O Álbum do MêsReviewTops

Álbum do Mês – Abril 2022

20 – Eric Wagner – “In The Lonely Light Of Mourning”

Cruz Del Sur Music

Uma das características infames que a raça humana tem (e como tal não fujo às minhas responsabilidades de possuir essa mesma característica) é de dar valor ao que já não se tem. Os Trouble sempre foram vistos como uma banda de segunda linha do metal norte-americano, culpa também por ter sido comercializada no início da sua carreira como uma banda de cristã (que depois se popularizou como white metal, em resposta ao black metal) no entanto, quem aprecia doom, não poderá negar como a banda não só foi revolucionária, como também apresentou sempre boa música (com mais ou menos oscilação de qualidade). Com o desaparecimento de Eric Wagner, a voz que sempre ficará associada aos melhores álbuns da banda, ficou um vazio enorme já que a sua voz trazia uma sobriedade e personalidade à música que será difícil de igualar. Este trabalho, lançado a título póstumo, é perfeito para ser o canto de cisne dentro do género ao qual o associaremos sempre. Sem grandes gimmicks, é apenas doom metal, doom metal do bom onde aquela voz fantástica de Wagner nos contagiava e até fazia sonhar. Não sendo um trabalho perfeito e nem devendo ser sobrevalorizado por ter sido o último, “In The Lonely Light Of Mourning” é acima de tudo um bom álbum de doom metal que por acaso também foi o derradeiro contributo de uma das melhores vozes que o estilo teve a felicidade de conhecer.

8.5/10
Fernando Ferreira


19 – Decrapted – “Bloody Rivers Of Death”

Xtreem Music

Death Metal que não pretende reinventar a roda. Nos dias de hoje até nem temos falta deste tipo de coisa mas ainda assim “Bloody Rivers Of Death” cai mesmo bem para quem gosta de death metal old school e sem grandes tretas. Este projecto foi criado por Vincente Payá (dos Golgotha, Bis Nte e Unbounded Terror) Dave Rotten (dos Avulsed, Holycide e Christ Denied) e complementado com músicos de sessão. Nota-se claramente que é um álbum feito por fãs de death metal (claro, com estes dois envolvidos) para fãs de death metal. Se é previsível? Sim, em parte, mas mesmo dentro da previsibilidade, facilmente nos consegue agarrar em pouco tempo. “Bloody Rivers Of Death” é uma homenagem a todo um género sem se colar propriamente a uma influência específica e ainda assim soando totalmente clássico. Queres death metal clássico e refrescante, aquele paradoxo difícil de encontrar? Aqui o tens.

8.5/10
Fernando Ferreira


18 – Confidential – “Devil Inside”

Massacre

Surpreendente banda de metal sinfónico que nos chega da Noruega. Os Confidential estão apostados em intrometer-se na luta por um lugar ao sol no povoado mundo do metal sinfónico com gostinho a gótico. Por muito que assim seja, há sempre espaço para tem algo de bom e/ou diferente a apresentar. No caso dos noruegueses podemos dizer que aquilo que temos é mais bom do que diferente. Aliás, até se pode acusar o som da banda como algo genérico, algo que seria o suficiente para os colocar logo de parte. No entanto, o seu ponto forte é mesmo o facto de ser um excelente álbum e onde a voz de Astrid Klara Mjøen consegue afirmar-se de forma interessante. Melódica mas sem tentar forçar em nada o dramatismo e impacto emocional. “Devil Inside” poderá parecer demasiado normal à primeira audição principalmente para quem sente que já viu e ouviu tudo neste género musical, mas garantidamente resulta para quem gosta de ver temas de metal gótico com arranjos orquestrais de luxo.

8.5/10
Fernando Ferreira


17 – Bittter – “Sad Songs For Happy People”

Edição de Autor

Há discos que nos caem no goto. Logo à primeira. Foi o caso com “Sad Songs For Happy People”. É uma mistura de punk/hardcore com um grande feeling melódico que percorre todo o trabalho mesmo nos momentos mais pesados e intensos. É um trabalho que apresenta a rebeldia normal e esperada com uma dose desconcertante de ironia e boa disposição – mesmo falando de assuntos sérios. É ler o mundo sem filtros mas não deixar que isso modifique a atitude de uma forma derrotista. Essa dose de energia é bem preciosa e torna-se rapidamente viciante. Um daqueles discos “simples” que nos vão acompanhar para toda uma vida.

