WOM Reviews – Herzel / Adamantis / Phallax / Rider / Night Prowler / Em Ruínas / Wizard / Sandstorm
WOM Reviews – Herzel / Adamantis / Phallax / Rider / Night Prowler / Em Ruínas / Wizard / Sandstorm
Herzel – “Le Dernier Rempart”
2021 – Gates Of Hell Records
O que acham das bandas que cantam na sua própria língua (que não o inglês)? Faz-vos confusão, têm aversão? Eu compreendo qualquer das respostas até porque já estive em campos opostos em relação a esta questão. Devo dizer que comecei a valorizar mais a voz e a música em si do que aquilo se consegue (ou não) perceber. “Le Dernier Rempart”, como já devem ter reparado, é cantado em francês e não se percebe lhufas do que eles cantam, mas musicalmente é um tratado de heavy metal tradicional. Há um certo teor nostálgico – a voz de Thomas também ajuda nesse factor – no cariz épico das suas músicas que nos transportam até à década de oitenta, o que se alia também a um valor de produção vintage. Sem ser forçado ou querer soar a algo que não queiram. Material mais que suficiente para ficar preso a esta estreia, que até na estrutura e duração fazem lembrar alguns clássicos (seis temas e trinta e seis minutos de música. Recomendado, principalmente o tema título instrumental (a servir de interlúdio) e o épico “Berceau De Cendre”.
8.5/10
Fernando Ferreira
Adamantis – “Far Flung Realm”
2020 / 2021 – Cruz Del Sur Music
Boa repescagem por parte da Cruz Del Sur Music. Os Adamantis lançaram o seu álbum de estreia há pouco tempo, de forma independente e agora a editora italiana vai reeditar para lhe dar o devido alcance e carinho que merece. Um power metal que pisca muito às sonoridade mais tradicionais, uma mistura que resulta muito bem mesmo para aqueles que apesar de gostarem de heavy metal, não gostam de power metal. A voz de Jeff Stark destaca-se de longe, com um tom e poder que apontam para um Michael Kiske em pleno pico de forma – mas um pouco mais discreto. A música essa é mais sóbria mas com um brilho instrumental que não deixa também de ser impressionante. Início promissor.
8.5/10
Fernando Ferreira
Phallax – “Lex Concordia”
2021 – Metalopolis Records
Por incrível que pareça, este álbum, “Lex Concordia” seria originalmente previsto para ser lançado em 2017, no entanto pouco antes da banda iniciar as gravações em 2016, o vocalista foi eleito como presidente da Câmara da cidade natal da banda. Ora esta é uma história que é tão rebuscada que pode muito bem ser verdade nos dias de hoje. O que importa reter no meio disto todo é que estes temas são do melhor que o heavy/power metal tem para apresentar. Raçudos, melódicos e com bons ganchos – quer de voz quer de guitarras. A produção é sólida – embora nesta promo a qualidade dos ficheiros tenha dificultado esta avaliação. Bom álbum e um excelente regresso, provando que a política por vezes pode ser um atraso para a música mas com persistência tudo se consegue ultrapassar.
8/10
Fernando Ferreira
Rider – “Midnight Line”
2020 – Edição de Autor
Há certos sons que soam sempre bem, o do heavy metal clássico é um deles. Algo que os brasileiros Rider conseguiram capturar perfeitamente neste álbum de estreia, desde a produção – deliciosamente vintage – até aos solos, à voz, tudo nos grita pelos momentos áureos do som sagrado. E sim, é mau toda esta coisa do retro e nostalgia e que poderá parecer que não nos faz evoluir e tal… tudo preocupações válidas… para quem procura razões para justificar aquilo que está a ver e a ouvir, porque sendo bem feito, não há como apontar defeito. Mais do que ser bem feito, é quando evidencia paixão verdadeira como é o caso que sabemos que estamos perante “the real thing”.
8.5/10
Fernando Ferreira
Night Prowler – “No Escape…”
2018 / 2021 – Dying Victims Productions
Entusiasmante esta estreia dos Night Prowler, banda brasileira que tinha planos de gravar um EP em 2018 e que essa estreia acabou por se expandir até um álbum que a banda em CD de forma limitada. Agora a Dying Victims Productions sempre atenta a estas coisas decidiu reapresentá-la em vinil, num item que será muito requisitado pelos fãs de heavy metal tradicional, com algumas incursões pelo hard rock. É uma estreia sólida que merece ter um seguimento, apesar de ter alguns pontos a melhorar.
7.5/10
Fernando Ferreira
Em Ruínas – “No Speed Limit (Metal Tornado)”
2017 / 2020 – Nomad Snakepit
A capa é tão horrível que até parece que esta reedição é de 1987 e não de 2017. Há toda uma série de opções que fazem confusão – o logo é outra delas, parecendo ter sido feito por um rapazito de sete anos. E depois temos a música, que é tão podre como a capa e restante trabalho gráfico, mas de uma forma positiva. Cru, honesto e apaixonante, speed metal primitivo que também remete para os anos oitenta mas traz-nos um sorriso nos lábios em vez de tentar vazar à bruta a nossa vista. É uma boa recaptura do passado e uma boa surpresa – é essa a utilidade das capas más, tornar a música ainda melhor.
7.5/10
Fernando Ferreira
Wizard – “Metal In My Head”
2021 – Massacre Records
Os Wizard são um nome que me acompanham desde cedo nas minhas investidas pelo metal embora mais por ver as capas dos seus álbuns do que propriamente por ir seguindo a sua carreira religiosamente. O último trabalho “Fallen Kings”, data já de 2017 – um bom álbum – e como tal, “Metal In My Head” foi recebido com expectativa e curiosidade. E essas expectativas não saíram furadas já que apresentam aqui um sólido power metal alemão com muitos pontos de interesses. Aliás, sólido é mesmo o melhor termo para descrever. Bons temas, curtos, directos ao assunto sem grandes invenções. A voz de Sven D’Anna tem aquela unidimesionalidade característica já faz parte da identidade da banda e também é o que traz solidez. Não é um álbum que se destaque na sua discografia mas também não deixa cair a qualidade.
7/10
Fernando Ferreira
Sandstorm – “Desert Warrior”
2021 – Dying Victims Productions
Arra porra, que esta capa é coisa para vazar a vista a alguém desprevenido. O som é arcaico como a capa surgere, mas tem um charme muito mais bem sucedido do que o trabalho de arte mesmo que demore um bocado a convencer, podendo chegar a não convencer de todo. Optando pelo midtempo, há uma toada quase doom que não se chega a concretizar por completo. Aliás, esse poderá ser o síndrome deste trabalho, não chega a concretizar o ser doom metal, não chega a concretizar o ser heavy metal explosivo. Seja como for, ficou a curiosidade para ouvir a banda para além deste EP.
6.5/10
Fernando Ferreira