WOM Reviews – Phil Campbell And The Bastards Sons / Robyn Ferguson / Deep Purple / Tyler Bryant & The Shakedown / Doro / Wonderworld / Legendry / John Lange
WOM Reviews – Phil Campbell And The Bastards Sons / Robyn Ferguson / Deep Purple / Ashen Reach / Tyler Bryant & The Shakedown / Doro / Wonderworld / Legendry / John Lange
Phil Campbell And The Bastards Sons – “We’re The Bastards”
2020 – Nuclear Blast
Seria trágico verificar que a carreira de alguém tão talentoso como Phil Cambell acabaria com o fim dos Motörhead. Esta sua aventura com os seus três filhos e com o vocalista Neil Starr mostra que há mesmo muito talento para deitar cá para fora. O primeiro álbum e EP, apesar de bons, mostrava uma banda ainda em formação, ainda a explorar a veia de trazer bons temas cá para fora. Acho que é esse ponto que conseguiram atingir com “We’re The Bastards”, um álbum que destila orgulho na banda mas também com razões para tal. Desde o hard’n’heavy ao rock mais sulista – com direito a harmonica e tudo – este é um álbum cheio de groove rock’n’roll, que soa moderno mas ao mesmo tempo vai beber às raízes, aquelas que estão na origem de tudo. Sem dúvida um grande passo para a banda, e um excelente álbum.
8.5/10
Fernando Ferreira
Robyn Ferguson – “Triptych”
2021 – Edição de Autor
Esta vai ser rápida. Infelizmente. Novo EP da guitarrista sul-africana Robyn Ferguson é composto por três temas apenas e não chega a atingir os dez minutos, mas também não seria preciso muito mais para ficarmos rendidos a ela. Rock instrumental e shredd mas com um feeling muito moderno, coloca a guitarrista com um nível de qualidade bastante alto. “Three” que conta com a participação de Adam Alvorado, tem uma sonoridade uplifiting, enquanto “Grey” é mais intrincada nos riffs, deixando a final “Stasus” (com a participação de Mark Pyjama) com um tom mais místico e “sério”. Três facetas diferentes da personalidade musical de uma guitarrista de topo. Soube a pouco.
8.5/10
Fernando Ferreira
Deep Purple – “Whoosh!”
2020 – earMUSIC
Uma verdadeira instituição como os Deep Purple se manter na activa é sempre motivo de alegria ainda que se tenha presente de que a banda é totalmente diferente daquilo que apresentou em alguns dos momentos áureos da sua carreira, ainda que mantenham alguns dos membros dessa altura. Ian Gillan já canta em modo crooner há muito tempo e o hard rock por vezes feroz da banda já há muito que se converteu num rock boa onda e relaxado. Esta é a parte que se tem de ter sempre presente quando se analisa um álbum dos Deep Purple editado no período após a década de noventa. Quanto a “Whoosh!”, tendo presente o momento da banda, está entre as melhores coisas que fizeram nos últimos anos, ao nível de “Infinite”, que também já foi um belo álbum. “What The What” e a pequena experiência instrumental “Remission Possible” (que serve como intro para a excelente “Man Alive”) estão como provas, ainda que díspares, de que a criatividade ainda há em abundância. Não suplanta o passado, mas demonstra que rockar não tem idade, nem tem limites. Apenas precisa de talento.