8.5/10
Fernando Ferreira


16 – Manic Sinners – “King Of The Badlands”

Frontiers Music

Trabalho de estreia da primeira banda romena a assinar pela Frontiers Music. “King Of The Badlands” é uma estreia vigorosa no reino do hard rock. Melodia a relembrar os tempos áureos do estilo, mas com os pés bem assentes na realidade. Esse hard rock muitas vezes poderá soar demasiado saudosista mas isso não interfere em nada com a qualidade de temas como “Drifters Union” ou “Under The Gun” que sem renegar raízes, soa refrescantes o suficiente para nos manter presos. Claro que há espaço para as baladas – até seria de estranhar se assim não fosse – e no geral temos um álbum bastante forte e um excelente ponto de partida para uma carreira que se assume como promissora.

8.5/10
Fernando Ferreira


15 – Eucharist – “I Am The Void”

Helter Skelter Productions / Regain

Regresso aos discos por parte dos Eucharist que têm tido uma conturbada mas interessante carreira no metal extremo escandinavo. A banda sueca lançou em 1993 um marcante álbum de death metal melódico seguido por um segundo em 1997 onde a abordagem era já mais progressiva ainda dentro do death metal. Depois de muitos avanços e recuos a reunião deu-se em 2015 mas só agora chegam ao tão aguardado álbum. E em relação a anteriormente, o que temos a dizer é… não tem nada a ver. Abordagem mais próxima do black metal do que do death, este álbum é um verdadeiro épico. São doze temas em quase oitenta minutos de música. 80! Parece algo excessivo e até posso concordar que é mas para quem gosta do estilo sueco, é uma verdadeira mina e difícil de largar. Mesmo nos temas longos que andam a roçar os dez minutos.

8.5/10
Fernando Ferreira


14 – NYOS – “Celebration”

Pelagic

Regresso deste fantástico duo composto pelo guitarrista britânico Tom Brooke e pelo baterista finlandês Tuomas Kainulainen que juntos fazem noise rock do melhor que pode haver embora neste trabalho específicamente eu considere que a sua abordagem é mais progressiva ou até ambient do que propriamente noise rock. As paisagens construídas fantásticas, daquelas que nos fazem perder no tempo e no espaço. Ajuda a esse factor de termos aqui as primeiras faixas criadas através de momentos de improviso e jam. Não é o típico álbum instrumental nem o típico trabalho progressivo, mas é essa imprevisibilidade que faz com que a viagem ainda seja melhor e mais proveitosa. Invulgar para quem gosta de coisas mais pesadas, certamente, mas mesmo no ponto para quem procura formas diferentes de viajar na maionese ao som da música.

8.5/10
Fernando Ferreira


13 – On The Loose – “On The Loose”

Edição de Autor

Fantástico projecto nacional – creio que não possamos chamar de banda – que na realidade nasceu como um álbum a solo de Marco Marouco dos Els Focs Negres, Perpretatör e Extreme Unction que em tempos pandémicos queria dedicar-se a este projecto que inicialmente seria instrumental. Acabou por mudar de ideias e de convidar Fábio Lino (ex-Deadlyforce e actualmente nos Airforce) para o posto de vocalista e João Ventura (The Limit e Dawnrider) para a bateria sendo que Marouco fica a cargo das guitarras e baixo, contando ainda com Alex Van True nos coros. A produção é crua mas perfeita para aquilo que se espera – heavy/doom metal que faz com que se concorde com a descrição fornecida pelo próprio autor, uma mistura entre Candlemass e Iron Maiden. Sem precisar de qualquer tipo de comparação, é um projecto que soa fresco e que tem muito por onde crescer. Primeiro álbum entusiasmante!

