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WOM Reviews – Scar Of The Sun / Light The Torch / Ligature Marks / Vexed / Lamb Of God / Morphium / Sumo Cyco / Tensiion

WOM Reviews – Scar Of The Sun / Light The Torch / Ligature Marks / Vexed / Lamb Of God / Morphium / Sumo Cyco / Tensiion

Scar Of The Sun – “Inertia”

2021 – Napalm

Os gregos Scar Of The Sun são um bom exemplo de como é possível fazer algo com os elementos do chamado metal moderno sem fazer um desfile de lugares comuns assim como é possível olhar para trás sem ser propriamente retro. Terceiro álbum de originais e uma boa colecção de temas onde se junta algum peso – não chegando ao death metal melódico mas a andar lá próximo com um sentido melódico fantástico que é o elemento que mais se destaca. O resultado é um álbum moderno mas com possibilidade de vencer o teste do tempo. Não se destaca muito daquilo que já foi feito para ser um clássico, mas as músicas, individualmente estão construídas para que sejam memoráveis, o tempo dirá se “Inertia” o será ou não. Para já fica a sensação de ser um álbum que está com os pés no presente com tanta convicção como vai buscar peças chave ao passado. Bem construído e cativante para nos deixar agradados.

8/10
Fernando Ferreira

Light The Torch – “You Will Be The Death Of Me”

2021 – Nuclear Blast

Regresso dos Light The Torch que, para os mais distraídos, é o mesmo que dizer os ex-Devil You Know. A banda surge especialmente melódicos e com um certo distanciamento do metalcore. Não como se estivessem a renegar o estilo mas a crescer e evoluir para além dele. É um álbum que se sente mais adulto e maduro mas que poderá exigir por parte dos fãs alguma interiorização sobretudo pelos elementos electrónicos que, na minha opinião, não subvertem a identidade da banda já firmada com os álbuns editados – é difícil separá-los dos Devil You know, confesso. É fácil de ficar viciado nestas melodias.

8/10
Fernando Ferreira

Ligature Marks – “Set Oceans On Fire (Deluxe Edition)”

2018 / 2021 – Edição de Autor

Reedição do primeiro EP dos Ligature Marks. Aqui a parte “Deluxe Edition” indicado no título refere-se ao facto de termos mais dois temas que o lançamento original de 2018. Não creio que será algo que fará parar o mundo embora os fãs da banda norte-american possam sentir tentados a ceder. Da perspectiva da banda, é uma época que faz todo o sentido este tipo de lançamento. Afinal para quê lançar um novo álbum ou  mesmo EP numa altura em que não se pode (sem restrições) tocar ao vivo? Metalcore bem feito, com melodia e poder, sem grandes surpresas mas também sem comprometer. Os dois temas são uma mais valia bem vinda.

7/10
Fernando Ferreira

Vexed – “Culling Culture”

2021 – Napalm

Estreia discográfica dos Vexed que trazem som moderno e djenty – por muito que se odeie o termo como eu odeio não há mesmo melhor forma de definir o tom das guitarras. Algo familiar, admito mas que também traz um ambiente ao longo de todo o disco que é memorável. Igualmente familiar mas memorável. Há diversos prós e contras em relação a “Culling Culture”. É um álbum de estreia mas não tem a frescura como tal, com a sua sonoridade bastante próxima daquilo que o metalcore meio djenty com tiques progressivos tem feito nos últimos anos. A voz gutural também é familiar assim como o jogo com a voz limpa mas é esta última que traz um colorido diferente e especial – e aposto que vamos ouvir mais dela conforme a carreira da banda for avançando. Podemos pensar em nomes como Jinjer principalmente pelo poder da voz de Megan Targett, mas aqui temos um som mais violento e técnico. No geral é uma estreia que poderá não surtir efeito entre os que têm aversão a estas sonoridades mas se lhe derem oportunidade suficiente, irá conquistar-vos.

7/10
Fernando Ferreira

Lamb Of God – “Live in Richmond,VA”

2021 – Nuclear Blast

Retrato mais fiel aos tempos em que vivemos não pode haver. Álbuns ao vivo quando não se pode tocar ao vivo ou no caso dos Lamb Of God, álbuns ao vivo que não são verdadeiramente ao vivo. Talvez os Metallica tenham sido pioneiros nisto ao incluírem com o St.Anger um DVD de bónus com a banda a tocar o novo álbum sem público. A questão é que era uma oferta – que curiosamente até estava melhor que o original mas isso já é outra história – enquanto aqui temos um produto novo que traz o último álbum tocado na íntegra, com a qualidade que é reconhecida à banda e sim, com um ambiente mais cru do que aquele de estúdio, mas até que ponto é que é necessário algo assim? Para o fã, para a banda percebemos bem a necessidade, claro. O concerto foi transmitido em stream e está disponível em CD e DVD (este último formato que não tivemos acesso), traz mais alguns temas extras/clássicos da banda, o que quer dizer que isto tudo é perfeito para um fã fanático mas que para o comum dos mortais, não terá assim tanto interesse. Ainda assim, não está em causa a qualidade da música e do lançamento em si.

6/10
Fernando Ferreira

Morphium – “The Fall”

2021 – Art Gates Records

Nuestros hermanos Morphium estiveram ausentes por cerca de cinco anos e “The Fall” mostra que estão cheios de garra e também com alguns lugares comuns que até nos fazem esquecer que estiveram tanto tempo longe. O metalcore sempre fez parte do seu ADN mas é o nu-metal que mais se faz sentir, principalmente nalgumas soluções das guitarras. Interessante notar que se este “nu-metal” tivesse surgido duas décadas atrás, seria muito mais valoroso do que aquele que tivemos. No entanto, como as viagens no tempo ainda não são uma realidade, fica a nostalgia e um álbum indicado para quem gosta dela. Vai mais longe que os rótulos atrás citados mas o único problema é ser-se limitado pelos memos na maior parte dos tempos.

6/10 
Fernando Ferreira

Sumo Cyco – “Initiation”

2021 – Napalm

Primeiro pela editora mas já o terceiro álbum da carreira dos canadianos Sumo Cyco que são uma mistura entre o rock alternativo e metal mais moderno. Musicalmente não é impressionante, mas não deixa de ser contagiante pela sua energia. Claro que em termos de imagem, a figura de Skye “Sever” Sweetnam polariza as atenções, o que traz todo um lado pop para a música. Apreciando a música por ela só, esse lado pop também está presente com imediatas melodias, temas curtos e catchy e até poderia passar nas rádios mainstream actuais, o que não é exactamente um elogio – ouvir “M.I.A.” e “Run With Giants” em caso de dúvida. Dificilmente será um lançamento ao qual os fãs de música pesada vão prestar atenção mas para quem gosta daquele espírito de riot grrrl completamente comercializado, vão gostar disto.

5/10
Fernando Ferreira

Tensiion – “Subterfuge”

2021 – Edição de Autor

Groove. Seco e algo plástico. Com potencial. Em pouca coisa já chega para gerar confusão, não é verdade? Os Tensiion são um duo australiano onde Phil Corpe trata dos instrumentos enquanto Travis McLeod encarrega-se da voz. A questão é, algo comum, quando se tem alguém a tratar de todos os intrumentos mas aquilo que se destaca é mesmo a guitarra: boa distorção e bons leads e riffs. Já a bateria peca por ser demasiado mecanizada – é assumidamente programada. O baixo é inexistente ou muito discreto e o resultado final poderia ser mais pujante se fosse apresentado de forma mais distinta. Fazia falta algo que se destacasse e infelizmente não o temos. Potencial não cumprido.

5/10
Fernando Ferreira

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