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WOM Reviews – Iron Flesh / A Nameless Dread / Abstract The Light / Axia / No Return / BruteAllies / Carcass / Mercyless

WOM Reviews – Iron Flesh / A Nameless Dread / Abstract The Light / Axia / No Return / BruteAllies / Carcass / Mercyless

Iron Flesh – “Summoning of the Putrid”

2020 – Great Dane Records

Formados em 2017, os franceses Iron Flesh apresentam o seu 2º álbum – Summoning of The Putrid. Este é um trabalho de death metal que se encontra em nível médio de digestão apesar de se inclinar mais para o estilo de death mais “confuso”/”caótico” (apesar das ocasionais rítmicas que surgem logo na segunda faixa que chegam a fazer lembrar algum filho bastardo de groove, uma estranha, mas boa adição) no sentido mais positivo que consiga indicar. Summoning of the Putrid um principalmente orientado para um estilo bastante dinâmico de death metal que não tem problema em sair da casca com as suas faixas bastantes distinguíveis umas das outras; vão lá ver, numa delas até dá para sentir um peso maciço de baixo e noutra chega-se a dar deslizes para estilos mais ligeiros antes de se avançar para uma sonoridade épica ao estilo das sagas nórdicas na faixa seguinte. É um álbum excelente (e já agora, interessante) pela diversidade e qualidade que oferece em toda a sua constituição, sendo que tem de tudo para agradar os fãs de peso.

10/10
Fernando Ferreira

Axia – “Adrenalizer”

2020 – Raging Planet

As mudanças no alinhamento dos Axia, que em 2018 foram uma das boas revelações do underground nacional, são aquelas que se destacam antes sequer de os ouvirmos. Sai Zé Pedro (baixo – Holocausto Canibal, Grunt, entre muitos outros) e Alex Vale (voz – Grunt) e entra Miguel Inglês (Equaleft) para a voz e o baixo fica encarregue de Max Tomé que acumula funções com a guitarra. O grindcore surge igualmente acutilante mas com uns ocasionais melódicos que os colocam próximo do punk (ainda que mesmo muito ocasionamente) e uma garantia que dinâmicas por aqui não faltam mesmo. E por dinâmicas também incluimos algumas ambiências quase atmosféricas que surgindo em alguns temas. Tudo junto resulta num álbum fantástico e curto de uma forma criminosa (vinte minutos apenas). A sério, deveria ser proibido termos algo tão bom a durar tão pouco tempo!

9/10
Fernando Ferreira

Abstract The Light – “Magna Sapientia Quaerere: To the Depths of Thy Soul…”

2020 – Talheim Records

É bom ver que apesar da confusão que esta pandemia causou ao mundo e em espicífico à indústria musical, a mesma não impediu de vermos obras como esta a serem lançadas. Não sei se terá sido a indefinição dos tempos que não permita a este álbum a ter uma data de lançamento definida, mas o facto de estarmos a ouvi-lo (non stop, diga-se) é por si só motivo de celebração. Movendo-se pelo meio do black metal, temos muito mais a acontecer aqui, incluindo uma forte costela death metal e uma capacidade técnica. O dinamismo deste trabalho é impressionante, principalmente na forma como nos traz temas longos dos quais não nos conseguimos fartar. Pormenores que qualquer fã de metal pesado vai apreciar e algo que depois traz um sete temas impressionantes, uma das surpresas deste ano, de longe.

9/10
Fernando Ferreira

A Nameless Dread – “The First Nothing”

2020 – Edição De Autor

Chris Reese e Tom Dring dos Corrupt Moral Altar têm uma nova aventura musical, estes Lake Baihal, e apesar de ser apenas um tema, em termos de duração, podemos dizer que se trata de um EP já que são quinze minutos, numa autêntica viagem de montanha-russa, com vários géneros a juntar-se do black ao doom metal, onde até solos de saxofone se fazem sentir. Tudo flui de forma perfeita. De tal forma que a cada vez que ouvimos há novos pormenores a surgir e novas perspectivas. E é apenas um tema. Imaginem um álbum inteiro.

9/10
Fernando Ferreira

No Return – “Live XXX”

2020 – Mighty Music

Os reis do death metal francês celebraram o seu 30º aniversário no melhor lugar possível: o palco. O show, realizado no Le Manufacture, na cidade francesa de St. Quentin, foi gravado profissionalmente e agora aqui está, como um marco de ouro na prolífica carreira dos No Return.

Ao longo de mais de 60 minutos de audição, a banda mostra toda a sua força e imponência ao vivo, desfilando um alinhamento de quinze temas que percorrem um caminho desde o álbum de estreia “Psychological Torment” (lançado em 1990) até o mais recente “The Curse Within”, fazendo de “Live XXX” uma memória sonora de uma das melhores bandas de death/thrash metal da atualidade.

10/10
Miguel Correia

BruteAllies – “Ash & Nails”

2020 – WormHoleDeath

Aqui temos o trabalho de estreia de BruteAllies: “Ash & Nails”, um álbum curtinho que se adapta à lógica de “pouco, mas bom”. Claramente que o estilo sentido neste álbum é o death metal, contudo, este é um daqueles casos em que a etiqueta se demonstra insuficiente, quanto mais quando se fala num subgénero tão amplo; trata-se de um death metal mais arrumado e coeso sem grandes loucuras e, sinceramente, isso é algo positivo quando contextualizado neste largo cenário (e com base nas últimas bandas que me têm chegado). Ash & Nails é pautado por ritmos raramente acelerados e por uma bateria pouco ruidosa enquanto que a guitarra se mantém em riffs (e o ocasional solo) equilibrados e facilmente decifráveis e o vocal num estilo muito mais típico no género. Simples e refinado.

8.5/10 
Matias Melim

Carcass – “Despicable”

2020 – Nuclear Blast

Incrível pensar que já passaram sete anos desde o lançamento do inspirado regresso dos Carcass. Consta que o novo álbum foi adiado para 2021, por isso fica a questão se este EP não terá sido uma forma também de despertar as atenções para a banda – embora seja um dos casos em que não há muita dificuldade para fazer isso. O EP começa com “The Living Dead At The Manchester Morgue”, que tem um início que nos faz lembrar a intro “1985” do “Surgical Steel”. Como supostamente os temas são dessas mesmas sessões, até nem é algo de estranhar. As melodias são tipicamente Carcass com aqueles leads à Bill Steer, embora andem todas mais ou menos pelo midtempo, faltando aqui qualquer coisa mais explosivo – não sendo estranho o porquê de terem ficado para trás quando foi a altura de reunir as escolhas para o álbum. Os fãs vão apreciar, os críticos provavelmente não. Não é um EP que tenha um grande impacto. Venha é lá o álbum que isto com Eps não vai lá.

7.5/10
Fernando Ferreira

Mercyless – “Sovereign Evil”

2020 – Xenokorp

Pouco tempo após o lançamento do mais recente trabalho, os Mercyless aproveitam o facto de estar tudo parado para lançar um EP cá para fora com quatro temas, quatro recriações de clássicos. Clássicos que não sofrem grandes alterações, nem são propriamente reeinvenções dos originais mas que nos sabe sempre bem ouvir. Talvez o tema mais inesperado seja a “Go To Hell” dos Mötorhead, mas todas têm o mesmo tratamento death/thrash. Não nos deixa de boca aberta mas ficamos satisfeitos.

7.5/10
Ferenando Ferreira

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