8.5/10
Fernando Ferreira


12 – Star One – “Revel In Time” 

InsideOutMusic

Star One, o projecto que se concentra no lado mais metal de Ayreon. Esta é pelo menos uma das justificações para ter criado o projecto, para além de se focar exclusivamente na temática da ficção ciêntifica, aqui neste seu terceiro álbum reduzindo ainda mais o tema às viagens no tempo. A particularidade é que cada tema representa um filme específico, alguns deles imediatamente reconhecíveis como “Fate Of Man” (Exterminador Implacável) e “Back From the Past” (Regresso Ao Futuro). Contrariamente ao que é normal, o lote de quatro vocalistas (Damian Wilson, Dan Swanö, Floor Jansen e Russel Allen) é amplicado, dando mais o feeling de um álbum de Ayreon, onde se juntam nomes como Jeff Scott Soto, Joe Lynn Turner, Roy Khan, entre outros, além de contar ainda com músicos como Adrian Vandenberg, Michael Romeo, Steve Vai, Bumblefoot. É um álbum que qualquer fã de Ayreon e do trabalho de Arjen Lucassen vai querer ter mais este trabalho que é capaz de ser um dos mais interessantes da carreira do projecto. Particularidade ainda ter dois discos com os mesmos temas onde o que muda são os vocalistas, o que até dá um ar quase interactivo à coisa.

8.5/10
Fernando Ferreira


11 – Chaos Invocation – “Devil, Stone & Man”

World Terror Comittee

Regresso da banda alemã Chaos Invocation com o seu black metal poderoso e bem evocativo. Quando se fala de black metal é comum (pelo menos aqui na WOM) falarmos da segunda vaga escandinava e do ambiente normalmente (nem sempre) associado à produção e aqui não vai ser excepção. Comecemos pela produção, que é bem cheia e potente mas que não retira nem torna estéril o tal ambiente. Poderá contornar os gostos para quem gosta de coisas mais necro mas para quem sente esse mesmo ambiente através da música em si e não da forma como ela soa, “Devil, Stone & Man” é um poço cheio de coisas boas. Agressividade tenebrosa que não se envergonha de ter um solo de guitarra aqui e ali em cima de riffs poderosos e, porque não dizer, melódicos. Black metal moderno que não subverte o estilo? Estamos interessados, obviamente.

9/10
Fernando Ferreira


10 – Grand Harvest – “Consummatum Est”

Messor Grandis Productions

Consta que este álbum de estreia era bastante aguardado. Não tenho como saber já que para mim foi mesmo a apresentação official mas mesmo sem saber, compreendo a afirmação porque foi preciso pouco para ficar rendido a ele. Daquela escola de death/doom clássico da década de noventa, onde a melodia e o peso fizeram maravilhas, os suecos Grand Harvest trazem um álbum ao qual é impossível passar ao lado. Claro que para chegar a este estado de admiração, é necessário haver um verdadeiro amor ao doom e por amor ao doom não é dizer também que não se pode esperar dinâmicas a nível de tempo, inclusive temos alguns com momentos mais uptempo – como é o caso da “As The Vultures Descend”. Negro, pesadão e melódico, a melhor forma de cativar quem gosta de música extrema. Mais uma banda de qualidade ímpar vinda da Suécia.

9/10
Fernando Ferreira


9 – Flames Of Fire – “Flames Of Fire”

Melodic Passion

Nova banda que se afirma no cenário do heavy metal mais melódico (e arraçado do power metal) que conta com nomes fortes e experientes encabeçados por Christian Liljegren (dos Narnia) e Mats-Åke Andersson (Zaragorn) e conta ainda com membros e ex-membros de bandas como The Waymaker, House Of Shakira, Royal Hunt, Pain Of Salvation entre outros. Músicas que nos apontam logo na direcção da onda ascendente do power metal no final da década de noventa, mas mantendo-se pelos caminhos mais tradicionais do heavy metal. Melódico e com peso, muitos argumentos falam a favor deste trabalho e facilmente voltamos a ele. Destaque para o tema épico de quase dez minutos (que parece que é saído da fase Dio dos Black Sabbath) “Solution” que evidencia a capacidade da banda de conseguir ir para além do padrão dos temas de três e quatro minutos.

