O Álbum do MêsReviewTops

Álbum do Mês – Agosto 2022

20 – Nubivagant – “The Wheel And The Universe”

2022 – Amor Fati Productions

Segundo álbum desta one-man band que se assume como black metal embora, eu deva dizer que há algo aqui de muito doom. Para já as vocalizações que chamaram desde cedo a atenção, no tema de abertura “Into Eternal Night”, que clamam por bandas como Count Raven e The Obsessed ou até Pentagram. O que depois também faz uma boa ligação com os riffs bem black metal que vão surgindo por aqui, ainda que muitos deles sejam de cariz mais depressivo. De uma forma inadvertida, talvez, há uma ponte criada entre os dois géneros que é perfeita e faz com que este “The Wheel And The Universe” seja muito mais do que um simples disco de black metal – não que haja algo de errado com isso.

8.5/10
Fernando Ferreira


19 – Brutta – “Brutta”

2022 – Edição de Autor

Nunca o nome de uma banda fez tanto sentido no contexto da sua música. Os brasileiros Brutta entram com os pés juntos na sua discografia sendo este um álbum de estreia épico, em muitos sentidos. Principalmente no da violência. Death metal enegrecido a fazer lembrar ligeiramente o contigente polaco – sobretudo Hate – e com um sentido de melodia que nos faz lembrar propostas mais industriais, o que diz um pouco do ambiente desolador que anda por aqui. E é curioso a forma como consegue soar moderno e ao mesmo tempo evocar momentos da música extrema em que se sentiu que se estava a dar um passo à frente em relação à concorrência. Ou por outras palavras, será possível ser actual e old school ao mesmo tempo? Parece que sim, seja como for, está aqui uma das grandes revelações do death metal bruto brasileiro de 2022.

8.5/10
Fernando Ferreira


18 – Maul – “Seraphic Punishment”

2022 – Redefining Darkness

Gosto de álbuns que dão luta e este definitivamente deu. Carreira com cinco anos e com mais de uma dezena de lançamentos que apenas agora chega ao tão aguardado álbum de estreia. A primeira impressão foi de um death metal banal, ainda que algo old school. Nada que os primeiros minutos de “Of Human Frailty” não digam melhor que qualquer tipo de discurso. Todavia, nesse mesmo tema, consegue-se assistir a uma dinâmica inesperada e à forma como a banda usa as suas supostas limitações como trunfos. Ou seja, quando está aborrecido, muda-se para um riff mágico. E essa repetição em riffs chave faz toda a diferença, algo que acontece um pouco por todo o lado. Continua a ser um álbum de death metal que poderá parecer banal dentro da categoria old school mas não existem dúvidas da forma como o mesmo vai tocar nos pontos chave de qualquer fã de death metal que se preze. Excelente surpresa e mais um nome bom vindo dos E.U.A..

8.5/10
Fernando Ferreira


17 – Vomit Forth – “Seething Malevolence”

2022 – Century Media

Não conhecia esta banda de lado nenhum – também não admira, este é o seu álbum de estreia. Brutal death metal é um género que nem sempre é amigo da dinâmica e este “Seething Malevolence” até tem algumas falhas nesse quesito – ao qual a compressão exagerada também não ajuda – no entanto não deixa de ser surpreendente a forma como consegue apresentar reunir uma série de temas que formam um conjunto sólido e ao mesmo tempo trazer alguma variedade na forma como o fazem. Castiga o corpo e os ouvidos do início ao fim e não existem dúvida em relação ao seu poder, mas depois também consegue introduzir variação suficiente para que não se torne aborrecido. Aliás, não fosse mesmo o raio da compressão e o alcance deste trabalho seria bem superior.

