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Os Filhos do Metal – Da Garagem Para As Arenas

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Com base nos lucros obtidos com as digressões, AC/DC, Metallica, Iron Maiden, Guns N’Roses e Bon Jovi são, provavelmente, as maiores bandas de Hard Rock e Heavy Metal da atualidade, ainda no ativo. Atingir esse estatuto é fruto de muitos anos de trabalho e estratégias de gestão muito bem estruturadas. No entanto, alcançar tal nível de sucesso e centenas de milhões de euros em receitas, apenas está ao alcance de um punhado de artistas. Outros há que gravitam em escalões inferiores, mas também com grande êxito, conseguindo carreiras impressionantes e duradouras. À medida que descemos no grau de sucesso e, consequentemente, nas receitas obtidas em concertos, vendas de discos e outras, o número de bandas vai aumentando. Estamos perante uma pirâmide com uma enorme base, onde estão aqueles projetos que ainda necessitam de investir, para conseguir progredir, ficando o topo reservado aos nomes mencionados em cima. Mas afinal o que é necessário para obter sucesso e ter uma carreira duradoura e lucrativa. Esta é a “million-dollar question”!

São muitos os fatores que contribuem para forjar uma carreira com sucesso. No entanto, é possível referir algumas bases preponderantes. Não se tratam de truques ou segredos bem guardados, são apenas deduções lógicas e há muito provadas. Embora, a evolução ao longo dos tempos tenha trazido novas ferramentas de fácil utilização, que permitem encontrar caminhos alternativos. Apesar disso, os tradicionais métodos ainda prevalecem. Posto isto, a resposta à pergunta de um milhão de dólares é afinal muito simples. As bandas e artistas que consigam reunir os seguintes aspetos terão boas probabilidades de sucesso: talento, qualidade, ter algo de memorável (sonoridade com alguma originalidade e de preferência na crista da onda, uma música muito catchy ou algo de sensacionalista), trabalho, perseverança, estrutura forte (management, agenciamento, editora, promoção, entre outros elementos) e, finalmente, sorte. Reitero que existem outros ingredientes para o êxito, mas com estes é possível um bom manjar. Têm de estar todas as condições reunidas sem que nada seja deixado ao acaso. Para além disso, é preciso que tudo seja verdadeiro. Não basta pensar que se tem talento, é necessário ele ser genuíno e intrínseco. Não basta ter uma editora, é necessário que essa seja verdadeiramente forte e bem implementada no mercado. O elemento Sorte é talvez o mais subjetivo, mas sem ela tudo será mais difícil. No entanto, temos de ter a consciência que não há espaço para todos. A concorrência é feroz, num mercado com muitos milhares de bandas. Por isso mesmo, só alguns conseguem escalar a pirâmide e atingir níveis satisfatórios.

Destacando a componente estrutura, ou seja, editora, management, agenciamento, etc. É do conhecimento geral que há empresas muito bem cimentadas, que criaram redes quase a nível planetário para garantir a disseminação das bandas em que apostam. A título de exemplo podemos mencionar algumas das grandes editoras independentes como: Roadrunner, Century Media, Nuclear Blast, Metal Blade, SPV, Snapper Music, Napalm Records, que que são autênticas multinacionais. Estas, em conjunto com managers e agências de booking, asseguraram uma estrutura que permite colocar as edições discográficas em quase todo o lado, assim como organizar digressões a nível mundial. Qualquer pequena editora underground Portuguesa está ainda muito longe de ter a força daqueles monstros empresarias. Claro que tem imenso mérito, e quem sabe um dia poderá atingir um estatuto interessante. Mas, é na Europa Central (Inglaterra, Alemanha, Holanda, França, Áustria) e nos E.U.A. que se concentram as grandes empresas que monopolizam o controlo do mercado do Heavy Metal internacional. Estas são as estruturas fortes. Um exemplo! A banda Ucraniana Jinjer tem vindo a subir de estatuto, devido ao crescente sucesso um pouco por todo o lado. O facto de serem da Ucrânia não foi barreira, pelo contrário. Essa origem e uma vocalista enérgica e atraente são elementos magnéticos. O contrato com a Napalm Records, editora que tem vindo a crescer, ajudou e muito. A banda tem tido grande atividade ao vivo. A sonoridade moderna, um Metalcore, com elementos progressivos está na moda. Enfim, todas estas componentes e por certo as restantes a complementarem o conjunto, estão a dar frutos. Trabalhar e acreditar são o princípio.


 

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