9/10
Fernando Ferreira


8 – Sanhedrin – “Lights On”

Metal Blade

Gosto sempre de ver quando uma banda anda a batalhar pela vida e consegue ver o seu talento e trabalho ser recompensado, ainda que de forma simbólica, por conseguir chamar a atenção de uma editora como a Metal Blade. Mais valor ainda por se tratar de uma banda de heavy metal tradicional com laivos de doom (ainda que muito leves). Mas não é por ela estar na Metal Blade que a sua música ganha maior importância – e já agora, não é por causa disso que ela também perde valor, estão a ouvir puristas? É um heavy metal clássico como aquele se fazia nos E.U.A. na década de oitenta e que não tem vergonha disso. Nem tem de ter. “Lights On” é um disco clássico de heavy metal que dá gosto, com grandes temas e um ambiente fantástico. E talvez agora a justiça seja feita e agora consigam chegar a um público mais alargado. Têm álbum para isso.

9/10
Fernando Ferreira


7 – Final Cry – “The Ever-Rest”

MDD

Junção perfeita para uma boa surpresa, uma banda veterana e também que acabam por ser um pequeno tesouro e é nessa categoria que podemos encaixar os Final Cry que regressam para o seu sexto álbum após quatro anos de ausência. Encaixa também na categoria do “não os conhecia mas depois deste álbum, tenho de ver o que está para trás”. Thrash/death metal melódico que cativa facilmente numa colecção de temas que até é mais curto do que o esperado – não chega a quarenta minutos – mas que talvez por isso mesmo, não tem qualquer tipo de gordura, não havendo qualquer tipo de momento morto ou enchido. Resultado? Um daqueles que nos vemos facilmente a pegar frequentemente sem grande esforço. Para saber mais sobre a banda e sobre este álbum também podem verificar na nossa WOM TV a entrevista que lhes fizemos.

9/10
Fernando Ferreira

 


 6 – Dark Funeral – “We Are The Apocalypse”

Century Media

Seis longos anos depois, aqui temos o regresso dos Dark Funeral que tinham iniciado em 2016, com “Where Shadows Forever Reign”, um novo percurso, sendo esse o primeiro trabalho que contam com Heljarmadr (também nos Grá) e que trouxe uma lufada de ar fresco que a banda soube aproveitar ainda que seja um álbum que a longo prazo talvez não seja tão impactante quanto o desejável. As características principais da banda continua intactas, com as melodias macabras incluídas, mas há um maior sentido de eficácia. As melodias, os riffs e até as vocalizações, tudo encaixa de forma superior, tudo resulta num álbum mais poderoso assim como imediato. Aliás, a “Nightfall que abre o álbum” é um clássico instantâneo. Temos até direito a um “When I’m Gone”, o tema mais fora do álbum onde temos um mid tempo algo melancólico (para o padrão expectável dos Dark Funeral) que dá uma cor diferente e necessária a este álbum. Para os mais desatentos poderá ser apenas mais um álbum dos Dark Funeral e na verdade, sim, é apenas mais um álbum dos Dark Funeral, mas este é dos bons e confirma o ritmo ascendente de qualidade que têm vindo a encetar.

8.5/10
Fernando Ferreira


5 – Midnight – “Let There Be Witchery”

Metal Blade

Midnight é um projecto one-man band que desde 2003 anda a dar cartas no lançamento de álbuns e outros trabalhos mais pequenos. O mais recente lançamento de Midnight é o álbum “Let There Be Witchery”, um trabalho que com muita adrenalina e alguma crueza de som se tornou num dos meus favoritos deste mês e talvez dos favoritos do ano no que diz respeito à cena mais underground. Tal como parece ser a imagem de marca de Midnight, este trabalho situa-se na linha do thrash metal e do black metal sendo o balanço entre ambos bastante variado ao longo do álbum. Let There be Witchery também se caracteriza com a sua onda clássica e pelas suas temáticas satânicas e psicadélicas (há uma quantidade respeitável de sexo com bruxas). Dentro de cada faixa segue-se uma estrutura muito pouco maleável e um pouco repetitiva, mas é nisto em que realmente se nota o sucesso do álbum: o seu som continuamente hipnótico que se mantem mesmo com a mudança de faixa. Um verdadeiro sucesso.

