WOM Review – Månegarm / Dark Meditation / Therion

Maio 25, 2022 Fernando Ferreira

Månegarm – “ Ynglingaättens Öde”

2022 – Napalm

Dez álbuns, é uma daquelas marcas históricas. E para provar a longevidade da música extrema, quando temos uma banda de black/folk/viking metal a atingir essa marca, não deixa de ser assinalável. Uma banda que conseguiu conquistar a pulso a sua posição neste espectro musical e que apesar de nos últimos tempos não conseguir impressionar por aí além, está presente com um álbum que parece querer fazer mudar essa tendência. Desde a épica “Freyrs Blod” – o único tema a ultrapassar a marca dos seis minutos – até à folky “Stridsgalten”, temos um festim de música pesada e a piscar o olho a uma cultura ancestral conseguindo recriar na perfeição toda a sua mística, que basicamente é aquilo que procuramos num álbum dos Månegarm. Dez álbuns de originais implicam muitas vezes ter os fãs a ir e a voltar. Para quem foi, garantimos que este será o melhor momento para voltar, já que está aqui um dos seus melhores trabalhos nos últimos, talvez, dez anos.

9/10
Fernando Ferreira

Dark Meditation – “Polluted Temples”

De Seattle surgem os Dark Meditation, uma banda de metal que abraça totalmente a paixão pelo rock gótico, navegando, como gosto de dizer, por sons de metal clássico. Inspirando-se em bandas tão diversas como por exemplo em Fields of The Nephilim e Judas Priest, os Dark Meditation lançaram “Polluted Temples”, composto por 10 temas que encontram o equilíbrio perfeito na sua sonoridade, com peso e catchy q.b. Como é natural no processo de composição, as coisas são pensadas ao pormenor e umas vezes resulta outras nem por isso, mas aqui a coisa flui de forma muito positiva deixando a ideia de que a banda seguiu o caminho certo com as ideias certas. Como referi inicialmente eles soam pesados, “sujos” mas ao mesmo tempo com uma simplicidade muito atrativa que faz toda a diferença. Acredito muito estarmos perante uma banda que se não se desviar dos seus ideais terá um futuro brilhante.

8,5 /10
Miguel Correia

Therion – “Lepaca Kliffoth”

1995/2022 – HammerHeart

Tenho sentimentos contraditórios em relação a este álbum. Por um lado tem a primeira música que ouvi deles – “Black” numa versão diferente que surge na mítica compilação “Death… Is Just The Beginning III” da Nuclear Blast. Por outro é uma espécie de limbo entre a grandiosidade sinfónica em que iam dirigidos e o death metal mais bruto de onde vinham. Um limbo estranho e muito característico e em sua defesa nada soava (e soa!) a isto, remotamente sequer. Uma espécie de Celtic Frost (de quem fazem uma cover aqui com a “Sorrows Of The Moon”) eloquente mas ao mesmo tempo lite. Um poço de contradições onde também se conjuga o facto de ter ouvido isto milhentas vezes no passado (e de ter por ele um carinho especial) e de saber que é estranho e que custa a entranhar. No entanto era a preparação para aquilo que viria a ser a banda e há aqui temas que sobrevivem muito bem como “Riders Of Theli”, a já citada “Black” ou a “Evocation Of Vovin”, que abrem caminho para “Theli.

7.5/10
Fernando Ferreira

Therion – “Symphony Masses: Ho Drakon Ho Megas”

1993/2022 – Hammerheart

Há coisas engraçadas. Apesar de reconhecer que este álbum é aquele que melhor som tem até à altura na carreira da banda sueca, nunca conseguiu em conseguir cativar-me tanto quanto o anterior que já evidenciava algum do caminho que seria aqui trilhado. Mais limpo, mais controlado, mais pensado e mais maduro, é certo. E também uma evolução natural, mas ainda assim falta aqui aquela energia crua e inocente da estreia, sendo um híbrido estranho que tem muitas piscadelas a Celtic Frost – “Symphoni Drakonis Inferni” é flagrante assim como também um dos temas que antecipa o lado mais sinfónico e a ligação perfeita com aquilo que a banda viria a fazer no álbum seguinte. No entanto, não deixa de ser um álbum interessante e que os fãs e coleccionadores da banda deverão ter, mesmo que seja apenas uma parte do caminho que não, na minha opinião, tão interessante como muitas das outras.

7/10
Fernando Ferreira