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WOM Reviews – Shadow Witch / Stone Machine Electric / Desert Colossus / Seismic / Ilsa / Beesus / Ommnus / Mondo Generator

WOM Reviews – Shadow Witch / Stone Machine Electric / Desert Colossus / Seismic / Ilsa / Beesus / Ommnus / Mondo Generator

Shadow Witch – “Under The Shadow Of A Witch”

2020 – Argonauta Records

De Nova York, chega-nos este álbum que tem uma mística fantástica. Os Shadow Witch conseguem trazer aquele groove próprio do stoner mas juntam-lhe alma rock, alma hard’n’heavy e alma doom. Há quem veja o stoner como um estilo incapaz de surpreender. Ora pois bem, aqui está o trabalho que prova o contrário. Entusiasmante do início ao fim, é sempre especial quando temos música que nos consegue contagiar desta forma. Contagiante ao ponto de me converter imediatamente em fã, apesar de não conhecer os trabalhos anteriores da banda. Se forem metade do que se ouve aqui, confirma-se, temos um dos grandes tesouros do estilo.

9/10
Fernando Ferreira

Stone Machine Electric – “Stone Machine Electric”

2020 – Edição De Autor

Para quem não gosta de stoner, só tenho que perguntar, depois de passar a ouvir em loop EPs como este auto-intitulado dos Stone Machine Electric… “Porquê?!” Temos o groove, temos os solos e temos os riffs. Os Riffs! Que nos fazem bater o pé, que nos fazem abanar a cabeça. E daqui temos esse efeito á pazada! Depois de lançarem um álbum em 2019, eles não perderam muito tempo e regressaram com este EP que é uma curtição do início ao fim. E ainda bem. Coisas assim devem mesmo ser deitadas cá para fora.

9/10
Fernando Ferreira

Desert Colossus – “Eyes And Tongues”

2020 – Edição de Autor

Clássico stoner. Poderá parecer logo à partida pouco entusiasmante já que qualquer coisa que encaixa perfeitamente em qualquer que seja o rótulo, tende a ser previsível e, por consequência, aborrecido. Aborrecimento é a última coisa que temos aqui quando o groove e os riffs nos levam para uma incapacidade de nos pararmos de mexer. A abertura “Tear Me Down” é o melhor exemplo, com um swing atrevido e irrequieto mas depois também temos a aproximação ao doom que também soa sempre muito bem como no épico “The One – Eyes And Tongues”. Sonoridade orgânica e crua mas cheio de feeling. A forma como a música deveria de ser.

8.5/10
Fernando Ferreira

Seismic – “Seismic”

2020 – Edição de Autor

Doom metal instrumental? Ok, já têm a minha atenção. Se o doom é difícil de agradar a todos, o doom instrumental mais dificuldades terá, mas os Seismic mostram usar as armas correctas para o efeito. Riffs cheios de groove, uma produção crua mas muito orgânica – parece que estamos no meio do ensaio da banda, numa autêntica jam que só faz sorrir e abanar a cabeça, não exactamente por esta ordem. Dinâmico ao ponto de por vezes acelerar a batida um pouco, a melhor forma de descrever este som é mesmo música pesada e muito orgânica. Capaz de agradar até mesmo não aprecia doom, isto apesar da duração dos temas ser bem acima da média.

8.5/10
Fernando Ferreira

Ilsa – “Preyer”

2020 – Relapse Records

Oriundos dos Estados Unidos, os Ilsa formaram-se em 2008 e desde então lançaram 6 álbuns completos, sendo que o último foi “Preyer”, um trabalho onde se mistura o doom e o crust ao longo de 45 minutos. Entrei nisto com um mind set um pouco restritivo já que apesar de apreciar um nível médio de doom (aquele apenas parcialmente opressivo), a ideia de crust em si intimida-me um pouco. Bem, a verdade é que este álbum me conseguiu ganhar com facilidade. É uma mistura de peso com riffs arrastados (e ocasionalmente, explosivos) que criam uma atmosfera verdadeiramente hipnotizantes no seu aparente caos. No álbum também vão surgindo um ou outro solo que permitem levantar o manto pegajoso do álbum que permitem sempre evitar um certo cansaço já inerente a estes géneros. De resto, só mesmo ouvindo; não é um trabalho particularmente fácil de se comentar tendo em conta o seu nível de nicho.

8/10
Fernando Ferreira

Beesus – “3eesus”

2020 – Go Down Records

A sonoridade dos Beesus pode ser descrita de muitas formas, uma delas é apenas com a palavra “fuzz”. Aquela coisa adorável em forma de distorção que nos invade e consegue converter em seres submetidos às maravilhas do transe hipnótico. Aliás, a vertente psicadélica que surge por aqui ocasionalmente também tem culpas no cartório – “Sand For Lunch” e “Flags On the Sun” – servindo para o alcance deste trabalho ser maior. No final, o resultado é como se estivessemos numa casa de fumo qualquer e acesso a linhas de pensamento e frequências de pensamento que de outra forma não teríamos qualquer acesso. Muito hippie para vocês? Nem sabem o que perdem.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Ommnus – “A Single Green Light”

2020 – Hell-Fi Records

Álbum de estreia do duo Ommnus (não é fácil perceber o nome através do logo) mas que não significa que sejam propriamente novatos. Assim como “A Single Green Light” até poderá assumir-se a princípio como algo sludge mas depressa se percebe que tem mais alcance que isso – death, doom e até uma pitada de hardcore. Recomendo ouvir este álbum de forma descomprometida, sem qualquer pressão de expectativas ou algo do género. Desta forma poderão ser embalados – o quanto for possível ser-se embalado por algo barulheto com um gajo aos berros – e apreciar mais do que alguma vez esperariam. E é um dos casos em que a segunda metade do disco é ainda melhor que a primeira, sendo que o mais comum é o gás acabar a meio da viagem.

7/10
Fernando Ferreira

Mondo Generator – “Fuck It”

2020 – Heavy Psych Sounds

Mondo Generator trazem de de volta a vibrante vertente punk a uma plataforma stoner. Por vezes parecem uma banda de punk de garagem tentando imitar a vibe dos Slayer. Certas faixas até tem o timbre de voz do Araya. Temas curtos e directos ao assunto. Passam bem de stoner para punk e de punk para stoner durante o percurso deste album. Como o próprio titulo deste trabalho expressa. É isto, gostem ou não.

7/10
Fernando Monteiro

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