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WOM Reviews – A Pale Horse Named Death / Groza / Havamal / Laang / Thymele / Sortilege / Mandragora Scream / Elkapath

WOM Reviews – A Pale Horse Named Death / Groza / Havamal / Laang / Thymele / Sortilege / Mandragora Scream / Elkapath

A Pale Horse Named Death – “Infernum In Terra”

2021 – Long Branch

Acredito que a razão do sucesso e/ou longevidade se deve sobretudo ao talento e qualidade do trabalho. Se o mesmo não existir dificilmente as coisas subsistem. Isto de uma forma geral, sabendo que particularmente existem sempre excepções para comprovar a regra. Isto para dizer que apesar da carreira dos A Pale Horse Named Death se tenha iniciado no ano em que Peter Steele dos Type O’Negative faleceu e apesar de contar (e ter contado) com ex-membros da seminal banda norte-americana além de também ter tido nas suas fileiros músicos que passaram por projectos paralelos, o sucesso dos A Pale Horse Named Death vai muito para além dessa ligação. Isto apesar de no último álbum, “When The World Becomes Undone”, parecia que a inspiração ter-se escapado e que se calhar estariam mesmo a acusar o desgaste. Não sei se foi o efeito positivo da pandemia mas este álbum é tudo aquilo que o anterior não foi. Sem fillers, sem temas mortos e/ou mornos, “Infernum In Terra” consegue capturar a ligação perfeita entre o doom e o gótico sem ser genérico ou uma caricatura de homenagem a uma das grandes bandas de sempre. Consegue-se perceber a sua influência mas continuam a ser os A Pale Horse Named Death, com grandes temas, que facilmente se infiltram na nossa memória. Um verdadeiro regresso à boa forma.

9/10
Fernando Ferreira

Groza – “The Redemptive End”

2021 – AOP

Belíssimo! Não é o adjectivo que esperavam certamente a abrir uma crítica de um álbum de black metal mas não deixa de ser o que mais vezes surge ao longo dos minutos que lhe dediquei audição. Não será ofensa nenhuma dizer de que não é black metal puro, até porque a banda quis assumidamente abrir o espectro da abrangência da sua sonoridade e embarca muitas vezes por caminhos pós-rock/metal, sem entrar na previbilidade do que se convenciona chamar pós-black metal. Até porque os ambientes continuam a ser os mesmos de antes, apenas há uma atenção maior ao factor épico e à forma como a melodia engrandece o ambiente. Um ambiente melancólico e, volto a referir, épico. Por muito que ofenda os puristas, esta opção foi vencedora, resultando num belíssimo, belíssimo álbum.

9/10
Fernando Ferreira

Havamal – “Hel”

2021 – Art Gates

Parece que hoje apenas se revê um single. Bem, os Havamal são suecos e estando dentro do death metal melódico, já todos imaginaram o seu pendor para a mitologia nórdica. E estarão corretos, os Havamal são uma dessas bandas, apesar de serem diferentes das restantes. Em Hel transmite-se aquela que é a verdadeira essência do death metal melódico: a voz rugida, mas controlado e a componente instrumental orientada para o ambiente destrutivo e frio. Frio no sentido literal, já que o single pode ser acerca do Inferno, mas claramente foi composto com bastante emoção. Um bom trabalho que abre o apetite para “The Shadow Chapter” (o álbum a que pertence o single).

8.5/10
Fernando Ferreira

Laang – “Xinteng”

2021 – Tailheim

Boa surpresa vinda de Taiwan. Este é já o segundo álbum dos Laang (ou 冷) e embora tenha nascido como uma one-man band, é agora um trio em todo o seu esplendor. Com uma sonoridade que anda entre o black metal melódico e o pós-metal e com um sentido de ambiência fantástico, este conjunto de temas é o ideal para nos perdermos neles. E se para definir a força de um álbum temos como principal referência a forma como os temas actuam em conjunto, é neste ponto o calcanhar de aquiles, já que carece de alguma dinâmica entre eles assim, factor agravado pela produção, principalmente a sonoridade das guitarras que parece ter pouco punch e sem o corpo que a música pede. E ainda assim consegue deixar-me intrigado e viciado. Faria se o som estivesse ao meu gosto.