8.5/10
Fernando Ferreira


16 – 0N0 – “Unwavering Resonance

2022 – The House Of What You See

Por vezes, como já tive oportunidade de referir, como certos rótulos nos deixam de pé atrás. O progressive, disparado a torto e direito. Assim como o experimental. Ora quando temos uma banda ou projecto cuja designação é 0N0, não será provavelmente pretensão de quem escreve comunicados de imprensa, se calhar estamos mesmo perante algo experimental. “Unwavering Resonance” é, acima de tudo, uma experiência eclética de música extrema, onde o doom é a sensibilidade mais saliente da sua personalidade musical mas onde também há espaço para o death metal, sludge, ambientes industriais, não em separado mas tudo ao mesmo tempo. E se formos a analisar, provavelmente o rótulo experimental não encaixa assim tão bem como sendo algo inovador no conteúdo, mas sim na forma como todos estes géneros diferentes vão encaixando e fazendo sentido. Sobretudo para os fãs de doom, este é um álbum que vos vai puxar como um vórtice sobrenatural no meio do oceano. Não vale a pena resistir, não há nada que possam fazer contra.

8.5/10
Fernando Ferreira


15 – The Cruel Intentions – “Venomous Anonynous”

2022 – Indie Recordings

Festa. Festa como aquela que parece que só se encontrava na década de oitenta. Ou nos filmes – porque as nossas festas nunca tinham um ar tão “cool” que fosse cinematográfico. O segundo álbum, algo aguardado, dos noruegueses aí está nos escaparates e é tudo aquilo que se antecipava, melodias cheias de ganchos, uma voz ácida na boa (melhor) tradição do hard rock cheio de sleaze que não deixa de ter uma conotação moderna. “Venomous Anonymous” é um disco perfeito para ouvir agora no Verão, numa qualquer roadtrip. Aliás, até é tão bom nesse propósito que facilmente criamos uma roadtrip para ir ao supermercado ou coisa do género. Música que nos mete bem dispostos a rockar como é suposto rockar. E fazem ideia de quanto raro isso é hoje em dia?

9/10
Fernando Ferreira


14 – Kuggur – “حصاد ضَوْءٌ النُّجُو”

2022 – Belfry Records

Vários motivos de interesse por este trabalho, que foram despertando conforme as nossas fases de aprendizagem. Primeira, os caractéres árabes mostram que estamos perante um trabalho potencialmente com a cultura musical do médio oriente. Segunda, quando nos apercebemos que estamos perante um trabalho de Guðmundur Óli Pálmason, ex-baterista dos Sólstafir e actualmente nos Katlas. Este é um trabalho que surge do confronto de culturas e ideias entre a música do médio oriente e a islandesa que Pálmason foi reunindo em conversas com a sua esposa libanesa. O resultado é apaixonante pela efeito hipnótico e assombrador que nos mostra, sendo perfeito para uma banda sonora ou simplesmente como uma forma de nos perdermos em nós próprios. Algures entre o ambient e o folk, a estreia deste projecto é apaixonante e implora por continuidade.

9/10
Fernando Ferreira


13 – Candy – “Heaven Is Here”

2022 – Relapse

Estreia dos Candy pela Relapse Records, algo que faz todo o sentido tendo em conta a forma como hardcore da banda é bruto, sujo, barulheto e caótico. Dez temas em meia hora, é o tempo que demora a coça que eles nos dão, tempo que depois acabamos por expandir por posteriores audições. A tonalidade industrial com que dotam a sua sonoridade é sem dúvida algo que os distingue dos demais mas ainda assim, não se pode dizer que seja isso que influencia a sua música como sendo mais violenta e fora do normal – embora ajuda e muito para que seja mais abrasiva. Uma lição em violência e também na forma como os elementos electrónicos não significam ter uma abordagem mais comercial e amida do ouvido. “Heaven Is Here” é eufemismo para quem não tinha levado em 2022 uma tareia industrial de todo o tamanho. Épica mesmo.

