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Filhos do Metal – A Força Da União

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Antes de mais quero desejar a todos um excelente ano de 2022. Que seja um ano cheio de boas notícias, mas também de muita e boa música.

Para começar um novo ano nada melhor do que escrever sobre coisas positivas. Por isso lembrei-me de união. Este termo tão abrangente, quando bem aplicado tem o poder de mover montanhas, de mudar mentalidades, de contribuir para a evolução do ser humano. “Unidos somos mais fortes” é um cliché que tem muito de verdade. Na música e em particular no Heavy Metal há exemplos de grande escala que refletem a importância de movimentos, cujo principal motor impulsionador foi a união. Não importa qual o denominador comum que une um grupo de pessoas ou entidades, mas sim o objetivo a atingir. Existiram e existem alguns exemplos marcantes na história da música de peso. A New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), que nos anos 80 uniu bandas em torno de um género em desenvolvimento, marcou todo o panorama do Heavy Metal mundial. O Death Metal sueco foi outro movimento com imensas bandas a unirem-se em torno de uma sonoridade muito própria. A vertente melódica do Death Metal, com origem em Gotemburgo, mostrou ao mundo bandas, produtores, estúdios, criando um movimento local que se espalhou por todo o mundo. A vaga do Black Metal norueguês, com todas as polémicas e mistérios que ajudaram na promoção do movimento, é ainda hoje um dos mais atrativos géneros do Metal mundial. Seja uma união pela sonoridade praticada, seja pela localização ou por outro motivo, a verdade é que um dos fatores preponderantes da expansão planetária desses movimentos foi a junção de bandas e entidades em torno de um denominador comum. Outro fator de grande importância foi a iniciativa de uma ou mais pessoas que descobriram o início desses movimentos e os divulgaram. Em alguns casos foram jornalistas visionários que apontaram um caminho para um movimento em incubação, noutros foram editoras que apostaram em determinadas bandas criando nichos estilísticos. Todos criaram ondas que foram ganhando dimensão mundial.

E em Portugal? Claro que também houve e há, mas ainda com pouca expressão. Talvez mais numa tentativa de imitar os movimentos internacionais do que por mérito próprio, é verdade que houve aqui e ali uma ou outra tentativa. Tal como já ficou provado, não basta existirem bandas que tenham algo em comum entre si, é necessário que alguém tome a iniciativa de mostrar, falar sobre o assunto. Foi isso mesmo que Mário Lino Faria fez e está a fazer como o Museu do Heavy Metal Açorianohttps://www.facebook.com/museuHEAVYMETALacoriano.

O Mário resolveu que estava na hora de promover as bandas de Heavy Metal dos Açores e desenvolveu um espaço digital para mostrar ao mundo as bandas que criam música de peso num arquipélago do território Português. Este é o denominador comum: Açores. Com um cariz histórico, este meio de divulgação ajuda a promover não só um género, mas uma região. São muitas e boas bandas de diferentes sub géneros e com diversas influências, mas todas com o espírito do Metal bem vincado. Dando maior visibilidade à iniciativa, foi lançada uma coletânea em CD que reúne 17 bandas, cada uma com uma música, com o título “Azores & Metal Vol #1” perspetivando mais lançamentos no futuro. Este lançamento reúne um bom número de apoios que contribuíram para a produção e divulgação do CD, o que mostra mais uma vez a capacidade da união.

Sempre acreditei que a descoberta de talento associada à criação de movimentos com a união em torno de um objetivo comum é o caminho para a expansão do som que gostamos. Têm de existir bandas e músicos com talento, quanto a isso não há dúvidas. Têm de ser encontrados os ninhos onde estão a crescer as famílias criativas, o que estou em crer já existem. Alguém que tenha os meios para o fazer, deve ter a capacidade e a coragem de dar o primeiro passo divulgando essa movimentação. Depois… depois necessitamos de uma comunidade metaleira forte com recursos para lançar mais longe a palavra. Haja união!


 

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