WOM Reviews – Powerwolf / Haunt / Vandor / Dee Snider / Heir Apparent / Raven / Chalice Of Sin / Metal Massacre XV
WOM Reviews – Powerwolf / Haunt / Vandor / Dee Snider / Heir Apparent / Raven / Chalice Of Sin / Metal Massacre XV
Powerwolf – “Call Of The Wild”
2021 – Napalm
Será possível uma banda ter já uma fórmula estabelecida, não se desviar da mesma e continuar a surpreender pela positiva? Não é algo que aconteça muitas vezes mas sem dúvida que os Powerwolf são um desses casos. O seu power metal bombástico e cada vez mais orquestral surge com aquela garra e aqueles refrões que nos fazem entoar como se estivessemos numa legião de fãs em frente ao palco – o impacto é tão grande que nem a ausência cada vez mais prolongada de concertos consegue apagar. “Call Of The Wild” é um álbum que traz aquela garra da banda que já épica e não desilude os fãs. Quem gosta, já sabe o que vai encontrar e nunca vai ficar desiludido. Quem não gosta… nunca gostou e provavelmente nem vai gostar. A não ser que se torne aquilo que não é. Sem dificuldades, um dos álbuns power metal do ano.
9/10
Fernando Ferreira
Haunt – “Beautiful Distraction”
2021 – Church Recordings
Há que admirar o nível elevado de trabalho que os Haunt se prestam. Para quem começou a carreira em 2017, é absolutamente impressionante que já estejamos aqui a falar do seu sétimo álbum – ajuda muito nestas contas terem editado no ano passado três álbuns (3!) – “Beautiful Distraction”. Mais do que lançar cá para fora álbuns apenas por uma questão de impressionar pela estatística, é mais uma colecção de heavy metal cru e ao mesmo tempo melódico que é irresistível. Esta dose de melodia em estado bruto, cru e primitivo, junto com grandes riffs, leads e solos, apoiados numa secçãoo rítimica bem sólida é impossível de não nos cativar. Haverá certamente o dia em que esta banda vai dar um passo em falso e desagradar-me mas não me surpreende dizer que hoje ainda não é o dia – e também, sinceramente, começo a ter dúvidas se ele vai alguma vez acontecer.
9/10
Fernando Ferreira
Vandor – “On A Moonlit Night”
2020 – Argento Records
A banda sueca de power metal olhou para os melhores momentos do seu brilhante álbum de estreia “In the Land of Vandor” e sentiu a importância de ter como objetivo escrever o que se seguiria dentro dessa linha sonora e tentar expandir o horizonte estilístico ao mesmo tempo. Eles conseguiram cobrir muito terreno musical neste álbum, abrangendo desde o hino “Mountains of Avagale” ao belo “Future to Behold” e ao intenso conto belicista de “Fate of Eltoria”, terminando com quase 20 minutos da cheia de estilo “The Sword to End All Wars”.
Ok, a concorrência é feroz, mas os Vandor a manterem esta determinação facilmente ganham o seu terreno e assim serão uma referência dentro do género, pois eles são mesmo muito bons no que fazem e até na escolha revelaram isso mesmo.
10/10
Miguel Correia
Dee Snider – “Leave A Scar”
2021 – Napalm
Pode-se acusar Dee Snider de muita coisa mas de não ser um músico tão talentoso como caristmático é que não há fundamento para essa acusação. Depois do final de carreira dos Twisted Sister – e tendo o historial de alguns álbuns cheio de “enchidos” e sem grande revelância – não tinha grande fé em relação ao futuro do vocalista. Não seria o primeiro a retirar-se deixando para trás alguns dos clássicos do hard’n’heavy. Contra essas expectativas fui surpreendido pelo álbum “For The Love Of Metal”, principalmente por apresentar uma toada mais pesada – provavelmente a mais pesada da sua carreira! “Leave A Scar” não é tão pesado mas demonstra que quem não sabe não esquece. Refrões marcantes e melodias que apesar de apresentadas numa cenário moderno – produção novamente de Jamey Jasta dos Hatebreed – não soa desajustadas. É a evolução do som heavy metal que Snider tem andado a fazer nos últimos quarenta anos, sem qualquer tentativa de soar forçado ou de simplesmente ser o que não é. “Leave A Scar” deixa marcas numa altura em que é cada vez mais difícil de isso acontecer.