9/10
Fernando Ferreira


12 – Torn Fabriks – “Impera”

2022 – Firecum

Nada melhor que termos mais uma banda a lançar um álbum de estreia. As expectativas que tinhamos depois de “Mind Consumption” eram enormes. Impera não desilude de maneira nenhuma. Thrash metal old school como manda a lei, unidimensional mas sem que isso signifique que seja um trabalho que se torna aborrecido ao longo da sua duração. Curto (não chega a quarenta minutos), directo ao assunto e sem engonhanços, tal como gostamos. É tudo  o que esperávamos e desejavamos que fosse. Mais do que um projecto paralelo de músicos conhecidos da nossa praça, este é um sólido primeiro passo (não tirando valor ao EP) de uma banda que tem muito a dar ao nosso underground thrash metal.

9/10
Fernando Ferreira


11 – Entrails – “An Eternal Time Of Decay”

2022 – Hammerheart

Regresso dos suecos Entrails quje nos trazem, como esperado, mais uma dose de death metal sueco bem old school, cheio de gravilha no som das guitarras e riffs disparados a torto e direito. Ponto um – todos os detratores que dizem que isto é apenas mais um álbum a pedalar na curta pista que é o death metal e que cujo maior atractivo é o facto de lembrar bandas como Entombed e Dismember estão completamente certos. Ponto dois – não se esforça minimamente para sair desse som nostálgicos. Ponto três – déjà vú do início ao fim. Conclusão, é mau? Não, pelo contrário, é excelente. É talvez do mais inspirado que a banda tem feito ultimamente e mesmo sabendo que nunca vai se destacar em relação aos clássicos e em relação ao death metal mais moderno em termos de popularidade, não deixa de ser garantido o poder que nos dã. Para os fãs de death metal clássico – e que se estão a borrifar se é original ou não.

9/10
Fernando Ferreira


10 – False Gods – “Neuropatia”

2022 – Seeing Red

Segundo álbum destes Falsos Deuses vindos dos E.U.A.. “No Symmetry​.​.​.​ Only Disillusion” foi um dos destaques de 2020 e deixava logo a ideia de que o futuro da banda seria brilhante. Este seguimento faz-nos crer que não estavamos muito longe do previsto. Ou melhor, tudo parece estar a bater certo. Isto porque “Neurotopia” é uma poderosa jarda de sludge/doom tal como se antecipava. E por incrível que pareça aos detractores do género, é um poço de dinâmica onde os temas sobressaem de forma natural pela forma como vão do doom a andamentos mais uptempo – “I, Cemetery” é um dos bons exemplos onde isso acontece, um entre muitos. Comparado com estreia caótica, podemos dizer que na forma estão mais comedidos mas em termos de intensidade e conteúdo, continua a ser um trabalho de enorme impacto ao qual é difícil não ficar fascinado.

9/10
Fernando Ferreira


9 – Black Rose – “WTF”

2022 – Pure Steel

Um dos termos reverenciados em tempos e que se tornou numa previsível forma de angariar atenções dos fãs de heavy metal é o mítico “NWOBHM”. O que era uma forma rápida de agrupar todo um conjunto de bandas da transição da década de setenta para a de oitenta vindas do Reino Unido depressa se tornou um chamariz para bandas que passaram pela cena como rápidos cometas e que não deixaram uma marca muito profunda. Sejamos sinceros, muitos destas bandas não agregaram interesse suficiente nem na sua primeira encarnação nem no seu regresso. No caso dos Black Rose temos uma poderosa excepção. A banda lançou dois interessantes álbuns na década de oitenta e depois finou-se. O regresso deu-se já no novo milénio e este é o segundo trabalho que cala um silêncio de doze anos e cala-o de forma convincente. Apesar do título de potencial “cringe”, este quarto álbum de heavy metal é entusiasmante do início ao final, onde não temos aquela noção de ser desajustado ao histórico da banda e ao estilo. Heavy metal poderoso (produção a ajudar e muito neste ponto) em temas que facilmente cativam quem gosta de heavy metal. É também o primeiro álbum com o novo vocalista, Ash Robertson, sendo que Steve Bardsley, anterior vocalista, limita-se aos coros e foca-se mais na guitara. Old school a provar que não há old school, apenas heavy metal.