7.5/10
Fernando Ferreira
Tyler Bryant & The Shakedown – “Pressure”
2020 – Snakefarme Records
Numa altura em que não há concertos, não deixa de ser inevitável pensar na importância que têm para manter o ecosistema vivo. E a favor dessa teoria, posso dar o testemunho pessoal que foi através de dois concertos que o meu fascínio pelos Tyler Bryant & The Shakedown nasceu. Hard rock sulista com grande feeling, a lembrar os clássicos e que, se formos sinceros, teremos que admitir que tem muito mais impacto e vida em cima de um palco. Tal não é possível agora mas isso não nos impede de ouvir a sua música. “Pressure” é um álbum que é fruto das circunstâncias. A ideia era pegar nalguns temas que estavam na prateleira para lançar um EP mas com tudo a ficar parado, foi perfeito para tornar o EP num álbum. O feeling está cá todo mas junto a ele também temos uma vibe mais moderna, mais sofistificada, o que torna tudo ainda mais interessante – não é que o seu som precisasse de actualização mas é bom sentir que até mesmo o que é clássico pode ser modernizado em trair aquilo que está na sua base. “Pressure” cativa, grita e mexe. Tal como é suposto.
8/10
Fernando Ferreira
Doro – “Magic Diamonds – Best Of Rock, Ballads & Rare Treasures”
2020 – Rare Diamonds / Rogh Trade
Ora aí está algo que não se vê todos dias, uma compilação de três cds da rainha do metal, Doro Pesch. Disponível em várias versões, três CDs “só”, e em formato caixa que inclui um perfume para “ele” e outra caixa com perfume para ela. É a colecção definitiva da vocalista para os fãs ou para quem sempre gostou dela mas não ao ponto de ter algum álbum. O primeiro CD traz o rock (embora na minha versão promocional tenha sido as baladas) com os hinos mais eficazes da sua carreira a solo, tal como “All We Are” logo a abrir, a trituradora mid tempo “Descent” (com Peter Steele) ou a “Always Live To Win”. Já o terceiro fica para os tesouros raros, alguns que não são assim tão raros mas de qualquer forma é bom tê-los todos no mesmo sítio. É recomendado obviamente a todos os fãs da Doro mas para quem aprecie a sua obra como um todo, caso contrário poderão passar pelas brasas no cd das baladas – ainda são dezoito faixas.
7/10
Fernando Ferreira
Wonderworld – “III”
2018 – Sliptrick Records
Terceiro álbum dos Wonderworld que para mim foi como se fosse o primeiro. “III” é um belo trabalho de hard rock melódico que traz um sentido sólido daquilo que o estilo era nos seus melhores dias. Tendo em conta que actualmente estas propostas são cada vez mais comuns, acho que não estamos assim tão desfasados dos chamados tempor áureos. Um power trio que é muito mais do que apenas o priojtco de Roberto Tiranti dos Labyrinth.
7.5/10
Fernando Ferreira
Legendry – “Mists Of Time / Dungeons Crawler”
2016 – 2017/2020 – Golden Core Records
Reedição dos primeiros trabalhos dos Legendry (lançados pela Non Nubis Productions), banda norte-americana cuja música se coaduna com a arte que ilustra os seus álbuns. Primitivo, ingénuo e pouco eficaz, isto é se o objectivo for cativar verdadeiramente. Claro que há toda uma estética que é de apreciar, mas quando os resultados são tão humildes, só estética e nostalgia não chega. Ter músicas com mais de dez minutos também não facilita a tarefa. Há no entanto um salto qualitativo no que diz respeito ao som do primeiro para o segundo álbum embora no que à composição diz respeito é mais do mesmo. Uma reedição que aconselhamos mesmo para quem faz colecção de heavy metal tradicional em todas as suas vertentes. Claro que e houver uma lista, este está bem longe do topo…
5/10
Fernando Ferreira
John Lange – “Frozen Fire”
2020 – Edição de Autor
Segundo álbum de John Lange que, tal como o comunicado de imprensa dita, nos guia por terrenos familiares, do rock da década de setenta e oitenta. Nada mais apropriado. Há realmente esse sentido de familiaridade, no entanto também temos algum aborrecimento, não por causa da música em si (que em abono da verdade, também não faz ferver o sangue) mas sobretudo por causa da voz que é algo linear e monocórdica, não conseguido trazer vida a músicas que, por si só, já precisam de estar ligadas à máquina. Suave, bem feito e produzido, mas falta-lhe vida.
5/10
Fernando Ferreira