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WOM Reviews – Pg.lost / PreHistoric Animals / Pure Reason Revolution / Greybeard / Parazit / Leviathan / Since April / Skin 17

WOM Reviews – Pg.lost / PreHistoric Animals / Pure Reason Revolution / Greybeard / Parazit / Leviathan / Since April / Skin 17

Pg.lost – “Oscillate”

2020 – Pelagic Records

Aquilo que sempre me atraiu na música dos Pg.lost, mais do que ser uma banda que reúne membros e ex-membros de outras entidades como The Great Discord, Ghost ou The Cult Of Luna, foi a forma como criam tapeçarias sonoras que nos envolvem e transportam para longe como se fossem o tapete mágico das mil e uma noites. “Versus” deixou a fasquia bem elevada e como tal seria de esperar, que as expectativas tivessem bem altas. Vou ser absolutamente sincero, não foram superadas. A marca de “Versus” continua lá, mas isso não é o mesmo que dizer que este “Oscillate” seja uma desilusão, longe disso. É um trabalho emocional e profundo, como só os Pg.lost sabem fazer e como tal, profundamente eficaz. Continua a abordagem instrumental – pelo menos não encaro que aquilo que se pode ouvir num tema como “E22” seja a utilização de voz de forma convencional – e continua também o reunir uma série de melodias que nos tocam e emocionam facilmente, sendo um regresso que nos mantém a convicção de que estamos perante uma das grandes bandas de pós-rock de sempre.

9/10
Fernando Ferreira

PreHistoric Animals – “The Magical Mystery Machine (Chapter One)”

2020 – Edição de Autor

Típico caso em que é a música a conseguir capturar a atenção quando a capa faz tudo para que ela se afaste. A sério pessoal isto não é uma capa que se apresente em 2020. Bem, adiante. Esta banda sueca tem um som fantástico. Rock progressivo, com algum peso que tanto vai piscar olho aos clássicos – aquele início da “Floodgate” remete-nos para tanta coisa boa que é impossível um fã de progressivo não ficar logo agarrado. Não basta fazer temas com mais de seis minutos, nem ter estruturas complexas, é preciso sumo. Saboroso e memorável. Sei que a coisa do memorável hoje em dia é cada vez mais complicada, com a nossa memória a ser esticada ao limite por todas as coisas que lutam pelo seu espaço, mas tendo em conta o estilo, este conjunto temas é realmente forte. Inesperada e deliciosamente forte. O potencial é enorme. E esta será uma das grandes surpresas de 2020 no reino do progressivo.

8.5/10
Fernando Ferreira

Pure Reason Revolution – “The Dark Third”

2006 / 2020 – InsideOut Music

Tinha curiosidade para ficar a conhecer a estreia dos Pure Reason Revolution e ainda bem que o consegui fazer graças a esta reedição. Este foi o álbum de estreia da banda e é fácil perceber o seu impacto. Sem dúvida progressivo, a seguir os mestres, mas também a trazer algo de novo. O facto de não ter solos de guitarra, mas não deixar de ter a guitarra sempre presente é um dos muitos pormenores que fazem deste um trabalho espantoso. Os arranjos electrónicos e orquestrais de classe e ao mesmo tempo discretos, são outros que tais.Mas o é o trabalho de voz que é um enorme destaque. Vozes, aliás, que funcionam em muitos momentos como um coro hipnótico que tem tanto de Beach Boys como de música clássica. Seja o que for, resulta e soa refrescante este contexto. É um álbum duplo, longo, mas que flui tão bem que nem se dá pelo tempo passar, isto mesmo contando com temas que passam a marca dos dez minutos. Recordar é viver sobretudo quando se recordam álbuns como este.