9/10
Matias Melim


4 – Falls Of Rauros – “Key To A Vanishing Future” 

Eisenwald

Tenho que ser sincero e confessar a forma como fiquei céptico em relação a este álbum/banda. Foi a minha primeira incursão pelos campos dos Falls Of Rauros o que é um bocado vergonhoso já que têm um número considerável de trabalhos (e apreciados no underground de forma geral) numa carreira com quase duas décadas e foi uma surpresa. Isto porque, como disse atrás, fiquei céptico com a descrição que li algures em que tocavam uma mistura de black e folk metal. Ora pelos primeiros momentos aquilo que me parecia era mesmo algo mais progressivo (com o black metal a surgir mais tarde). E sim, durante o álbum consegue perceber-se de onde vem o rótulo folk mas aqui estará bem mais diluído do que estaria nos anteriores trabalhos já que é a ambiência progressiva que se salienta e torna este álbum acima da média. Não por ser um fã de metal progressivo, que sou, mas por tornar este trabalho algo que primeiro perplexa mas depois quase imediatamente que apaixona. De beleza e inteligência rara, esta é, até ao momento, uma das surpresas maiores do metal progressivo de 2022.

9/10
Fernando Ferreira


3 – Sidus Atrum – “Spiral Of Life”

Edição de Autor

Segundo álbum da one-woman band ucraniana Sidus Atrum que tem um impacto emocional enorme. É a mistura perfeita entre o black e o doom metal, entre peso e melancolia, entre os momentos uptempo e os mais arrastados. Até na dualidade vocal da voz gutural (típica do doom cavernoso) e a voz rasgada que remete para o black metal. Sem dúvida que é um álbum que nos captura a imaginação e nos transporta para um mundo muito próprio, um álbum onde as habituais limitações do formato de uma pessoa a fazer tudo não se verifica. A bateria (normalmente o ponto fraco) soa orgânica e muito bem assim como os restantes instrumentos que conjugam e evocam verdadeiros momentos hipnóticos aos quais se fica sem defesa. A música extrema no seu melhor.

9/10
Fernando Ferreira


2 – Bank Myna – “Volaverunt”

Araki / A La Dérive / Stellar Frequencies / Duality / Cold Dark Matter 

Faltam palavras para conseguir definir com justiça este álbum. Aliás, tanto o que se ouve como sobretudo aquilo que faz sentir enquanto se ouve. Trata-se de uma estreia discográfica por parte dos franceses Bank Myna que juntam de forma perfeita a ambiência do doom (e sobretudo a sua opressão) com o sentimento etéreo que é comum encontrar em propostas mais ambient e/ou drone. Isto tudo com uma eficácia pós-rock mas sem estar presa pelas formúlas esperadas deste género. Como podem ver, é um bocado definir exactamente  o que é “Volaverunt” mas é nesse espaço mais vasto e abrangente que reside a sua magia. Magia palpável e que por vezes quase que tem a força de um tornado ou de uma onda de cinquenta metros. Há várias formas de ser pesado e esta é uma das mais belas.

9/10
Fernando Ferreira


1 – Abbath – “Dread Rever”

Season Of Mist

O regresso de Abbath surgiu numa altura que eu já não estava à espera, tenho que confessar. Talvez por isso o impacto tenha sido tão grande. “Dread Rever” é um daqueles álbuns que é fácil um fã de heavy metal gostar. A ligação ao black metal é a imagem de marca do músico que dá o nome à banda e a sua voz que mantém a ligação com aquilo que sempre fez porque de resto temos aqui um festim de solos inspirados, malhas de fazer erger o punho no ar como se estivessemos perante um álbum de Judas Priest – aliás, a “Sacred Core” até tem lá umas piscadelas subtis de olho à “Kill With Power” dos Manowar. É essa vertente tradicional que torna este álbum simultaneamente refrescante como viciante. Heavy metal necro não é coisa nova mas no metal (e por consequência aqui na WOM) não celebramos o que é novo (exclusivamente) mas sim o que é bom. Neste caso concreto, excelente.

9/10
Fernando Ferreira


 

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