WOM Reviews – Existence: Void / Leaves’ Eyes / White Snake of Blackened Maze / Omnium Gatherum
WOM Reviews – Existence: Void / Leaves’ Eyes / White Snake of Blackened Maze / Omnium Gatherum
Existence: Void – “Anatman”
2021 – Nox Liberatio/Gruesome
Ora aqui está uma boa surpresa, mais uma no underground nacional. Os Existence: Void estream-se com um álbum para lá de sólido. Que parte de um pressuposto black metal para atingir campos muito mais vastos. E o melhor disto é que esses campos, assim como a generalidade do som da banda portuguesa não são propriamente claros. O que só salienta a sua identidade própria ambiciosa, algo admirável de atingir logo ao primeiro álbum. Um álbum adulto e denso que não é para ouvir em procura daquele riff ou daquele grito nem sequer daquela malha. É para consumir como um todo, numa experiência que se revela tão desafiante como recompensadora. Um trabalho que espero que seja recompensado pela sua ambição no futuro próximo. Merece isso sem dúvida.
9/10
Fernando Ferreira
Leaves’ Eyes – “The Last Viking (Midsummer Edition)”
2020/2021 – Edição De Autor
No ano passado, a famosa banda de metal sinfónico lançou seu 10º álbum, “The Last Viking” uma monumental obra discográfica que demonstra aquilo que são todos os atributos de composição e narrativa da banda. “The Last Viking (Midsummer Edition)” é uma edição em 3 CD desse álbum, apresentando todas as músicas que dele fazem parte, versões instrumentais originais que se centram no lado orquestral da banda e a banda sonora de um documentário de 90 minutos, intitulado “Viking Spirit”, que celebra a vida dos Vikings modernos. Com toque celta, e os belos vocais de estilo operístico de Elina Siirala e composições energéticas, é fácil para qualquer um se perder na história do rei da Noruega Haroldo III. Dramático, atmosférico e cheio de bom gosto é assim que eu resumo esta proposta.
10/10
Miguel Correia
White Snake of Blackened Maze – “By The Rivers Of Heresy
2020/2021 – Petrichor
Reedição do álbum de estreia dos enigmáticos White Snake Of Blackened Maze – o enigma começa precisamente na sua designação e acaba, claro, na identidade dos seus músicos. Mas isso não é o que prende a atenção – aliás, é uma táctica tão usada que praticamente deixa de ser algo que se estranhe. O prende a atenção é mesmo o caldeirão de influências e géneros diferentes que vemos a convergirem de forma harmónica. À cabeça black metal e death metal, mas um forte de sentido melódico a acompanhar. O doom metal obviamente e o rigor e teor melódico são elementos que saltam ao ouvido mas é a forma como todos eles se conjugam que nos conquistam sem grandes dificuldades. Sinceramente não sei como rotular este som, além de uma junção atabalhoada de todos os géneros e sub-géneros citados atrás mas que a música tem algo de diferente e de especial, isso definitivamente tem.
8.5/10
Fernando Ferreira
Omnium Gatherum – “Origin”
2021 – Century Media
Nunca percebi o conceito de se exigir mais daquilo ou de quem se gosta. O sentimento de gostarmos tanto de algo ou alguém que o mínimo passo em falso seja o suficiente para constituir uma desilusão. Até agora. Consigo perceber como gostando de uma banda, algo menos que fenomenal possa ser sentido como uma desilusão. Por um lado ainda bem, porque é bom termos as expectativas com níveis realistas, mas por outro, não deixa de ser uma desilusão. “Origin está longe de ser um mau disco. É na realidade bom. Acima da média, bom. Mas não consegue ser fantástico como outros trabalhos. Melodias bem construídas e memoráveis mas muitas vezes demasiado adocicadas. O que é bom disto da música é que muitas vezes as repetidas audições conseguem colocar-nos a atenção no sítio correcto. É um excelente trabalho, tem excelentes músicas e satisfaz os mínimos (com louvor) que o nome exige. Não estará presente entre os trabalhos mais influentes da banda mas está longe de ficar entre os piores.
7.5/10
Fernando Ferreira