Review

WOM Reviews – Temptations For The Weak / Grindead / Dramanduhr / Orthodox

Temptations For The Weak – “Fallen From The Stars”

2022 – Necktwister

Fantástica capa para um álbum que demora pouco tempo a revelar-se como fantástico. O rótulo metalcore por esta altura já não assusta ninguém embora ainda tenha potencial para afastar quem gosta de coisas tradicionais. No entanto é interessante notar como o género consegue hoje em dia significar tanta coisa diferente. Os Temptations For The Weak encaixam-se precisamente na vertente que apreciamos mais que é aquela em que temos uma bases mais hardcore e um feeling mais orgânico na música. Músculo, raiva e energia com fartura, algo que os belgas conseguem explorar muito bem num álbum que apesar de pequeno consegue causar impacto suficiente para que voltemos a ele muitas vezes. Fosse todo o Metalcore assim.

9/10
Fernando Ferreira


Grindead – “Culture Decline / Machines Arise”

2022 – Larvae

Álbum de estreia dos Grindead, um nome que é visto por muitos como a continuação natural dos Genocide, apesar de se apresentarem com uma identidade distinta. Death/grind de intensidade assinalável que nos é brindado ao longo de 17 temas (contando com a dupla intro na forma de “DOG” – que não é mais que a “G.O.D. – Grind Or Die” invertida – e “Bite”) e vai apelar para quem gosta do death/grind mais old school. É esse apelo mais old school que nos faz pensar por momentos em clássicos como Brutal Truth e Napalm Death. A produção de Luís Barros também ajuda e muito a esse pedigree mais clássico, que aliado a temas sólidos faz com que esta tenha sido uma das propostas de destaque de 2022 no panorama mais extremo.

8.5/10
Fernando Ferreira


Dramanduhr – “Tramhor”

2022 – Bloodrock Records/Nero Corvino

Torna-se cada vez mais complicado as bandas/artistas/compositores fazer algo de arrojado e esperar encontrar sucesso. Não que os verdadeiros génios sejam de forma generalizada postos de parte e ostracizados pelos apreciadores de música mas cada vez mais a música caminha na direcção do facilitismo e do apostar naquilo que está “a dar”. Junto-se isso ao facilitismo de fazer e ouvir música, o nível de atenção que coisas mais “fora” têm potencialmente é diminuto. Mas isso não impede que nós aqui na World Of Metal não tentemos procurar por aqueles que ousam em rasgar a conformidade. Ainda que para isso usem ferramentas de outrora.  É nesse ponto que se encaixa este “Tramohr”, um trabalho que terá dificuldades em agradar a quem gosta da mistura de world music com metal (que comumente chamamos por aqui de folk metal) ou até mesmo quem gosta de world music. Isto porque não se trata de fundir dois mundos, trata-se de apresentar música com ambos elementos mas com um twist cheio de estranheza que poderá demorar algum tempo a entranhar. O que se garante é que depois de o fazer, não há volta a dar. Daqueles puzzles musicais que dá gosto deslindar.

8/10
Fernando Ferreira


Orthodox – “Proceed”

2022 – Alone

Provenientes de Espanha os Orthodox formaram-se em 2004 e chegam a 2022 com o seu oitavo álbum na “bagagem”. Composto por seis temas, ‘Proceed’ mostra-nos que os Orthodox não têm problemas em assumir em definitivo o seu Doom Metal sujo e resiliente como o seu fio condutor ainda que sejam várias e dispersas as tentativas de incluir outras sonoridades no álbum, talvez com o intuito de quebrar uma certa monotonia quase intrínseca ao estilo, as mais salientes são o Avant-Garde, o Sludge e até o Drone ainda que menos evidente. As mais-valias de ‘Proceed’ podem ser identificadas tanto nos poderosos e hipnóticos riffs cultivados num “terreno” fértil em Doom/Drone como na presença de um baixo sinuoso e marcante, todavia ‘Proceed’ tente a ser um álbum um tanto ou quanto decepcionante, pois falta-lhe claramente foco e objectividade. Sendo verdade que não é tarefa fácil reduzir a natural tendência do Doom a tornar-se entediante e monótono ao fim de várias audições não é menos verdade que também não é através da inclusão sem matriz e convicção de subgéneros avulsos que se vai conseguir. ‘Proceed’ tem de facto alguns pontos de interesse contudo a sua pouca consistência e falta de uma direcção vincada acabam por ser falhas fatais.

6.5/10
Jorge Pereira


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