8.5/10
Fernando Ferreira

Thymele – “Echoes Of Tragedy”

2021 – Edição de Autor

Esta é uma excelente surpresa. Thymele é o mais recente projecto do underground nacional. Por enquanto é apenas um projecto de estúdio, onde temos Nuno Filipe (dos Endymion e Synthetic Rainfall), responsável por todos os intrumentos, a juntar-se a Gerrit Dries, o vocalista holandês dos H.O.S.T que está a residir já há alguns anos no nosso país. A sonoridade presente neste EP é sobretudo death metal melódico com espaço para alguns pormenores sinfónicos e atmosféricos. É uma aperitivo apenas ou sabe a isso, o que é bom sinal, já que fica-se com vontade para consumir muito mais.

7.5/10
Fernando Ferreira

Sortilege – “Benighted/A Vision Of Mystery”

2021 – Edição de Autor

Compilação a assinalar os vinte e cinco anos dos Sortilege e que junta as demos “Benighted” de 1999 e “A Vision Of Mistery” de 1997. Desta última para a primeira citada vai uma diferença bastante notável, sendo que “Benighted” apresenta um som profissional ainda que ligeiramente fora daquilo que o underground fazia. A sonoridade black metal melódico surge como clássica e até mesmo nos temas da primeira demo “A Vision  Of Mistery” que consegue capturar perfeitamente o espírito vingente. Era o som de quem tinha ficado fascinado com uma nova geração de bandas e consegue-se entrar perfeitamente nesse ambiente. Claro que o ter passado pelo período em questão ajuda bastante no entanto, mesmo quem não o viveu, vai ficar agradavelmente surpreendido. Temos ainda um tema bónus de estúdio – “Haunting The Night – Epic Version” e mais quatro ao vivo, com um som bastante bom. No geral, uma peça de colecção muito interessante de ter (acrescentando ainda a informação de que se trata de material remasterizado) e uma forma de preservar a memória de uma das mais interessantes bandas vindas do Algarve e que infelizmente não chegou a ir mais longe do que o material aqui exposto.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Mandragora Scream – “Nothing But The Best”

2021 – Music For The Masses

Não, não é um novo trabalho. Como o título indica, esta é uma compilação onde (supostamente) temos nada mais que o melhor do que a mítica banda italiana fez na sua carreira. Uma carreira que tem apresentado muito pouca coisa desde 2012, tirando uns singles lançados. A banda assiunou pela Music For The Masses e o primeiro resultado dessa união é um best of que passa por toda a carreira da banda e ainda nos traz um cheirinho do próximo álbum, que deverá ser lançado no final do ano seguinte. Apesar da capa manhosa, este até é um trabalho que recomendo para quem quer ficar com uma perspectiva mais alargada da música dos italianos. E é um disco que é bastante uniforme em termos de som e sonoridade. Para quem gosta de gótico, é recomendado.

7.5/10
Fernando Ferreira

Elkapath – “Black Spiders”

2021 – Symmetric

Para quem está farto do mesmo metal gótico de sempre, esta é uma boa surpresa. Os Elkapath são britânicos e juntam ao gostinho gótico um feeling alternativo que traz dinâmica à sua música. Apesar da voz feminina, os lugares-comuns na prática não existem, pelo menos não na dimensão que impeça de apreciar devidamente o seu som. Miss Carla tem uma vida muito própria e é ela o elo de ligação entre as várias facetas que a banda vai passando, do já citado alternativo ao mais electrónico e ao mais extremo. Resulta mas sente-se que mais união e identidade musical seria ainda mais benéficos.

6.5/10
Fernando Ferreira

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