Review

WOM Reviews – Monstroid / Sterbefall / Wasteland Coven / Nothing Is Real / Misanthur

WOM Reviews – Monstroid / Sterbefall / Wasteland Coven / Nothing Is Real / Misanthur

Monstroid – “Set: 2 Burnt Sky”

2021 – Edição de Autor

A cena da África do Sul é mesmo um centro de tesourinhos a descobrir. Os Monstroid já tinham deixado água na boca em 2017 com a sua estreia mas agora com “Burnt Sky” é que mostram de que não são apenas uma promessa e uma curiosidade africana. Stoner/desert rock cru e cheio de feeling ao qual vai beber inevitavelmente à década de oitenta mas também tem aqui umas pitadas de indie rock da década de oitenta que ainda lhe trazem mais personalidade. Boa onda, grande som, perfeito para aquela road trip que tanta vontade temos de fazer, sem malas, sem planos, directos ao horizonte. Música com poder e para isso nem é preciso “muito”, apenas alma rock.

9/10
Fernando Ferreira

Sterbefall – “Verlorene Zeit”

2021 – Satanath

Apesar de compreender o rótulo de pós-metal ou pós-black metal, não deixo de sentir aqui um recuperar daquele death/doom metal melódico típico do início da década de noventa. Sobretudo nos leads, que curiosamente também encaixam perfeitamente no espectro “pós” pela ambiência que conseguem tanto estabelecer como transmitir. É facilmente um disco aos quais os fãs do género e até mesmo os alérgicos à moda “pós”, não vão conseguir ter tanta imunidade. Um álbm que não cansa e que acerta mesmo no alvo nas melodias (“Abschiedsbrief” é qualquer coisa de fantástica) e também na forma como conseguem manter o interesse sem ter a sensação de se perderem em momentos épicos apenas porque sim. Conta, peso e medida e muita sobriedade.

9/10
Fernando Ferreira

Wasteland Coven / Nothing Is Real– “Turmoil”

2021 – Transylvanian Tapes

Junção no mesmo pacote/cassete de duas bandas de doom metal que podemos dizer que são recentementes. Os Wasteland Coven têm aqui o seu segundo lançamento, depois do EP “Ruined” do ano passado enquanto os Nothing Is Real têm já uma carreira anormalmente longa para uma banda que lançou o seu primeiro álbum em 2019. Dois anos depois têm já nove álbuns editados. Exacto, nove! E nem se pode dizer que despejam cá para fora lixo como se não houvesse amanhã. Doom metal algo cavernoso mas completamente inspirado. Cru mas cheio de feeling. Que até oferece um saudável contraste com os seus parceiros de split que têm uma sonoridade mais melódica e mais tradicional. Duas bandas a conhecer.

8/10
Fernando Ferreira

Misanthur – “Ephemeris”

2021 – Season Of Mist Underground Activities

Devo confessar, os Misanthur não me impressionaram à primeira. A sua toda meio doom, meio pós-punk que resulta naquele feeling de decadência depressiva é algo que sempre me causou aversão. Mas como tudo aquilo que causa aversão, que parte de uma reacção visceral cá nos interiores, há sempre a possibilidade de se ser apanhado na curva. Foi o peso da atmosfera doom ou pós-metal que acabou por abrir a porta a que as coisas fossem sentidas de forma diferente conforme o fruto amadurece – ou apodrece. “Ephemeris”, como álbum, é uma experiência a ter. E a repetir. Tanto tem aquele sabor decadente que referi, como passa para uma blackada imponente (aquela entrada da “On The Heights Of Despair” é qualquer coisa de assombrosa). É uma montanha russa de emoções que nem sempre parecem conjugar da melhor maneira mas que funcionam no contexto do álbum. E só por isso é uma experiência à parte que se estranha. E continua a estranhar por muito que esteja entranhada.

8.5/10
Fernando Ferreira

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