WOM Report – Infraktor, Elitium, Warout @ Mosher Underground Session – Socorro, Porto – 08.03.25
Creio que já não é do tempo dos Millennials, mas a Geração X certamente que se recorda de, na sua adolescência, assistir a concertos underground aos sábados à tarde. No Porto, tínhamos sítios como o Ténis Bar, e o Cenário Bar; e agora, temos a loja de discos Socorro a proporcionar estas matinés. A Mosher Clothing fez a primeira das suas Underground Sessions neste horário, abrindo com uma banda thrash – Warout -, seguida de uma death – Elitium – e uma misturas destes dois estilos a fechar – Infraktor.
Eram cinco e meia quando os Warout subiram ao palco, perante um público composto e ansioso por abanar cabeças. O single de estreia, “Addicted To Violence”, pôs a banda de Lordelo/Paredes no mapa do underground e foram muitos os que o reconheceram e berraram o refrão; e quem não conhecia, depressa aprendeu e berrou também. A cover de “Whiplash” dos Metallica é que não precisou de apresentação, mas como qualquer banda que se preze, seja de que género for, o melhor ficou para o fim – não só pelo estofo de êxito que promete vir a ser, mas por ser o baterista Luís Moreira que substituiu Francisco Marinho na voz. “Vou só passar vergonhas e depois o concerto acaba”, disse, depois de chamar Jordi Lopes para o seu lugar (o que ainda valeu ao baterista dos Elitium ser chamado de “interesseiro” por alguém no público, por na música anterior ter reposto um prato que tinha caído). No entanto, a sua prestação vocal no autointitulado “Warout” não foi, afinal, tão vergonhosa assim.
O death metal dos Elitium não é propriamente old school, andando ali na fronteira do brutal tech – o que lhe dá toda uma sonoridade mais sofisticada a nível das cordas e um ênfase no peso da voz e da bateria. A postura em palco de Jorge Félix é igualmente intensa, expressões faciais e gestuais a completar as vocalizações, e mais perto do final desafiou o público a criar uma roda de mosh, prometendo que se juntaria à mesma – e assim foi. Depois de dois EP, “Transcendent” (2012) e “Ataxia” )2014), parece que a banda de Braga fez uma pausa, regressando em 2023 com o primeiro longa-duração, “Wrong”, de onde se destaca “Humus”, “Lysis” e “Putative Insurgency”. Mas os trabalhos para editar o seu sucessor já foram iniciados, e um novo single, “Mort(a)lity”, já está mesmo cá fora e foi incluído nesta excelente actuação na Mosher Underground Session.
Quem está mais perto de editar o seu segundo álbum, “Ravaging”, são os Infraktor, e embora ainda não haja data marcada para essa edição, a banda com base em Escapães tem vindo a tocar há já alguma tempo alguns dos novos temas (“Antwork” – que até tem fehado o alinhamento – e “Marked To Be Forgotten”) e aqui apresentaram uma outra, “Burning Sickness”. “Ferocious” continua a ser a palavra de ordem, pelo que se adivinha mais um grande álbum para a colecção dos apreciadores do género. Do primeiro álbum, não faltaram “Blood Of The Weak”, “Son Of A Butcher” e “Unleash The Pigs”, que a maior parte conhecia bem e por esse motivo a reacção foi ligeiramente mais entusiasta – mesmo quando o concerto teve de ser interrompido para procurar um parafuso que tinha saltado de um dos pratos da bateria de Chico… Ainda não eram 20:30 quando estava a dirigir-me para casa, a minha costela thrash-death completamente saciada.
Texto e Fotos por Renata Lino
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