Review

WOM Reviews – Nagasaki Sunrise / The Gasölines / Narcömancer / Culto Del Cargo / Scatterbrainiac / Päria / Terraformer / Graduating Life

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Nagasaki Sunrise – “Turn On The Power”

2020/2021 – Miasma Of Barbarity

Depois da edição em cassete, finalmente a edição em CD da estreia destes Nagasaki Sunrise, uma excelente e promissora nova entidade no panorama nacional que conta com membros de Midnight Priest, Roadscüm, Alkateya e Vürmo. O estilo musical vai beber tanto ao punk como ao heavy metal javardo com os quatro temas apresentados como resultado a irem directos ao assunto e a conseguirem cativar rapidamente. Refrescante tal como aquilo que precisamos hoje em dia, para abanar o sistema. Queremos ouvir mais disto.

9/10
Fernando Ferreira

The Gasölines – “Cannonball Run”

2021 – Speed Club

Os Gasolinas têm um nome dos diabos. “Cannnonball Run” faz lembrar o filme com o mesmo nome e não poderia ser mais apropriado para uma banda que tem um som sujo, tipicamente norte-americano mas que não se fica pelo rock/hard rock. Aliás, se tivesse que os definir, primeiro começava pelo punk que vai depois desaguar num heavy/speed metal ligeiro que nunca chega a descolar pelos pés continuarem bem acentes no punk, principalmente quando optam por andamentos mais compassados. É o álbum punk que os que têm o metal a correr nas veias vão gostar sem problemas. Não será totalmente punk (com as guitarras em harmonia definitivamente que não) mas é este cruzar de fronteiras que os torna tão interessantes.

8.5/10
Fernando Ferreira

Narcömancer – “Narcömancer”

2020/2021 – Miasma Of Barbarity

Mais uma nova banda a brilhar no underground nacional, mais uma aposta em cheio da Miasma Of Barbarity Records que mistura metal (thrash e black) com punk, de uma forma apaixonante e viciante. São apenas quatro faixas mas são mais que suficientes para que se fique logo fã. Os índices metálicos são elevados e mais que satisfatórios. Curiosamente é a música mais podre (e mais honesta) que nos faz manter a esperança em relação ao futuro da música pesada porque é aqui que vemos o espírito mais verdadeiro e old school que não tem obsessão de soar a tudo o resto e a apresentar uma som “perfeito” e irreal. “Narcömancer é uma lição de como as coisas devem soar.

8.5/10
Fernando Ferreira

Culto Del Cargo – “Memorie In Lingua Morta”

2020/2021 – Red Truth Productions

Proposta violenta assente em chapada punk e hardcore (e até crust) um pouco por todo o lado. É daqueles discos que se despacha em vinte minutos (ou um pouo mais que isso) e que nos dá energia para andar à castanhada e para repetir a dose quando chegar ao final. Unidimensional? Sim. Linear? Claro. Simples? Yeah, baby. Mas é por isto tudo que é tão bom, por ser tão provocadamente violento e tão fácil de contagiar essa mesma violência. Sente-se a contestação no ar, mesmo sem saber propriamente a quê – as letras estão em italiano mas mesmo que estivessem em português também não se percebia nada. A raiva, é como a música, uma linguagem universal.

8.5/10
Fernando Ferreira

Scatterbrainiac – “Scatter The Brains”

2021 – Miasma Of Barbarity/Half Beast 

“Scatter The Brains” é o primeiro álbum do projecto Scaterbrainiac do Porto que tem como figura central Bruno Esteves dos Black Alley Lobotomy e Antinomia. Dez temas despachados sem grande cerimónia onde o punk rock e psychobilly são centrais, principalmente o primeiro. Sendo o primeiro contacto com a banda, este álbum é uma excelente forma de mostrar como o punk do Porto está bem vivo e com coisas novas a surgir. A simplicidade eficaz também mostra que nem sempre é preciso ter uma produção amiga do olho (parece melhor do que soa) e plastificada pronta a consumir. Punk é assim, visceral e honesto. Nove temas originais e uma fantástica cover das L7, “The Bomb”, e o punk que há em nós agradece.

8/10
Fernando Ferreira

Päria – “Demónios”

2021 – Miasma Of Barbarity/Anoise Recs

O faro que a Miasma Of Barbarity tem apresentado nos últimos tempos para reunir nomes interessantes da união profana entre o metal e o punk tem sido por demais excitante – e curiosamente, todas gostam de usar trema no seu nome. Os Päria Chegam-nos de Aveiro e dão-nos um banho de punk/thrash bem badalhoco e javardolas, daquele que tem sempre um charme único que faz com que lhe perdoemos todas as falhas que facilmente conseguimos encontrar. Básico, podre mas divertido. Nesta altura é o que precisamos. Aliás, eu até acrescento que este tipo de coisa directa sem grandes mariquices é aquilo que precisamos sempre.

8/10 
Fernando Ferreira

Terraformer – “Rebirth”

2021 – Edição de Autor

Os Terraformer estão de volta e praticamente reiventados, renovados. A banda belga que tinha como modus operandi tocar música instrumental, regressa com uma formação renovada com a entrada de Mat Charray (dos Mambo) e J.P. Beaufays (dos The Link) nas guitarrass e, a maior surpresa de todas, Nabil Sanaullah (dos Now, Voyager) na voz. É verdade, os Terraformer são mais uma banda instrumental a acrescentar vocalizações. Devo confessar que sendo o fã fanático de música instrumental, é sempre uma semi desilusão, até que para mim a música instrumental, quando bem feita, é sempre um factor enorme de diferenciação. Não perdeu a profundidade e a atmosfera mas sem dúvida que ganhou em agressividade e melodia. As vocalizações são muito bem conseguidas em qualquer dos campos e a toada pós-hardcore não deixa de ser um destaque positivo. “Rebirth” faz justiça ao seu título, poderão perder alguns fãs com a mudança mas de certeza que haverão aqueles que como eu vão aceitar e até gostar o novo caminho.

8/10
Fernando Ferreira

Graduating Life – “II”

2021 – Pure Noise

Graduating Life tem um som que anima. Anima tanto que poderá fazer confusão ao mais comum amante de música pesada por estar tanto tempo a ouvir doom ou black metal que já nem sabe como esboçar um sorriso mesmo quando lhe apetece – quando alguém morre ou assim. Brincadeira. Havia a intenção de seguir por um caminho mais electrónico, algo que acaba por não contagiar as composições e quando o faz, até resulta muito bem – “In The Back”. No geral é um álbum onde o punk rock mais melódico e orelhudo se junta ao emo e consegue causar uma boa impressão. Não é muito memorável, infelizmente, mas os fãs da banda não vão ficar desiludidos.

6.5/10
Fernando Ferreira

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