9/10
Fernando Ferreira


8 – Deathwhite – “Grey Everlasting”

2022 – Season Of Mist

Terceiro álbum dos doomsters Deathwhite que nos primeiros momentos de “Earthtomb” (o primeiro tema a sério) surpreendem pela intensidade uptempo com que trazem para cima da mesa mas que depressa vai para aquela toada melancólica que já lhes reconhecemos, uma toada que nos faz pensar em bandas como Anathema ali por volta do “Eternity” misturado com as ambiências de uns Katatonia no pós “Brave Murder Day”. E se estas referências com quase trinta anos vos possa tentar a concluir de que este é um trabalho antiquado ou retro mas não é um caso. É “apenas” a mistura de várias facetas do doom metal do mais melódico ao mais explosivo e pesado. Se é também um indicador de que isso poderá mudar no futuro numa direcção semelhante daquelas citadas atrás? Provavelmente sim e isso poderá constituir uma desilusão ou até a algo bem melhor do que temos agora, mas o que é importante referir é que o que temos agora é excelente.

9/10
Fernando Ferreira


7 – Mine Collapse – “Delusions” 

2022 – Nefarious Industries 

Este álbum e banda são-nos apresentados como um trabalho de hardcore/punk misturado com doom, algo que inicialmente não faz sentido nenhum mas depois quanto mais tempo passamos em convívio com ele mais nos parece que há aqui um qualquer fundo de verdade. Como hardcore é das propostas mais ricas e dinâmicas que encontramos principalmente por afastar-se das convenções do género. Afastando-se mas não chegando ao ponto de encaixar noutras como o caso do sludge que apetece mesmo espetar-lhe esse rótulo em cima – porque acaba por ser o que faz mais sentido. Excelentes riffs, excelente na forma como nos prende e surpreende ao mesmo tempo em pouco mais de meia hora. Estreia bombástica e um dos melhores do ano.

9/10
Fernando Ferreira


6 – Belphegor – “The Devils”

2022 – Nuclear Blast

Tenho que dar o braço a trocer, este “The Devils” é bem mais viciante do que aquilo que esperava. Se a banda no início de carreira tinha uma sonoridade aborrecida, é certo que a evolução tem demonstrado uma maior dinâmica e variedade e são exactamente esses dois pontos que mais se salientam por aqui num álbum que é tanto melódico como brutal na violência metálica. Por vezes até parece que saem da “personagem”, como em “Glorifizierung Des Teufels”, com uma abordagem até melancolicamente épica. Seja como for, resulta num álbum de black/death metal refinado e com alcance mais do que se esperaria à primeira. “The Devils” é Belphegor no seu melhor

9/10
Fernando Ferreira


5 – Conjurer – “Páthos”

2022 – Nuclear Blast

Regresso estrondoso dos Conjurer. A banda britânica apresenta o seu segundo álbum (o primeiro pela Nuclear Blast) e o mesmo é tudo aquilo que se antecipava. Para quem não os conhece, pensei naquela definição ideal do post-metal misturado com o sludge sendo que o resultado é tanto emocional como visceralmente pesado. Se for para decidir, julgo que o post-metal está mais bem representado nesta balança e este é um daqueles álbuns que traz a devida ambiência apocalíptica como também um groove metálico sem se sentir esmagado por um dos lados – e se isso acontecer, será sempre da melhor forma. E com isto, obviamente se admite que não será um trabalho para fracos ou para ser ouvido até à exaustão numa qualquer moda de Verão. Um disco que exige bastante da disposição e disponibilidade do ouvinte assim como também do momento ideal para se  dar atenção. Havendo o espírito de apreciação da beleza na miséria humana, não há como não ficar viciado.