8.5/10
Fernando Ferreira
Heir Apparent – “Foundations I”
2016/2021 – Vic Records
Mais um pedaço de história muito interessante repescado pela Vic Records, que foi buscar os tempos mais remotos dos Heir Apparent, começando com demo de 1983, quando a banda ainda se chamava Nemesis e passando para a demo de 1984, “Inception”, quando já se tinha rebaptizado como Heir Apparent. A diferença entre as duas eras é notória principalmente a nível da produção, sendo que a mais recente tem um som muito superior mas mesmo assim, a qualidade da primeira tem um charme muito próprio e até irresistível para os fãs de heavy metal tradicional. Um pequeno pedaço de tesouro apetecível.
9/10
Fernando Ferreira
Raven – “All For One”
1983/2021 – High Roller
Os Raven são uma das bandas pioneiras de speed metal e um exemplo das bases que viriam a formar o thrash metal. Este foi o seu terceiro álbum editado originalmente em 1983 e é um clássico não só da NWOBHM que na altura estava no seu auge, como também da própria discografia da banda. Na altura não se verificou, perante os dois álbuns anteriores, o avanço para um som ainda mais pesado e próximo do thrash metal. “All For One” é um álbum que aposta no groove do hard’n’heavy em vez da velocidade pura e dura. O que não lhe retira qualidade em nada. Produzido por Udo Dirkschneider (na altura nos Accept), este é um álbum que não perde o poder com o avançar das décadas (e já lá vão quase quatro). Oportunidade para o apanhar numa reedição de vinil, com direito a alguns temas bónus e ao vivo. Para quem não os conhece, é uma boa oportunidade para tal. Para quem conhece, não é necessário dizer mais nada, pois não?
9/10
Fernando Ferreira
Chalice Of Sin – “Chalice Of Sin”
2021 – Frontiers Music
Quem se lembrar de “Astronomica” e do EP “World of the Worlds” de Crimson Glory terá alguma dificuldade em reconhecer a voz de Wade Black em Chalice of Sin. Sim, Wade Black é o vocalista deste projecto, que lançou o seu álbum de estreia, homónimo, no passado dia 18 de junho. “Chalice of Sin” oferece-nos onze temas de heavy metal clássico, cheio de bons riffs de guitarra e de uma consistente secção rítmica, com uma interessante introdução de teclas. No entanto a voz de Wade parece, por vezes, demasiado forçada e pouco alinhada com o estilo. Talvez funcionasse melhor num estilo mais melódico e menos rápido.
6.5/10
Rosa Soares
V/A – “Metal Massacre XV”
2021 – Metal Blade
Já muitas vezes falei aqui de como o formato compilação está completamente obsoleto e, raras excepções, é obsoleto. No entanto, apesar disto, vamos encontrando aqui e ali algumas apostas no formato, sendo que a que nos traz aqui agora é a mítica “Metal Massacre” da Metal Blade, que por esta altura (e devido ao carácter lendário que tem) acaba por ser mais uma questão de orgulho e de tradição do que propriamente forma de divulgação e apresentação de novas bandas. Tirando isto da frente, temos aqui uma representação do catálogo da mítica indepentente alemã com alguns temas exclusivos (apenas três, de Midnight, Many Suffer e Ripped To Shreds), que poderão constituir a principal fonte de interesse. Longe de ser um objecto imperdível, obviamente que se ouve bem e que será recomendado para quem lhe apetece ficar a conhecer melhor algumas das bandas/apostas da Metal Blade.
6.5/10
Fernando Ferreira