum da banda alemã e não há grande diferenciação daquilo que se faz hoje em dia neste campo. Metal bombástico, melódico, a puxar ao industrial – pelo menos ao electrónico – e uma boa voz feminina que é intercalada por ocasionais vocalizações masculinas. A voz de Jennifer Haben é mesmo o centro das atenções e não é por acaso que é a sua imagem que surge na capa, não deixando margem para dúvidas. Bem feito mas… falta algo que nos surpreenda. Não somos fanáticos pela originalidade mas neste contexto, não lhe fazia mal.

7/10
Fernando Ferreira

Ulvånd – “The Origins”

2020 – Edição de Autor

Depois de três singles lançados em 2018, é o momento de ter o primeiro EP dos franceses Ulvånd. Gothic metal melódico e com laivos de doom, muito bem construído que, mesmo sem evitar os lugares comuns, consegue ser marcante. Resulta de forma particularmente bem com o intercalar da voz feminina e do gutural masculino – sim, é algo que já foi visto, ouvido e feito até à exaustão mas sem dúvida que neste EP resulta de forma quase perfeita, é um início de carreira promissor.

8.5/10
Fernando Ferreira

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