9/10
Fernando Ferreira

Greybeard – “Oracle”

2020 – WormHoleDeath

Depois de alguns EPs lançados, chega a hora de mergulharmos no álbum de estreia dos canadianos Greybeard que têm um som bastante… característico. O rótulo progressivo vem à mente, embora o seu death metal de contornos melódicos não seja propriamente aquilo que poderíamos chamar como progressivo ao primeiro contacto. Nem ao segundo ou terceiro. Mas ainda assim tem uma aura que nos remete para esse estilo, principalmente na estruturação do álbum, na forma em que há um fluir muito natural de tema para tema. Já agora, estes temas poderão parecer sofrer da unidimensionalidade da voz mas essa é apenas uma pequena impressão já que há uma toada hipnótica que joga a seu favor. Instrumentalmente soberbo, esta é uma banda a acompanhar. Não deverão de certeza ficar por aqui.

8/10
Fernando Ferreira

Parazit – “Aural Coincidence”

2018 – Edição de Autor

Este é para o pessoal que gosta a música levada ao seu limite em termos técnicos. Não, não é assim tão extremo tecnicamente, apenas é desafiante para o comum mortal, mas para quem gosta de rock progressivo, de jazz de fusão, metal progessivo a roçar o djent, dirá logo, nos primeiros momentos, que este é um interessante álbum. Dito isto, tenho perfeita consciência que não é um álbum de absorção simples para quem até pode apreciar música instrumental. Convenhamos, qualquer coisa que tenha pelo meio jazz será algo à partida mais desafiante. As ambiências e atmosferas criadas são realmente boas e apesar do elevado grau ténico, não há um sentido de absoluta exibição, sendo que o principal beneficiado são mesmo estes temas que nos encaixam muito bem sem dificuldade nenhuma. Este trio mexicano é sem dúvida algo que deverão querer conhecer.

8/10
Fernando Ferreira

Leviathan – “Words Waging War”

2020 – Stonefellowship Records

Os norte-americanos Leviathan são uma das propostas tradicionais de metal progressivo dos E.U.A. de interesse elevado que temos hoje em dia, apesar dos seus níveis de popularidade não chegarem ao pé dos nomes clássicos (e ainda activos) da cena apesar de serem mais ou menos contemporâneos de alguns deles – tirando a paragem de mais de uma década que tiveram a meio. Este é o quarto álbum desde o regresso e segue a linha que temos vindo a apreciar por parte da banda, embora aqui o foco parece ser em apresentar temas mais curtos. Por outro lado, também temos mais temas (mais do dobro em comparação com o anterior álbum), algo que prejudica a fluidez do mesmo principalmente na recta final. Seria preferível cortar dois ou três temas para que pudesse mais efectivo. Claro que avaliando tema a tema, não encontramos propriamente temas fracos mas tudo junto acaba por provar-se excessivo. Todavia, um bom álbum de originais e recomendado para quem gosta do power metal progressivo tipicamente norte-americano.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Since April – “Escape”

2020 – Edição de Autor

Um Heavy Metal moderno com toques de progressivo. Bateria apresenta a sonoridade do estilo, guitarras muito bem timbradas, baixo dando a cama necessária, teclados apresentando o ar de modernidade e futurismo. Depois de algumas palavras, o vocalista é o mais fraco da banda. Eu não consegui ficar convencido que ele se preparou para a gravação, acho as linhas dele bem fracas em relação aos outros instrumentos. Não é uma banda que apresentou grandes composições, mas a voz está muito distante do que é apresentado pelos outros componentes da banda.

7/10
Carlos Lichman

Skin 17 – “The Great Loneliness”

2020 – DK Records

Fantástica capa. Tão fantástica que fiquei logo entusiasmado para ouvir este álbum. Entusiasmo que o riff de “The Rising”,o tema que abre o trabalho, ainda faz aumentar mais. Isto até entrar a voz pelo menos. Depois a coisa esmorece um bocado, confesso. O timbre de Andrew Cockburn não é forte nem cativante o suficiente para prender a atenção. Confesso que até é capaz de irritar. Andrew é o único membro dos Skin 17, algo que valorizo sempre, mas infelizmente a música não é tão interessante como aquilo que se pensaria inicialmente. A toda alternativa mistura-se com a progressiva mas não temos nada de muito interessante a resultar daí. O já citado primeiro tema é mesmo o melhor, o resto infelizmente não cola bem e por consequência não fica por muito tempo.

4/10
Fernando Ferreira

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