9/10
Fernando Ferreira


4 – Hatriot – “The Vale Of Shadows”

2022 – Massacre  

Os Hatriot sempre foram muito mais do que apenas um projecto de Steve Souza e dos seus filhos. O vocalista esteve presente nos dois primeiros álbuns antes de voltar para os Exodus, mas isso não lhes retirou gás. Principalmente porque a voz de Cody Souza (um dos dois filhos que não só lhe dá no baixo como ficou responsável pelas principais vocalizações) é muito parecida à do pai, com um twist mais extremo, que quase coloca este trabalho na categoria do death/thrash metal. Tirando a voz, aquilo que “The Vale Of Shadows” nos entrega é thrash metal demolidor do primeiro ao último momento e que nos faz gritar “thraaaaaash” enquanto interrompemos um headbang furioso.

9/10
Fernando Ferreira


3 – Enchantment – “Cold Soul Embrace”

2022 – Transcending Records / Cosmic Key Creations

Existem as bandas cujo regresso se antecipa e deseja (como At The Gates, Carcass e Emperor) e existem as bandas cujo regresso se acha desnecessário. E depois temos os regressos que nos apanham completamente desprevinidos como destes Enchantment que foram uma das minhas primeiras bandas que mergulhei na música extrema com o subestimado “Dance The Marble Naked”, até este “Cold Soul Embrace”, o único álbum de originais dois britânicos. Pois é, quase trinta anos depois, aqui estão eles com o segundo álbum que nos bate de forma ainda mais intensa que a estreia. Death/doom metal de qualidade insuspeita e ao qual nos rendemos logo, onde tudo está no lugar. E até poderá ser um ponto negativo termos uma banda que está tanto tempo ausente e que regressa com um trabalho que ignora o tempo que passou mas para nós é mesmo o que se deseja. Esta é identidade da banda desde o primeiro momento e o tempo que passou nota-se sobretudo na forma como a música soa e não tanto no conteúdo. Especialmente emocional e pesado – a conjugação dos dois continua a ser a sua principal arma – este é oficialmente o regresso de 2022!

9/10
Fernando Ferreira


2 – Municipal Waste – “Electrified Brain”

2022 – Nuclear Blast

Finalmente o regresso dos Municipal Waste, um nome que nunca foi propriamente consensual no meio do thrash metal crossover, mas apesar de ser apenas o seu sétimo álbum, acho que podemos todos dizer que esta banda norte-americana já provou o seu verdadeiro amor ao estilo. E caso não concordem com esta afirmação, então “Electrified Brain” é mesmo o álbum que os vai convencer e até converter se ainda tiverem mais resistências. É aquele onde o espírito do thrash metal tradicional está mais presente e onde a banda apresenta um conjunto de temas mais sólido. Os álbuns deles sempre foram curtos mas este é dos primeiros (se não for mesmo o único) onde não temos qualquer tema para encher. Pensei em Sacred Reich, pensem em Suicidal Tendencies, pensem em todas as bandas que são referências para este subgénero específico e vão encontrar aqui algo capaz de igualar. “Electrified Brain” é diversão thrash como tínhamos saudades – cinco anos de espera que foram colmatados da melhor forma.

9/10
Fernando Ferreira


1 – Origin – “Chaosmos”

2022 – Agonia

Os Origin são uma máquina. Uma máquina de destruição maciça impressionante que regressa após cinco anos sem música nova. Sabemos que a sua música é um pouco gosto adquirido e que é difícil conseguir capturar toda esta magnificiência à primeira audição – a não ser para quem seja apreciador veterano de brutal death metal técnico. E até pode-se aceitar as críticas de que os malabarismos técnicos deveriam estar num circo e não propriamente na música mas é inegável que entre a concorrência, os Origin são os que melhor colocam à disposição de cada música esses mesmos talentos. É a técnica que serve a canção e não o inverso. A abrangência também é um ponto onde “Chaosmos” acerta em cheio. Temos uma maior capacidade de cavalgar para campos mais vastos sem se notar sequer que se está a “trair” a sua identidade musical, algo que se nota principalmente na segunda metade do álbum – o último tema, “Heat Death” é o exemplo supremo. Mais uma obra prima por quem não falha nunca.

9.5/10
Fernando Ferreira


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