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WOM Reviews – Albert Fish / Existenz / Xile / Bloody Hammers / Kuritarvitaja / Revulsion / Evil On Repeat / Cultt Of She

WOM Reviews – Albert Fish / Existenz / Xile / Bloody Hammers / Kuritarvitaja / Revulsion / Evil On Repeat / Cultt Of She

Albert Fish – “Strongly Not Recommended”

2020 – Raging Planet

Não é um novo álbum propriamente dito mas é como se fosse. Os Albert Fish são um nome clássico do street punk rock nacional e resolvem fechar o ano de 2020 com a regravação do álbum de 2002 “Strongly Recommended”, aqui apelidado de “Strongly Not Recommended”. E porque é que sabe a disco novo? Por ser o primeiro disco com Inês na voz – que acrescenta e muito ao som da banda –  e porque soa fresco como se tivesse sido lançado agora e não dezoito anos atrás. Os cânticos são para ser gritados, gritos de alegria que infelizmente ainda não podem ser reproduzidos em comunhão, mas são discos assim que fazem a espera menos dolorosa. Fortemente recomendado!

9/10
Fernando Ferreira

Existenz – “Meltdown”

2020 – Heptown Records

Punk clássico que volta com mais um álbum dos Existenz, um dos nomes clássicos da cena sueca – isto sem terem grandes lançamentos ao longo dos anos. Aliás, tirando uns lançamentos em nome próprio no início da década de oiteita e a participação em muitas compilações, não existe muita actividade por parte deles. O que só faz com que “Meltdown” tenha mais sabor porque é um daqueles trabalhos que se mergulha rapidamente, focando várias abordagens de forma bem sucedida. É um conjunto de temas furiosos, que tem aquele toque clássico mas não se furta a trazer mais umas quantas armas de destruição maciça para cima da mesa. E como se despacha em menos de meia hora, também dá um gozo desgraçado voltar a rodar.

9/10
Fernando Ferreira

Xile – “I’m Your God”

2020 – BDHW

Brutos. Os Xile estrearam-se em grande com este “I’m Your God”, um tratado hardcore metálico de agressão mas ao mesmo tempo dispensar a melodia – melodia metálica, importante salientar, que nos faz recuar até algumas propostas revolucionárias da década de noventa. Porrada do início ao fim, com cuidado para não nos sufocar de breakdowns – que os há – mas sempre com garra crossover que consegue prender. Principalmente se estivermos numa de descarregar a raiva que temos presa dentro de nós. A tese dos Xile é que é melhor deitar cá para fora do que ficar cá dentro a meter nojo. Sou da mesma opinião. Até porque em tempos onde a apatia pode ter tendência a instalar-se, este é um bom remédio.

8.5/10
Fernando Ferreira

Bloody Hammers – “Songs Of Unspeakable Terror”

2021 – Napalm Records

Confesso que por esta não esperava. Os Bloody Hammers têm um espectro alargado em relação ao som que fazem, mas chegarem ao Punk – ou melhor Horror Punk – é algo totalmente inesperado. Ou se calhar até seria previsíveil. De qualquer forma, seja qual for a expectativa, a música resulta.  Continua ter um pouco daquele brilho gótico na voz (que também tem encanto doom) mas as músicas são mais directas e mais simples. A inspiração para esta direcção deveu-se sobretudo ao período que o duo se viu obrigado a viver e onde usou o tempo livre para tocar e revisitar alguns dos clássicos do estilo como Misfist e The Camps. O resultado é (mais ou menos) original e bem interessante, sendo ao mesmo tempo um tributo a todo um subgénero (algo marginal dentro do punk) como também uma abordagem refrescante dentro do contexto da sua própria música. Boa surpresa.

8/10
Fernando Ferreira

Kuritarvitaja – “Screams Of Misery”

2020 – Edição de Autor

Punkalhada suja e negra como mandam as regras crust. E bruta, com alguns laivos de death metal. Já se sabe que a facção finlandesa é perita em apresentar pérolas, mas “Screams Of Misery” não deixa de impressionar (e cativar ao mesmo tempo) pela forma descomprometida e primitiva com que partem a louça toda. E a podridão da produção não põe de parte um certo charme e pujança na mesma. Porque há coisas que em bruto parece que batem mais forte. Segundo a banda, este EP evidencia a transformação do punk/hardcore para o crust e até sludge. Posso dizer que concordo quase em absoluto (como disse, está mais perto do death) mas no final não interessa. O que interessa é que está aqui uma bela pomada. Curta e grossa.

8/10
Fernando Ferreira

Revulsion – “Enough To Bleed”

2020 – BDHW

Já temos falado de hardcore metálico por aqui, um género que não cede às modas do momento e que até poderão ir pelo caminho mais complicado – como “Enough To Bleed”, é fácil ficar sem perceber se estamos perante uma banda de death metal com influências hardcore ou se uma banda de hardcore com influências extremas – mas o resultado mostra que nitidamente vale a pena. A intensidade e o peso que espalham em menos de meia hora prova isso mesmo. Para quem gosta (e tem muitas saudades) da violência no pit, então este é o manual de treinos necessário.

8/10 
Fernando Ferreira

Evil On Repeat – “Mission To Rock”

2020 – Edição de Autor

A beleza do punk é a sua simplicidade. É também a forma como se consegue conciliar com outros géneros. Podemos dizer que é o que os Evil On Repeat (fantástico e inteligente logo, antes demais) fazem de forma dinâmica. Mais rock, menos punk ou por opções mais melódicas, “Mission To Rock” abdica da exuberância a favor da simplicidade que torna o seu som mais eficaz. Não é particularmente vistoso, mas a eficácia ninguém lhe tira.

7/10
Fernando Ferreira

Cultt Of She – “The Void”

2020 – Edição de Autor

Os Cultt Of She são o passo em frente dos veteranos do rock, Roulette. Simples, são a mesma formação com um novo nome, mas a verdadeira mudança está no som da banda. Já possuindo grande habilidade técnica, eles definitivamente levaram as coisas para o próximo nível musicalmente falando. A banda oferece neste disco uma experiência pesada de Hard Rock com um pouco de Punk misturado e um toque de metal. Não deslumbra, mas dá para passar um bom tempo!

7/10
Miguel Correia

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