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WOM Reviews – Bell Witch / Aerial Ruin / Svärd / Stoned Jesus / Total Death / Huanastone / Primitive Man / Conan / Deadsmoke / Unburnt

WOM Reviews – Bell Witch / Aerial Ruin / Svärd / Stoned Jesus / Total Death / Huanastone / Primitive Man / Conan / Deadsmoke / Unburnt

Bell Witch / Aerial Ruin – “Stygian Bough: Volume I”

2020 – Profound Lore Records

A colaboração entre bandas é algo que não se realiza as vezes suficientes na minha opinião. Principalmente quando o resultado é algo assim. De um lado demos o funeral doom dos Bell Witch (como quem diz, de Dylan Desmond e de Jesse Shreibman) , do outro a sensibilidade mais folk de Aerial Ruin (como quem diz Erik Moggridge). Não sendo surpreendente, porque Moggridge já emprestou a sua voz diversas vezes aos Bell Witch, mas a novidade agora é que também lhe dá um toque dos seus dons mais acústicos assim como une a sua guitarra ao baixo e bateria, algo que não mude em muito o som base dos Bell Witch, apenas complementa. Só por isso, é um disco imperdível.

9/10
Fernando Ferreira

Svärd – “The Rift”

2020 – Argonauta Records

Excelente surpresa, esta dos Svärd. Temos uma nova (super?) banda que conta com membros dos Ahab e dos In Mourning e que anda mais pelos campos do stoner musculado do que propriamente do doom metal – tirando talvez o épico “The Portal” com quase dez minutos de duração e bem pesadão. Do mais que refrescante que há, este EP puxa à audição por ser muito mais do que os nomes envolvidos. Até muito mais do que aquilo que sugere o rótulo ou stoner. Não sabemos se será algo que será para durar ou para crescer muito mais. Mas esperemos que sim.

9/10
Fernando Ferreira

Stoned Jesus – “First Communion”

2020 – Argento Records

É cada vez mais comum termos bandas de black metal misteriosas das quais não há nenhuma informação. Mas no final o que interessa mesmo é a música e no caso dos holandeses Ossaert, o que temos é quatro temas longos, hipnóticos e cruz. Vistas a coisas, não é preciso saber quem são, de onde vieram e para onde vão. Nem é preciso letras nem títulos de música (por muito que seja um chavão termos “I”, “II”, “III” e “IV” como títulos, enquadra-se perfeitamente) porque a música fala por si só. E nem só consegue ser aquele black metal cru e primitivo como também consegue alcançar níveis inesperados de melancolia (conferir a “III”). No geral é um álbum surpreendente que não conseguimos ficar indiferentes.

8.5/10
Fernando Ferreira

Total Death – “Sorrowful And Immaculate Heart”

2018 – Concreto Records

Os Total Death foram uma das grandes surpresas (para nós) do passado Under The Doom e a banda teve a gentileza de nos enviar este EP de 2018 e também de nos ofercer um vinil, o qual esperaremos também fazer a review em breve. Longe de ser um doom monocórdico e monolítico, há por aqui a inclusão de influências mais melódicos, típicas de um gothic metal, que resultam muito bem neste contexto. Três temas apenas mais vinte minutos de música de uma das grandes bandas do Equador.

8.5/10
Fernando Ferreira

Huanastone – “Third Stone From The Sun”

2020 – Argonauta Records 

Segundo álbum de originais para os suecos Huanastone e o primeiro que me é apresentado. Uma boa apresentação diga-se de passagem já que a banda consegue cativar pela diferença. Podemos inserí-los no patamar do stoner rock, mesmo que não seja, de todo, uma proposta típica. Aliás é tão atípica que se dissermos que é simplesmente rock, não será uma ofensa. Temos aqui realmente outras elementos, como até um certo toque blues que nos chega em temas como “Carnivore”. Essa veia melancólica poderá ser algo que quebra o andamento do álbum, mas quanto a mim é algo que só lhe dá mais personalidade. Não sendo um trabalho imediato, “Third Stone From The Stone” tem personalidade o suficiente para conseguir cativar-nos conforme se vai reapresentado.

8/10
Fernando Ferreira

Primitive Man – “Immersion”

2020 – Relapse Records

Já tinha saudades da Relapse mandar cá para foram os bujardas bem javardas como esta dos Primitive Man. O seu terceiro álbum é tudo aquilo que antecipámos: uma mistura deliciosa entre o sludge, o doom e o noise – onde o feedback é um membro da banda com tanto relevo como qualquer outro. Já se sabe, não é para fracos e para aqueles que são sensíveis dos ouvidos. Isso e para quem não goste de ambientes olhe possa (e irá de certeza) faltar o ar. Por vezes é mesmo o que precisamos para sermos um bocado mais felizes.

8/10 
Fernando Ferreira

Conan/Deadsmoke – “Doom Sessions Vol.1”

2020 – Heavy Psych Sounds

Reunião de dois pesoes pesados embora tenha que se admitir que são os Conan aqueles que chamam a nossa atenção em primeiro lugar. A sua contribuição para este split vem na forma de um tema épico (“Beheaded”) com quase vinte minutos, onde carecemos de um pouco de dinâmica para quem for imune à toada hipnótica. Já os Deadsmoke, ocupando um pouco menos de espaço, apresenta duas faixas com uma dinâmica completamente diferente, onde encetamos uma viagem, principalmente na “Dethroned Concrete”. Duas formas distintas de fazer doom que poderão ter (consoante os gostos), os mesmos resultados.

7/10
Fernando Ferreira

Unburnt – “Procession”

2020 – Edição de Autor

Depois de dois álbuns, eis que os franceses Unburnt chegam à sua estreia. Sludge/doom metal que traz algumas surpresas, para além da sujidade e lentidão inerente às características do estilo. Há algo mais. Há uma certa ambiência dissonante, uma omnipresença de uma entidade exterior, daquelas que não se consegue recriar por muito que se queira. Monolitos intercalados por dois interlúdios ambientais (que por um lado quebra o ritmo do álbum, por outro revitaliza-o a cada faixa). É uma luta constante que acaba por ganhar vantagem de alguns momentos inesperados de violência como na “Remains”. Altos e baixo, como numa montanha-russa e que não nos permite ficar totalmente satisfeitos no final de cada viagem. Exigente por isso, com incapacidade de estar à altura da sua alta exigência.

6.5/10
Fernando Ferreira

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